A produção científica mundial e o quinhão de artigos resultantes de colaborações internacionais. Economista diz que a multiplicação das colaborações científicas internacionais começa a criar um sistema de inovação acima dos países
Em estudo publicado em janeiro na revista Scientometrics, um grupo liderado pelo economista Eduardo da Motta e Albuquerque, pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (Cedeplar-UFMG), mapeou o crescimento das colaborações científicas. Observou-se que o número de artigos publicados no mundo, indexados na base Web of Science, subiu de 1,2 milhão em 2000 para 2 milhões em 2015 e ao mesmo tempo a proporção de papers escritos por coautores de países diferentes mais que dobrou, indo de 10% do total em 2000 para 21% 15 anos mais tarde.
Como o Brasil se situa nesses fluxos?
Duas coisas puderam ser vistas. A primeira é que o Brasil, em 2015, integra um grupo de nações que tem em torno de 20% da produção científica em colaboração internacional, o que é razoável. Em 2000, essa porcentagem era de 14,7%. Esses índices dizem respeito a artigos em colaboração internacional que tem um brasileiro como primeiro autor. Outro dado é que a nossa produção nos conecta a 171 países. Estamos em 15º lugar no ranking de vínculos. Não temos um grau de internacionalização como o de países como Suécia, Holanda, mas estar ligado a 171 países é um ativo importantíssimo. O crescimento da produção científica brasileira, apesar de consistente, só tem sido suficiente para manter a distância da fronteira internacional. Temos que pensar em mecanismos de inserção mais ativa do país na ordem internacional e a ciência e a tecnologia podem liderar essa mudança. Seria construir um sistema de inovação para a fase de crescente internacionalização, capaz também de fortalecer o sistema internacional. Leia mais