14 setembro 2021

Laranjeiras transgênicas são resistentes às principais doenças bacterianas de citros, mostram testes

 

Pesquisa em Piracicaba mostrou que algumas plantas geneticamente modificadas são resistentes contra o cancro cítrico e o "greening" (HLB ou amarelão)

Pesquisas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, mostraram resultados promissores no uso de laranjeiras doces de cultivar Hamlin geneticamente modificadas resistentes ao greening (também conhecido como huanglongbing [HLB] ou amarelão dos citros) e ao cancro cítrico, doenças bacterianas que representam grandes dificuldades para o cultivo dessa espécie. Sendo o Brasil o maior produtor mundial de laranja e maior exportador de suco concentrado, essas ferramentas têm grande valor na busca pela diminuição do uso de agrotóxicos, o que traria vários benefícios em termos de diminuição do impacto ambiental e dos riscos para agricultores, por exemplo.

“O trabalho foi feito em laboratório, sob condições controladas, pois a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão competente de fiscalização, é muito rigorosa e não é permitido fazer esse tipo de experimento fora de condições controladas”, explica ao Jornal da USP o pesquisador Matheus Luís Docema, engenheiro agrônomo que estudou, em sua tese de doutorado, a resposta dessas plantas transgênicas à infecção por essas doenças. A pesquisa foi orientada pelo professor Francisco de Assis Alves Mourão Filho, junto ao Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia.

O estudo foi realizado no Laboratório de Biotecnologia de Plantas Hortícolas do Departamento de Produção Vegetal da Esalq, em parceria com pesquisadores do Instituto Biológico de São Paulo, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP e da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa Fruticultura).