Um inusitado ranking de universidades apresentou uma lista de
1.500 instituições classificadas não por sua excelência do ensino e da produção
acadêmica, mas pelo desempenho em indicadores que são impulsionados por desvios
éticos. O Índice de Risco de Integridade em Pesquisa, descrito em um trabalho
ainda não revisado por pares divulgado no repositório de preprints ArXiv, pondera dois parâmetros negativos da
produção dos pesquisadores de uma universidade: a proporção de artigos
científicos que sofreram retratação, ou seja, que foram cancelados por conterem
erros ou indícios de má conduta, e a parcela de papers publicados
em revistas que foram excluídas das bases de dados Scopus e Web of Science por
adotarem práticas de publicação anômalas ou cometerem violações éticas em seus
processos editoriais. “As universidades querem ser vistas como estrelas em
ascensão, mas nem sempre fica claro se elas estão prosperando em terreno sólido
ou em areia movediça estatística”, explicou o
criador do índice, o cientista da informação Lokman Meho, bibliotecário-chefe
da Universidade Americana de Beirute. Ele ressalta que sua classificação,
embora utilize dados objetivos, não serve para estimar a extensão dos desvios
éticos cometidos nas universidades, mas pode ser útil para revelar as
instituições com vulnerabilidades estruturais não captadas por rankings
tradicionais, como as que pressionam os próprios pesquisadores a inflar de modo
artificial suas métricas de desempenho e as que são lenientes com práticas de
publicação questionáveis. Saiba mais. Fonte: Pesquisa FAPESP – jul.
2025