Uma tendência que vinha se insinuando desde meados da década
passada virou agora realidade nos quatro cantos da Amazônia: a maior floresta
tropical do planeta deixou de ser um sorvedouro e se tornou uma fonte de carbono
para a atmosfera. Isso significa que as emissões de dióxido de carbono (CO2), principal gás
que causa o aquecimento global, ultrapassaram com folga as absorções em todas
as grandes sub-regiões do bioma. De norte a sul, de leste a oeste, o ecossistema
passou a liberar mais CO2 do que suas plantas conseguem captar. Segundo um
estudo recente, publicado em 19 de setembro no repositório on-line Research
Square na forma de preprint (artigo
ainda não revisado por pesquisadores independentes de uma revista científica),
o valor do superávit a favor das emissões de carbono dobrou na Amazônia em 2019
e 2020 quando comparado com a média dos nove anos anteriores, de 2010 a 2018.
Mais carbono na atmosfera, na forma de CO2 e também de
metano (outro gás de efeito estufa), eleva a temperatura do planeta e
intensifica o cenário das mudanças climáticas. Desde meados do século XIX, a
concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre aumentou quase 50% e
a temperatura média do planeta elevou-se em 1,1 grau Celsius (º C). Saiba mais. Fonte: Pesquisa FAPESP - nov. 2022