“O panorama das ciências biomédicas é hoje muito diferente e mais amplo do que o existente quando comecei minha carreira, há 50 anos. Há ferramentas incríveis, muito melhores do que as primitivas de que eu dispunha. A tecnologia avançou tão rapidamente que é até difícil acompanhar. Mas o lado ruim, com o qual passo muito tempo preocupado, é a produção científica. Não é tão eficaz como costumava ser", disse o biólogo norte-americano Randy Schekman, pesquisador da Universidade da Califórnia em Berkeley (Estados Unidos), em uma roda de conversa com estudantes após palestra apresentada na Universidade de São Paulo (USP) na última segunda-feira (25/11). Para o cientista, que ganhou o Nobel de Fisiologia ou Medicina em 2013, o fenômeno está relacionado com a multiplicação de periódicos científicos pautados por propósitos comerciais e “interessados em ganhar muito dinheiro”. “Isso tem uma influência tóxica sobre a academia. Antigamente, costumávamos avaliar a produção científica por meio da leitura dos artigos. Agora, olhamos para onde o artigo foi publicado ou para esse número ridículo chamado fator de impacto”, afirmou. Saiba mais.
Fonte: Agência FAPESP – 28/11/24