05 julho 2018

A nova geração de avaliadores de periódicos


Praticamente todos os artigos científicos publicados
foram revisados por avaliadores, a chamada 
avaliação por pares, ou peer review.Os avaliadores 
atuam junto com a equipe editorial como ‘guardiões’ 
da qualidade e do rigor científico das contribuições 
recebidas da comunidade de autores pelos periódicos
científicos . Estes avaliadores identificam e alertam
o editor sobre os pontos frágeis e, principalmente, 
recomendam melhorias aos autores. Se o processo de avaliação é bom, todos ganham, 
inclusive os autores. 

Essa atuação é frequentemente realizada de forma anônima (avaliação cega por pares) 
e voluntária. Contudo, o avaliador aceita a responsabilidade de emitir uma opinião 
técnica, isenta e qualificada, além de se comprometer com os prazos acordados. 
A comunidade de uma área confia na atuação desses voluntários, afinal o campo do 
conhecimento é sobretudo construído com o acúmulo dessas contribuições recomendadas
para publicação final por eles e pelos editores. Esta é uma importantíssima função, 
que vem sendo cada vez mais valorizada tanto pelos próprios avaliadores, quanto pelos 
autores e editores.

Apesar do avaliador ou revisor exercer papel central no processo de publicação, como 
apontado pela revista Scientific American, esses voluntários quase nunca são treinados 
para avaliar adequadamente um artigo ou projeto de pesquisa. Ser avaliador exige assumir 
uma leitura que alcança a estrutura subliminar da lógica do desenho de pesquisa, da 
validade e adequação das teorias e métodos empregados, questionando os métodos e 
resultados sem preconceitos, evitando impor sua visão particular sobre o fenômeno. 
Uma nova geração de bons revisores aprimora, ainda mais, o que a geração atual construiu, 
encarando a tarefa com seriedade, pontualidade, são realistas em suas avaliações, 
sucintos e polidos (Miller et al., 2013).

O que demanda novas habilidades e algum tempo para desenvolvê-las. Para suprir a 
demanda da comunidade científica, que sempre precisa de novos talentos para essa nobre
desafiadora função, uma nova geração vem sendo formada. Algumas plataformas, 
periódicos e publishers como Publons Academy, Elsevier e Nature, disponibilizam cursos 
online gratuitos. Além disto, de alguma forma editores têm se reunido para reconhecer todo 
este esforço. A plataforma Publons, lançada em 2012, ainda permite que avaliadores
lancem e validem os pareceres dados. 

Basta lançar a avaliação feita, que o sistema mostra na tela do Editor que por sua vez 
valida o parecer dado. Com o tempo, acumula um histórico de todas avaliações dadas a 
periódicos. Como o editor pode apontar bons avaliadores, o bom avaliador ganha reputação,
e pode ser selecionado por outros periódicos, ou usar a informação em processos seletivos.
Recomendamos entusiasticamente que jovens pesquisadores busquem treinamento 
especializado para atuar como avaliadores. E ainda, que nossos avaliadores se registrem 
e usem a Publons.

Apesar de a plataforma permitir que os pareceres sejam disponibilizados para consulta
pública, as políticas editoriais da RCO não contemplam essa modalidade. 
No nosso caso os pareceres são conhecidos pelos avaliadores, autores e editores. 
Contudo, bons revisores são reconhecidos neste processo. 

Referência
Miller, B., Pevehouse, J., Rogowski, R., Tingley, D., & Wilson, R. (2013).
How To Be a Peer Reviewer: A Guide for Recent and Soon-to-be PhDs. 
Political Science & Politics, 46(1), 120-123. doi:10.1017/S104909651200128X

