Claro, sempre foi possível solicitar uma
cópia de um artigo aos autores. Mas se por um lado isso facilitava o contato
entre leitores e autores, por outro inconveniente. Nem os preprints são
substitutos adequados. Sua qualidade é altamente variável e sua quantidade
absoluta é tal que mesmo um trabalho sólido normalmente atrai a atenção somente
após ser revisado por pares e publicado em um periódico reconhecido.
Mas a remoção de paywalls tem um custo para
cientistas e instituições — e, em países em desenvolvimento, esse custo ameaça
ser proibitivo. À medida que os mandatos de acesso aberto proliferam, fica cada
vez mais claro que nós, cientistas do mundo em desenvolvimento, provavelmente
seremos cada vez mais excluídos da publicação em um grande subconjunto de
periódicos.As taxas de processamento de artigos (APCs — Article Processing Charges) têm subido bem acima da inflação e dos custos estimados de serviços do acesso aberto — variando entre US$ 200 (£146) e US$ 1.000 por artigo. Existem provedores de acesso aberto que operam nessa faixa de preço, como o SciELO (Scientific Electronic Library Online), biblioteca digital latino-americana com mais de 1.000 periódicos. No entanto, as revistas científicas nas quais pretendemos publicar cobram pelo menos US$ 2.500, enquanto APCs de US$ 4.000 são considerados dentro da “faixa normal”. A Springer Nature anunciou recentemente que cobrará US$ 11.390 por mais de 30 de seus prestigiosos periódicos Nature. Leia o texto na íntegra.
Fonte: Jornal da Ciência - 31/08/21