Criar novos materiais e produtos é uma tarefa que exige muito tempo, porque é necessário fazer vários testes em laboratório, experimentando vários componentes até chegar ao resultado desejado. Para tornar mais rápido esse processo, um grupo de pesquisadores paulistas utiliza supercomputadores abastecidos com milhões de dados sobre os elementos químicos (o chamado “genoma dos materiais”) para simular propriedades de materiais como dureza e condutividade elétrica e identificar os mais promissores para uso em diversas aplicações, por exemplo, na computação e na geração de energia. Desse modo, será possível reduzir a necessidade de experimentos em laboratório e, no futuro, diminuir bastante o tempo de criação de novos produtos, tais como células solares, materiais de construção, biossensores, medicamentos, próteses e dispositivos eletrônicos.
As simulações feitas nas pesquisas do projeto são desenvolvidas nos computadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), instituição federal de pesquisa sediada em Campinas (interior de São Paulo). Entre outras linhas de estudo, estão em desenvolvimento a identificação de materiais que obtenham hidrogênio a partir da água (water splitting) para células solares, e que tenham potencial para viabilizar a criação de computadores com maior capacidade de processamento (spintrônica), mudando os transístores utilizados nos dispositivos eletrônicos. “O design de materiais é uma tendência mundial muito recente”, explica Adalberto Fazzio, diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) do CNPEM e professor aposentado do Instituto de Física (IF) da USP. “As fórmulas matemáticas necessárias para trabalhar já estão bem estabelecidas dentro da teoria das probabilidades e da estatística, assim como as técnicas de mineração de dados e big data (grandes conjuntos de dados processados e armazenados em computadores), temos inúmeras previsões de materiais, mas as realizações ainda são poucas”. Leia mais. Fonte: Jornal da USP - 02/03/20