04 julho 2018

Escrevendo uma carta de apresentação

A carta de apresentação é a oportunidade que você tem de argumentar a favor do seu artigo. Aqui estão algumas dicas para fazer isso da maneira correta
A carta de apresentação é a sua oportunidade de argumentar a favor do seu artigo. Ela está longe de ser uma mera formalidade, e deve ser escrita com o mesmo cuidado que você teve ao escrever o texto do seu artigo, ou até com mais cuidado ainda. Essencialmente, a carta de apresentação tem o objetivo de influenciar a decisão do editor de enviar o seu artigo para a revisão por pares. Ela argumentará que o seu artigo é adequado para o periódico ao qual você o está enviando, e destacará os seus achados mais importantes. Este post contém algumas dicas, que também podem ser encontradas em nossos recursos para download:
Você também deve assegurar ao editor que não há conflitos de interesse que afetariam a decisão de publicar o seu artigo. Por fim, sua carta de apresentação deve despertar o interesse do editor o suficiente para que ele leia o seu artigo cuidadosamente e decida enviá-lo para a revisão por pares.
Uma carta de apresentação deve ser escrita como uma carta comercial padrão:
Dirija-se formalmente ao editor pelo nome, se este for conhecido. Inclua também suas informações para contato. Essas informações provavelmente serão fornecidas no sistema de envio online do periódico, mas é adequado incluí-las também na carta de apresentação.
Comece sua carta de apresentação com um parágrafo que mencione o nome do artigo e os nomes dos autores. Você também pode descrever o tipo de artigo que está sendo enviado (artigo de pesquisa, revisão, estudo de caso etc.). Nesse primeiro parágrafo e no parágrafo seguinte, descreva a base lógica do seu estudo e as principais descobertas da sua pesquisa. Você pode mencionar trabalhos anteriores que tenha publicado se estiverem diretamente relacionados ao seu artigo.
Em seguida, escreva um parágrafo curto que explique por que o seu artigo seria adequado para o periódico. Não diga simplesmente que ele é “de interesse para a área” ou “inovador”. Aborde aspectos específicos da declaração de Objetivos & Escopo do periódico. Se o periódico expressar interesse por pesquisas com aplicação clínica, certifique-se de destacar a importância do seu trabalho em termos de implicações clínicas. Se o periódico mencionar que foca em materiais nanoestruturados, explique como o seu trabalho envolveu esses materiais. Mesmo que o seu trabalho não se encaixe perfeitamente no periódico, certifique-se de abordar parte da declaração de Objetivos e Escopo e explique por que o seu artigo seria interessante para os leitores do periódico.
Por fim, encerre com um breve parágrafo indicando:
  • Que o artigo é original (ou seja, você o escreveu e não o copiou)
  • Que nenhuma parte dele foi publicada antes ou está sendo considerada para publicação em outro periódico
  • Que não há conflitos de interesse a divulgar
  • Uma lista dos potenciais revisores (somente se solicitado pelo periódico)
  • Quaisquer pesquisadores que NÃO devem revisar o seu artigo
Combinadas, essas informações garantem ao editor que o artigo merece ser considerado para publicação no periódico e que você está interessado especificamente nesse periódico. Algumas vezes, uma ciência de alta qualidade será revisada independentemente da carta de apresentação, mas uma carta de apresentação bem escrita é útil para a grande maioria dos cientistas que querem fazer sua pesquisa se destacar.

Respondendo aos revisores: nem sempre você pode dizer o que gostaria

O sistema de revisão por pares é, ao mesmo tempo, gratificante e frustrante, com boas sugestões para melhorar o seu artigo muitas vezes escondidas entre comentários não tão úteis. O que você faz quando responde a um revisor que claramente não leu parte do seu artigo ou entendeu completamente errado uma de suas conclusões? Pode ser tentador simplesmente dizer ao revisor que ele não leu o artigo cuidadosamente e não dar nenhuma outra resposta.
No entanto, os revisores por pares estão trabalhando de boa fé e oferecem um serviço essencial para o avanço das descobertas em todo o mundo. Assim, forneça a eles uma resposta cuidadosa e minuciosa. Os revisores oferecem uma nova visão sobre o seu trabalho e às vezes podem encontrar falhas críticas antes que o seu artigo alcance uma audiência maior. No final, o autor recebe o crédito pelo produto final, mas muitas vezes os revisores contribuem substancialmente para a formação do artigo

Como responder a revisores

É claro que você não precisa concordar com todas as sugestões feitas por um revisor, mas responder de maneira polida o ajudará quando desejar recusar algumas sugestões. A maneira com que você responde a revisores e editores também pode ajudar muito a obter uma decisão favorável sobre o seu artigo. Quando você tem um discurso civilizado e objetivo com os seus revisores, você sinaliza o seu comprometimento com o conhecimento e a sua disposição em permitir que o sistema de revisão por pares melhore o seu artigo.
A seguir, mostramos alguns comentários que você provavelmente gostaria de fazer a um revisor, seguidos por maneiras mais polidas de expressar o seu ponto de vista. É provável que você já tenha revisado artigos de outros autores (e se ainda não tiver feito isso, o fará em breve); então veja suas respostas como uma oportunidade de tratar seus revisores como você gostaria de ser tratado!

