Para simular respeitabilidade, revistas
predatórias publicam artigos falsos, atribuídos a pesquisadores de prestígio, e
fraudam a composição de conselhos editoriais
As revistas
científicas predatórias, que publicam artigos em troca de dinheiro sem fazer
uma revisão por pares genuína, vêm explorando novas brechas para atrair autores
desavisados. Tem se tornado mais comum, por exemplo, que esses periódicos
embelezem seus conselhos editoriais, declarando falsamente a participação de
pesquisadores de prestígio, e, em casos extremos, que publiquem artigos
atribuídos de forma fraudulenta a autores de algum renome, também para simular
respeitabilidade. Um episódio recente envolveu o African Journal of Political
Science, publicado pela editora International Scholars
Journals (ISJ), e a pesquisadora Anca Turcu, da Escola de Política, Segurança e
Assuntos Internacionais da Universidade da Flórida Central, nos Estados Unidos.
Ao resgatar estatísticas de publicação para atualizar seu currículo, Turcu
encontrou um artigo imputado a ela no African Journal, que jamais escreveu. O estudo, sobre reciclagem de
resíduos, não tinha relação com seus interesses de pesquisa, que são diásporas
e processos eleitorais. Ela foi investigar mais a fundo e constatou que o paper não era fraudulento apenas na atribuição da autoria.
Tratava-se, também, de um trabalho plagiado da revista Energy Policy, de autoria de três pesquisadores chineses, divulgado em
janeiro de 2022. Saiba mais.
Fonte: Pesquisa FAPESP - maio 2023