Um relatório divulgado no mês passado pelas Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos forneceu bases objetivas para ampliar a credibilidade do trabalho dos cientistas, com foco na redução da quantidade de pesquisas cujos resultados acabam não sendo confirmados em estudos posteriores. Intitulado “Reprodutibilidade e replicabilidade na ciência”, o documento de 196 páginas foi encomendado pela National Science Foundation, principal agência de fomento à ciência básica norte-americana, e é fruto de um ano e meio de discussões promovidas por um comitê multidisciplinar composto por 13 pesquisadores.
De acordo com o médico Harvey Fineberg, ex-diretor da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard e presidente do comitê que elaborou o relatório, a confirmação de resultados científicos em estudos subsequentes é um mecanismo de autocorreção da ciência consagrado e de importância essencial. “Mas fatores como falta de transparência na notificação de dados, ausência de treinamento adequado e erros metodológicos podem impedir que pesquisadores reproduzam ou repliquem um estudo”, disse o médico. “Órgãos de financiamento à pesquisa, revistas, instituições acadêmicas, formuladores de políticas e os próprios cientistas têm um papel a desempenhar na melhoria da reprodutibilidade e replicabilidade, garantindo que os pesquisadores sigam práticas de padrão elevado, compreendam e expressem a incerteza inerente às suas conclusões e continuem a fortalecer a rede interconectada de conhecimento científico, que é o principal impulsionador do progresso no mundo moderno”, afirmou Fineberg, no lançamento do documento.
Leia mais. Fonte: Pesquisa FAPESP - junho 2019