Exemplos de respostas

Essas frases são apenas exemplos; você deve criar comentários específicos com suas próprias palavras.
  • O que você gostaria de dizer: You just didn’t understand what we wrote!
  • O que você deve dizer: Several statements that we made were more ambiguous than intended, and we have adjusted the text to be clearer.
  • O que você gostaria de dizer: No one knows the answer to that question.
  • O que você deve dizer: This is a valid question, and we are actively pursuing the answer in our lab. OR This is a valid and important question, and we are curious what the results would be. However, we are unaware of any studies that provide the answer.
  • O que você gostaria de dizer: That experiment would take forever!
  • O que você deve dizer: The suggested experiment is interesting and would provide additional information about..., but we feel that it falls outside the scope of this study.
  • O que você gostaria de dizer: We’re not saying we proved anything – that’s just our hypothesis!
  • O que você deve dizer: We agree that this explanation is speculative at this time, and we have edited the text to state that our conclusion is only suggested by our results. Note: you will need to make some changes to the text to further emphasize that you were stating a hypothesis, even if you felt it was obvious before.
  • O que você gostaria de dizer: You didn’t even read what we wrote!
  • O que você deve dizer: We did not intend to indicate [insert mistaken assertion by reviewer here], and we have therefore altered the text to specify that [insert correct conclusion here]. Note: As before, you’ll have to change some wording.
  • O que você gostaria de dizer: You are being so picky about grammar or formatting!
  • O que você deve dizer: We apologize for this error, and we have corrected the text as suggested.
  • O que você gostaria de dizer: My English writing skills are better than yours; why are you complaining about my typos?
  • O que você deve dizer: Our manuscript has been reviewed by a colleague and revised to improve readability.

Como usar artigos em inglês (‘A’, ‘An’ e ‘The’)

Usar artigos como ‘a,’ ‘an’ e ‘the’ é um dos pontos mais difíceis ao escrever em inglês. Saiba mais sobre como evitar erros comuns

Embora um de nossos serviços seja a tradução de artigos do português para o inglês, sabemos que muitas vezes nossos clientes preparam artigos em inglês, e usar artigos (a, an, the) é um dos pontos mais difíceis ao escrever em inglês. Essa dificuldade não nos surpreende, já que diferentes idiomas têm diferentes regras para o uso de artigos (supondo que tenham artigos), e as regras do inglês podem parecer confusas até mesmo para nativos do idioma inglês! No entanto, usar artigos corretamente é uma maneira importante de fazer com que sua escrita soe de forma natural. Tendo isso em mente, apresentamos aqui algumas orientações úteis que o ajudarão a decidir quando é necessário usar um artigo (e qual deles usar) e quando não é. Veja o fluxograma no final para uma referência prática.

‘The’ versus ‘A’ / ‘An’
Uma boa regra básica que pode ser utilizada é perguntar se o substantivo que está sendo modificado é o único do tipo ou se ele existe em mais de uma forma ou caso. Se for o único do tipo ou se você estiver se referindo a somente um exemplo específico, use ‘the’:
  • The assay was conducted to identify the organism responsible for the outbreak. (Essa frase refere-se a um ensaio, um organismo e um surto específicos.)
  • Nota: frequentemente, os artigos são omitidos em títulos (incluindo aqueles de seções) e legendas de figuras. (Tanto "The effect of different culture temperatures on bacterial growth kinetics" como "The characterization of a new ginsenoside compound" devem conter o artigo 'the' porque resultados específicos estão sendo discutidos.)
No entanto, se o substantivo que você estiver modificando for um entre muitos (ou seja, um exemplo ou um único membro de um grupo), você deve utilizar ‘a’ ou ‘an’:
  • A standard genome sequencing protocol was used to identify an exciting new species of Escherichia. (O protocolo utilizado foi um dos muitos protocolos de sequenciamento disponíveis, e outras espécies do gênero Escherichia já haviam sido identificadas.)

