Em meio ao isolamento por conta da pandemia de
covid-19, a Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) realiza, de 8 a 20 de março, seu
primeiro festival on-line. O Osusp
Fest vai promover uma série de masterclasses de
instrumentos – que vão das cordas, madeiras e metais até
percussão – e três cursos teóricos: Produção Musical na
Pandemia, Saúde e Bem-Estar do Músico: Afinando o Corpo e a Mente e Comunicação
e Divulgação do Músico Clássico. No total, serão 15 cursos, ministrados pelos
músicos da orquestra e colaboradores, todos gratuitos. Segundo o fagotista e
diretor da Osusp Fábio Cury, que também ministra um dos cursos, “o objetivo do
festival é trabalhar para a formação de público e educação musical”.
Segundo Cury, atualmente as orquestras
sinfônicas do mundo todo – isso não é privilégio da Osusp, como frisa –, cada
vez mais, precisam dar atenção à vertente pedagógica. Além disso, diz, as
orquestras brigam com a evasão de público, o que no Brasil é bastante
significativo. “A Osusp, que já tem essa vocação por ser uma orquestra
universitária, não poderia deixar de ter um projeto pedagógico consistente, e
agora, diante dessa pandemia, abre-se essa oportunidade de mostrar o talento
dos nossos músicos também como educadores”, afirma, lembrando que são raros os
músicos que se dedicam puramente à interpretação e não se dedicam à docência.
Outra questão importante, como aponta, é a cooperação com professores de outras
instituições de expressão nacional, possibilitando um intercâmbio de
experiências.
As masterclasses, que contemplam todos os
instrumentos integrantes da Osusp, terão a participação de estudantes e alunos
ouvintes. Eles vão poder apresentar vídeos, que serão comentados pelo
professor. Como explica Cury, os vídeos também poderão funcionar como exemplos
para a aula, assim como o docente pode abordar tópicos acerca dos instrumentos,
selecionando recortes sobre a prática do instrumento, seja na técnica, seja na interpretação.
“Nos diferentes cursos, haverá uma mescla de aulas expositivas e interação”,
informa.
Saiba mais. Fonte: Jornal da USP - 03/03/21