Software aponta possíveis conflitos de interesse envolvendo autores de artigos e pesquisadores que avaliam sua qualidade
A editora suíça Frontiers, que publica mais de 90 periódicos
científicos em acesso aberto, desenvolveu um software que utiliza inteligência
artificial para examinar artigos e identificar até 20 diferentes problemas
relacionados à sua integridade, como plágio ou imagens com sinais de
manipulação. O programa chamou a atenção, no entanto, por oferecer um serviço
inovador: ele avisa quando os autores de um manuscrito e os editores e
revisores que estão apreciando o seu conteúdo já assinaram juntos outros
artigos, em uma proximidade que pode tornar a avaliação subjetiva e configurar
um conflito de interesses. Denominado Artificial Intelligence Review Assistant
(Aira), a ferramenta está sendo utilizada no processo de revisão por pares de
revistas da Frontiers com o propósito de fornecer um alerta objetivo sobre
interações prévias entre quem produz e quem avalia o conhecimento. Cabe a um
juiz de carne e osso – o editor-chefe do periódico, em última instância –
arbitrar se esses contatos anteriores afetam ou não a isenção da análise. “É
necessário ter apoio tecnológico para verificar em larga escala conflitos de
interesse entre autores e revisores”, disse o cientista da computação Daniel
Petrariu, diretor de Desenvolvimento de Produtos da Frontiers, no lançamento do
programa, em julho.
O Committee on Publication Ethics (Cope), fórum que discute temas relacionados à integridade na ciência, define conflito de interesses como uma situação em que pesquisadores ou instituições científicas têm interesses que concorrem entre si, de caráter profissional ou econômico, de modo que tomar partido de um deles pode comprometer a imparcialidade de suas decisões. A existência de um conflito de interesses, observa o Cope, não é determinante para a ocorrência de má conduta: a despeito de tais circunstâncias, um estudo pode perfeitamente ter resultados válidos e fidedignos. Mas, quando isso acontece, é obrigatório lidar com o problema de forma transparente. Por isso, exige-se que pesquisadores assinem declarações de conflitos de interesse sempre que apresentar um projeto ou publicar um artigo. Fica a cargo do avaliador do projeto ou do leitor do paper ponderar os resultados tendo em mente os interesses envolvidos. Veja mais. Fonte: Pesquisa FAPESP - jan. 2021
O Committee on Publication Ethics (Cope), fórum que discute temas relacionados à integridade na ciência, define conflito de interesses como uma situação em que pesquisadores ou instituições científicas têm interesses que concorrem entre si, de caráter profissional ou econômico, de modo que tomar partido de um deles pode comprometer a imparcialidade de suas decisões. A existência de um conflito de interesses, observa o Cope, não é determinante para a ocorrência de má conduta: a despeito de tais circunstâncias, um estudo pode perfeitamente ter resultados válidos e fidedignos. Mas, quando isso acontece, é obrigatório lidar com o problema de forma transparente. Por isso, exige-se que pesquisadores assinem declarações de conflitos de interesse sempre que apresentar um projeto ou publicar um artigo. Fica a cargo do avaliador do projeto ou do leitor do paper ponderar os resultados tendo em mente os interesses envolvidos. Veja mais.