Outros casos em que ‘the’ deve (ou NÃO deve) ser utilizado

Se você estiver se referindo a um substantivo como um representante de todas as instâncias ou indivíduos (por exemplo, em uma discussão geral), pode ser adequado utilizar ‘the’ com a forma singular do substantivo. ‘The’ é utilizado na escrita acadêmica principalmente ao se referir a máquinas, animais e órgãos do corpo.
  • The smartphone has made it easier for employees to work from home.
  • The dolphin is considered one of the smartest animals.
  • The lung contains over 300 million alveoli.
  • Nota: é mais comum utilizar a forma plural do substantivo em casos como esses, mas lembre-se de omitir o artigo. (Smartphones have made it easier for employees to work from home. Dolphins are considered some of the smartest animals. Lungs contain over 300 million alveoli.)
No entanto, nem todos os substantivos exigem um artigo quando utilizados dessa maneira geral. Substantivos em massa (ou incontáveis), que se referem a coisas abstratas ou incontáveis, não exigem um artigo:
  • Temperature can be expressed in Fahrenheit, Celsius, or Kelvin.
  • Knowledge is the key to happiness. (Mas: "The knowledge that she was receiving an award made her happy" exige um artigo, pois se refere a um conhecimento específico.)
A maioria dos nomes próprios (como os nomes de países ou pessoas) também não exige um artigo:
  • Tesla was one of the greatest inventors of all time.
  • The samples were collected in Hebei Province.
  • Nomes próprios coletivos são uma exceção: the Middle East and the Great Lakes
  • Quando o nome de uma pessoa é parte de uma teoria, teste etc., pode soar mais natural utilizar 'the' (por exemplo, "the Doppler effect" ou "the Riemann hypothesis"). No entanto, você não deve utilizar 'the' se o nome for possessivo (por exemplo, "Tukey's test" ou "Riemann's hypothesis").

‘A’ versus ‘An’

A’ é utilizado antes de palavras que começam com sons consonantais (“a sample” ou “a model”), mesmo que eles sejam gerados por uma vogal (“a unit”). Por outro lado, ‘an’ é utilizado antes de palavras que começam com sons vocálicos (“an equation” ou “an element”), mesmo se a palavra começar com uma consoante muda (“an hour”).

Falsos cognatos em português e inglês

Autores devem estar atentos a alguns termos quando traduzem de português para inglês

Falsos cognatos (ou falsos conhecidos) são termos que parecem similares, mas que têm significados diversos. Autores devem ter cuidado com alguns termos quando fazem a tradução dos seus trabalhos. É fácil utilizar uma palavra que soa parecida ao invés da palavra correta. Aqui estão alguns falsos cognatos em português e inglês. 
  • Advertir = to warn ou advise (não "to advertise")
  • Aluno = student (não "alumnus")
  • Amassar = to crush (não "to amass")
  • Antecipar = to move forward (não "to anticipate")
  • Aparelho = equipment ou apparatus (não "apparel")
  • Apreciação = judgment (não "appreciation")
  • Atual = current (não "actual")
  • Casualidade = chance ou coincidence (não "casualty")
  • Construir = to build (não "to construe")
  • Data = date (não "data")
  • Eventualmente = occasionally (não "eventually")
  • Êxito = success (não "exit")
  • Jornal = newspaper (não "journal")
  • Livraria = bookstore (não "library")
  • Pasta = folder ou briefcase (não "pasta")
  • Pretender = to intend (não "to pretend")
  • Realizar = to complete (não "to realize")
  • Recipiente = container (não "recipient")
  • Recordar = to remember (não "to record")
  • Resumir = to summarize (não "to resume")
  • Sensível = sensitive (não "sensible")
  • Taxa = rate ou fee (não "tax")

Escolhendo o tempo verbal correto para o seu artigo científico

Muitos autores têm dúvidas quanto à escolha do tempo verbal apropriado durante a elaboração de um artigo científico. Em alguns casos, a escolha correta do tempo é relativamente simples. Em muitos casos, contudo, há diversas opções e a escolha “correta” é simplesmente uma questão de convenção. Qual tempo verbal você deve escolher e em quais casos específicos?
Primeiramente, algumas informações gerais sobre os tempos verbais discutidos abaixo. Em termos gerais, o tempo de um verbo reflete o momento em que a ação é realizada:
  • tempo passado indica que uma ação já ocorreu
  • tempo presente indica que a ação está ocorrendo
  • tempo futuro indica que o evento ainda não ocorreu
Os verbos também podem ser conjugados nos tempos passado perfeito, presente perfeito, ou futuro perfeito, nos quais a ação é definida em relação a outro ponto temporal (veja exemplos abaixo).

Título

Para muitas revistas, não é necessário que o título do artigo apresente uma sentença completa, não havendo exigência de verbos. Nos casos em que uma sentença completa mostra-se apropriada, use a forma verbal simples do presente para indicar a conclusão à qual você chegou (por exemplo, “Gene X is required for intestinal cell differentiation” ou “Frameshift mutations in gene X cause abnormal notochord development in zebrafish”).

