16 julho 2025

Ranking de universidades utiliza indicadores ligados à má conduta científica para classificar as instituições

Um inusitado ranking de universidades apresentou uma lista de 1.500 instituições classificadas não por sua excelência do ensino e da produção acadêmica, mas pelo desempenho em indicadores que são impulsionados por desvios éticos. O Índice de Risco de Integridade em Pesquisa, descrito em um trabalho ainda não revisado por pares divulgado no repositório de preprints ArXiv, pondera dois parâmetros negativos da produção dos pesquisadores de uma universidade: a proporção de artigos científicos que sofreram retratação, ou seja, que foram cancelados por conterem erros ou indícios de má conduta, e a parcela de papers publicados em revistas que foram excluídas das bases de dados Scopus e Web of Science por adotarem práticas de publicação anômalas ou cometerem violações éticas em seus processos editoriais. “As universidades querem ser vistas como estrelas em ascensão, mas nem sempre fica claro se elas estão prosperando em terreno sólido ou em areia movediça estatística”, explicou o criador do índice, o cientista da informação Lokman Meho, bibliotecário-chefe da Universidade Americana de Beirute. Ele ressalta que sua classificação, embora utilize dados objetivos, não serve para estimar a extensão dos desvios éticos cometidos nas universidades, mas pode ser útil para revelar as instituições com vulnerabilidades estruturais não captadas por rankings tradicionais, como as que pressionam os próprios pesquisadores a inflar de modo artificial suas métricas de desempenho e as que são lenientes com práticas de publicação questionáveis.   Saiba mais.   Fonte: Pesquisa FAPESP – jul. 2025