Pesquisa em Piracicaba mostrou que algumas plantas geneticamente
modificadas são resistentes contra o cancro cítrico e o "greening"
(HLB ou amarelão)
Pesquisas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq) da USP, em Piracicaba, mostraram resultados promissores no uso de
laranjeiras doces de cultivar Hamlin geneticamente modificadas resistentes ao greening (também
conhecido como huanglongbing [HLB] ou amarelão dos citros) e ao
cancro cítrico, doenças bacterianas que representam grandes dificuldades para o
cultivo dessa espécie. Sendo o Brasil o maior produtor mundial de laranja e
maior exportador de suco concentrado, essas ferramentas têm grande valor na
busca pela diminuição do uso de agrotóxicos, o que traria vários benefícios em
termos de diminuição do impacto ambiental e dos riscos para agricultores, por
exemplo.
“O trabalho foi feito em laboratório, sob
condições controladas, pois a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio), órgão competente de fiscalização, é muito rigorosa e não é permitido
fazer esse tipo de experimento fora de condições controladas”, explica ao Jornal da USP o
pesquisador Matheus Luís Docema, engenheiro agrônomo que estudou, em sua tese
de doutorado, a resposta dessas plantas transgênicas à infecção por essas
doenças. A pesquisa foi orientada pelo professor Francisco de Assis Alves
Mourão Filho, junto ao Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia.
O estudo foi realizado no Laboratório de
Biotecnologia de Plantas Hortícolas do Departamento de Produção Vegetal da
Esalq, em parceria com pesquisadores do Instituto Biológico de São Paulo, do
Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP e da Empresa Brasileira
de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa Fruticultura).