Introdução

A introdução geralmente apresenta diversos tempos verbais, cada um dando um contexto diferente às informações sendo descritas. Primeiramente, ao declarar um fato amplamente aceito, o tempo presente é o mais apropriado. Exemplos de tais declarações incluem “DNA is composed of four nucleotides” ou “trypanosomes exhibit global trans-splicing of RNA transcripts.” A utilização do presente indica que a declaração reflete o atual entendimento sobre o assunto abordado.
A maioria das introduções também inclui referências a pesquisas anteriores. Ao fazer referência a um estudo anterior cujos resultados ainda são relevantes, utilize o presente perfeito (uma forma do verbo ‘have’ mais um particípio passado, como em “have shown” ou “has been shown”). Esse tempo verbal demonstra que a ação ocorreu no passado, mas ainda aplica-se no presente. Frases como “Johnson et al. have shown that gene X is part of an operon” ou “unusual glycosylation events have been observed in these cells” são adequadas porque a pesquisa ou observação foi feita no passado, mas seus resultados ainda são válidos. Esse tempo verbal também é utilizado quando o evento teve início no passado, mas continua a ocorrer no presente (“patients with XYZ syndrome have been surveyed for the past ten years”).
Observe que o presente é utilizado quando um resultado, gráfico ou artigo específico é o sujeito de uma sentença. Como filmes ou livros, a pesquisa publicada continua disponível para consulta pelos leitores e, dessa forma, continua a expressar sua conclusão. Exemplos de declarações sobre pesquisas anteriores utilizando o tempo verbal presente incluem “the results of their study indicate that the drug is highly effective” ou “a landmark paper from Smith’s lab describes the discovery of this new organelle.”
Em certas partes da introdução, é necessário utilizar o tempo verbal passado. Ao fazer referência a métodos específicos utilizados em um artigo anterior, o tempo passado é o mais adequado. Por exemplo, é correto afirmar “Smith and Anderson sampled 96 swamps and found 156 distinct dragonfly species” ou “gene X was first cloned into a shuttle vector in 2003.” Do mesmo modo, declarações que não são mais consideradas corretas devem ser feitas no tempo passado: como “bacteria were believed to lack introns” ou “early physicists thought that electrons traveled in defined orbits.” Às vezes, uma combinação de tempos verbais é necessária: “Robert Corey suggested [passado] that DNA contained three helices, but subsequent work has proved [presente perfeito] the existence of a double-helix structure.”  Continue lendo “Escolhendo o Tempo Verbal Correto para o seu Artigo Científico”, baixando o artigo completo aqui.

Dica de edição: comprimento da frase

A boa escrita é concisa. Assim, uma sentença não deve conter palavras desnecessárias, e um parágrafo não deve ter sentenças supérfluas

A sabedoria popular diz que, tanto na escrita em geral como na científica, sentenças mais curtas são sempre melhores. Além disso, assume-se que os não-nativos da língua inglesa devam prestar mais atenção no comprimento da sentença devido a uma tendência à prolixidade. Assim, muitos não-nativos da língua inglesa, ao escreverem artigos, se preocupam em encurtar as sentenças durante o processo de revisão.
Por outro lado, artigos científicos são conhecidos por suas frases longas.Um conjunto de diretrizes para autores afirma que uma frase de tamanho médio contém de 12 a 17 palavras, enquanto outra fonte relata uma média de 25 a 30 palavras na literatura revisada por pares, com algumas frases contendo mais de 60 palavras na amostra estudada. Para fins de comparação, o comprimento médio das frases da autora de “Harry Potter,” JK Rowling, que representa o escritor inglês moderno com audiência geral, é de 12 palavras, e a primeira metade desta frase contém 27 palavras. Para garantir legibilidade, várias fontes aconselham pesquisadores a escrever artigos com frases de aproximadamente20 palavras.
Curiosamente, as frases de artigos submetidos, ou aceitos para publicação, escritas por não-nativos da língua inglesa são geralmente mais curtas do que as escritas por nativos da língua inglesa. Um estudo conduzido em artigos publicados no British Journal of Surgery constatou que as sentenças e as palavras (medidas em sílabas) usadas por não-nativos da língua inglesa eram estatisticamente bem mais curtas do que aquelas usadas por nativos. Isso pode ser atribuído à tendência de nativos da língua inglesa em usar sentenças mais longas e complexas. Além disso, como os nativos da língua inglesa sentem menos pressão com relação à qualidade da escrita, eles acabam sendo menos diligentes em evitar prolixidade.
Ao invés de tentar adaptar cada sentença para conter um certo número de palavras, concentre-se na quantidade de informações transmitidas em cada sentença. Uma sentença é muito longa se, ao chegar ao final dela, o leitor não se lembrar de como a sentença começou. Frequentemente, aconselha-se que escritores devam se certificar de que cada sentença transmita apenas uma ideia. Porém, pode ser difícil decidir o que delimita “uma ideia”, especialmente quando se trata de relatar os resultados de uma pesquisa. Uma alternativa é pensar nas paradas entre as frases como sendo lugares na narrativa onde o leitor deve pausar e analisar as informações apresentadas, antes de continuar lendo o resto do texto.
Também é importante notar que o comprimento médio de uma frase nada mais é do que uma média. Mesmo os escritores que optam por manter o comprimento médio da sentença em, por exemplo, 20 a 25 palavras, devem misturar frases longas e curtas para manter o interesse do leitor. Frases longas têm a vantagem de fluir melhor, mas exigem mais concentração por parte do leitor, e por isso funcionam melhor quando o interesse do leitor é aguçado. Por outro lado, sentenças curtas atraem mais a atenção, e são ideais para manter seu leitor engajado na leitura. Porém, um artigo com muitas sentenças curtas, uma em seguida da outra, também não é bom. Misturar esses dois tipos de frases, curtas e longas, prende bem mais a atenção de sua audiência durante a leitura.
Em suma, o ditado “mais curto é melhor” é uma simplificação sobre o comprimento de frases em artigos científicos. Em vez disso, tanto nativos quanto não-nativos da língua inglesa devem ter certeza de que cada sentença tenha o comprimento apropriado para a idéia que ela expressa.

Usando números em artigos científicos

Quando se deve escrever um número por extenso? Como manter a consistência?
Em geral, um artigo acadêmico requer o uso de números para expressar informações importantes, principalmente nas áreas de ciências. Apesar de ser algo simples, há algumas coisas que você deve ter em mente quando for escrever números. Neste artigo, a palavra “algarismo” se refere especificamente à maneira como um número é escrito em matemática (por exemplo, “4”).
Não comece uma frase com um algarismo.
Ao escrever números que aparecem no início de uma frase de seu artigo, escreva-os por extenso ao invés de escrevê-los como algarismos. Esta distinção não se baseia em gramática, mas sim em convenções da escrita acadêmica em inglês.
  • 15 samples were collected” deve ser escrito como “Fifteen samples were collected
  • Às vezes, escrever o algarismo no início da frase pode ficar estranho. Nestes casos, é preferível reorganizar a sentença de modo que o número não seja colocado no início. Por exemplo, “6579 patient charts were collected for analysis” pode ser escrito como “Charts from 6579 patients were collected for analysis.”
  • Note que alguns compostos químicos incluem números, e estes não devem ser escritos por extenso, mesmo que apareçam no início de uma frase: “5-hydroxytryptamine is a neurotransmitter derived from tryptophan.

Seja consistente ao escrever números

Outra dica para o uso de números envolve consistência em seu artigo. Como mostrado acima, números podem ser escritos na forma de algarismo ou por extenso. Muitos autores escolhem escrever na forma de algarismo quando o número for grande (por exemplo, um número acima de 10), mas escrevem o número por extenso se este for pequeno. Qualquer uma destas opções é boa, mas seja consistente em sua escolha.

  • Se na seção de Métodos você escreveu “We collected a total of eight samples”, evite escrever “Samples from all 8 lakes were nearly identical in pH” na seção de Resultados. Neste caso você tem duas opções: ou você corrige a primeira frase e inclui o algarismo “8”, ou você altera a segunda frase escrevendo a palavra “eight”.
  • Além disso, evite misturar algarismos e números por extenso em uma única frase. Por exemplo, mude a frase “The zoo has two pandas, eight elephants, and 15 orangutans” para “The zoo has two pandas, eight elephants, and fifteen orangutans.”

Outras dicas para manter consistência com relação a números

A seguir são mostradas duas outras maneiras para manter a consistência em relação ao uso de números em seu artigo. Consistência na formatação do número é uma maneira de demonstrar sua atenção a detalhes. Consulte sempre a revista de sua escolha para ver se eles têm alguma preferência de estilo.
  • Ao usar números maiores que 1000 (número escrito no formato da língua inglesa), certifique-se de formatá-los todos da mesma maneira. Por exemplo, 156000156,000, e 156 000 são todos aceitáveis, mas use apenas um desses formatos em seu artigo.
  • Seja consistente com a inclusão ou omissão de um zero antes de decimais (ou seja, use 0.05ou .05, mas não use ambas as formas). Além disso, não misture o uso de um ponto decimal (0.12) com uma vírgula decimal (0,12). Na grande maioria dos casos, as revistas preferem o uso do ponto decimal.


    03 julho 2018

    Não sabe onde depositar os dados da sua pesquisa?

    Você pode optar pelo depósito em Repositórios Multidisciplinares: Figshare: Dryad: Zenodo: Saiba mais:


    Interesse mundial e a produção científica do Brasil e da USP

    Do ponto de vista das instituições de pesquisa, observa-se que as noções de portfólios de pesquisa e análise de portfólio, antes restritas ao mundo corporativo de P & D, estão sendo cada vez mais consideradas em ambientes acadêmicos e de agências de financiamento. De acordo com Klavans e Boyack (2017), a pesquisa hoje é vista como um produto (as publicações representam a oferta), enquanto os financiadores compram essa pesquisa (os investimentos representam a demanda).Seguindo esse ponto de vista, como está o portfólio de pesquisa da USP?

    Nos últimos dois anos (entre 2015 e 2017), os pesquisadores (autores) da USP contribuíram para o avanço da ciência em 15.726 tópicos tendo como base as 10% publicações mais destacadas (Top 10%), distribuídas em diversas áreas de conhecimento, como apresentado na figura abaixo. Quanto maior a bolha, maior é o número de documentos publicados. As bolhas mais próximas da borda da Roda (Wheel) representam tópicos mais focados em uma área de estudo, enquanto que as bolhas mais distantes da borda representam Tópicos mais multidisciplinares. Cada área de conhecimento é representada por uma cor e seus gradientes.  Leia mais


    Internacionalização e impacto da produção científica da USP: tendências positivas

    Levantamento realizado na Plataforma SciVal (Elsevier) revela tendência geral de melhora nos principais indicadores relacionados à produção científica da Universidade de São Paulo. 
    A plataforma SciVal disponibiliza um portfólio de ferramentas de análise de indicadores de produção científica desenvolvida pela Elsevier, que tem como fonte de dados o Scopus e o Science Direct. Dessa forma, permite realizar análises bibliométricas da produção científica de uma determinada instituição, país, região, autor ou grupos de autores, ou ainda em revistas, desde que o material esteja indexado na base de dados Scopus. Encontra-se disponível a todos os pesquisadores da USP. Basta registrar-se para utilizar.

    O levantamento foi realizado entre os dias 14 e 20 de junho de 2018 [Data set] na plataforma SciVal, com dados da base Scopus atualizados até o dia 1º de junho de 2018 e é um retrato desse momento da produção científica indexada de 58.515 autores afiliados à Universidade de São Paulo – USP no período de 2013 a junho de 2018 e totaliza 74.065 publicações, número que reflete o total acumulado de itens publicados no período. Em 2013 a produção científica registrada chegou a 12.762 publicações e em 2017 esse total chegou a 14.193 publicações, contabilizando um crescimento de 11% no período, conforme detalhes exibidos a seguir.  Leia mais


    Journal Citation Reports ganha nova plataforma

    A editora Clarivate Analytics atualizou recentemente a base de dados Journal Citation Reports (JCR). Disponível no Portal de Periódicos da CAPES, a plataforma conta com dados de 80 países, mais de 11 mil revistas científicas e 234 disciplinas, indicando quais são as principais e mais relevantes publicações do mundo. O upgrade do conteúdo incorpora novas análises que oferecem informações mais ricas e detalhadas para melhorar o entendimento dos usuários sobre o desempenho dos títulos. 

    O JCR é um banco de dados originado da coleção principal da Web of Science, que utiliza a plataforma InCites e permite consulta e avaliação de periódicos a partir de dados de citação dos títulos indexados na Web of Science. Por meio do JCR é possível consultar diversos índices, como o fator de impacto da publicação (Journal Impact Factor - JIF), o Eigenfactor, o número total de citações da publicação com e sem autocitações, o índice de imediatismo que mede o quão rápido um artigo é citado em cada publicação, dentre outros.

    A coleção principal da Web of Science, por sua vez, é composta por índices de citações que cobrem as áreas de Ciências (SCI), Ciências Sociais (SSCI) e Artes e Humanidades (A&HCI), além de dois índices de anais de conferências (CPCI-S e CPCI-SSH) e do índice para fontes de informação emergentes (ESCI). 

    Por meio das percepções adicionais acrescentadas ao recurso, pesquisadores da ferramenta poderão explorar de forma mais ampla os principais motivadores que os periódicos valorizam para seus diversos públicos. Segundo a Clarivate Analytics, a atualização beneficia o acesso a dados e métricas de citações, permitindo ao usuário a otimização do uso das informações.

    O JIF e outros indicadores foram melhorados significativamente, com percepções referentes a artigos e outros benefícios, como: páginas de perfis dos periódicos redesenhadas (para ampliar o entendimento dos fatores que tornam uma revista científica influente); transparência em nível de documento para o JIF e novos indicadores; expansão da rede de citação (que agora incluem a contribuição do Book Citation Index); e novas informações contextuais (com adição de dados geográficos de autores e lista das principais contribuições de instituições).

    A mudança tem ainda outros destaques: 276 periódicos receberam seu primeiro JIF e 20 periódicos foram suprimidos para assegurar a integridade dos relatórios. "Indicadores impactantes, quando usados com responsabilidade, são componentes-chave para o processo de avaliação de um periódico. A Clarivate combina dados em âmbito mundial e análises altamente avançadas com um objetivo completo e abordagem neutra, o que permite a evolução contínua do JCR", indica Annette Thomas, CEO do departamento de pesquisas acadêmico-científicas da editora.

    Os usuários do Portal de Periódicos podem visualizar as mudanças do JCR e usufruir dos recursos oferecidos pelo conteúdo por meio da opção 
    buscar base.   
    Fonte: Portal de Periódicos da CAPES

    Biblioteca Nacional disponibiliza Ciência & Cultura em formato digital

    Agência FAPESP – Uma parceria da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) com a Hemeroteca Digital Brasileira, da Biblioteca Nacional, viabilizou a digitalização de toda a coleção da revista Ciência & Cultura.
    O primeiro número foi publicado em 1949, ano seguinte ao da criação da SBPC. Desde 2002, quando a revista passou a ser produzida no Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor-Unicamp), além da versão impressa, a Ciência & Cultura conta com uma versão digital no portal SciELO (Bireme/FAPESP). Os números anteriores a 2002, no entanto, eram de difícil acesso. Com a digitalização, as 456 edições e suplementos da revista podem ser consultados no site: http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/.
    A revista é um marco para a institucionalização da ciência no país. De acordo com Carlos Vogt, editor-chefe da revista e ex-presidente da FAPESP, trata-se de “uma das publicações mais antigas e importantes para a grande virada que a ciência brasileira conhece a partir dos anos 1950”.
    Hoje, Ciência & Cultura busca contribuir para o debate dos grandes temas científicos da atualidade e atrair a atenção, principalmente das novas gerações de pesquisadores, para uma reflexão continuada e sistemática sobre tais temas.
    De periodicidade trimestral, o espaço editorial da revista é dividido em quatro áreas: Núcleo Temático, no qual são publicados artigos com diferentes enfoques sobre um tema específico; Artigos & Ensaios, focados em temas da atualidade científica; Notícias, que fornece uma visão abrangente do que vai pelo Brasil e pelo mundo no universo da ciência; e Expressões Culturais, com resenhas e reportagens sobre tendências em literatura, teatro, cinema, artes plásticas, música, televisão, novas mídias etc. De acordo com Vinícius Martins, coordenador da Hemeroteca Digital Brasileira, o processo de digitalização levou cerca de cinco meses, entre o levantamento dos números, digitalização e processamento das imagens para o reconhecimento do texto.
    “Digitalizamos a totalidade da coleção, todos os números e suplementos. São 456 edições com cerca de 68 mil páginas”, disse. Boa parte dos números impressos já estava na Biblioteca Nacional. “Complementamos os que faltavam em nossa coleção com as edições pertencentes ao acervo do Centro de Memória da SBPC”, disse Martins.
    A consulta de Ciência & Cultura na Hemeroteca Digital pode ser feita por título, período, edição, local de publicação e palavra. “A busca por palavras é possível devido à utilização da tecnologia de Reconhecimento Ótico de Caracteres, que proporciona aos pesquisadores maior alcance na pesquisa textual em periódicos. Todo o texto reconhecível é indexado e pode ser recuperado”, disse Martins. Outra vantagem do portal é que o usuário pode também imprimir em casa as páginas desejadas.

    O capítulo de resultados da dissertação é bastante importante. Afinal, é onde são apresentadas as descobertas - os frutos da pesquisa. Uma boa seção de resultados deve fazer mais do que apenas apresentar dados. Também é vital que as descobertas sejam fáceis de serem entendidas e que ajudem a responder à pergunta de pesquisa.