Avaliar a pesquisa científica que se faz no Brasil é uma tarefa complexa. Embora a contagem de artigos publicados e outros parâmetros quantitativos sejam relativamente simples de aferir, uma avaliação mais precisa requer, também, uma abordagem qualitativa, que leve em consideração as particularidades de cada área do conhecimento. A avaliação da produção científica nacional foi tema de mesa-redonda na
Reunião Anual da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), que acontece esta semana em São Paulo.
“Não é só a questão da quantidade de artigos publicados. Devemos considerar o seu impacto”, afirmou Mario Neto Borges, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ele mencionou que, embora a produção científica brasileira venha crescendo em quantidade desde a década de 1990, há pouco avanço em relação ao impacto dessas publicações.
Para Borges, a internacionalização da ciência brasileira – isto é, a circulação dos pesquisadores brasileiros em outros países, o estabelecimento de parcerias e o intercâmbio de cientistas estrangeiros no Brasil – tem o potencial de ampliar tanto a quantidade quanto o impacto das publicações científicas. “Esta é uma das missões dessa nova gestão do CNPq”, afirma o presidente, nomeado em outubro passado.
Ainda segundo ele, outra estratégia que pode potencializar o impacto da produção brasileira é o desenvolvimento de projetos de inovação em parceria com empresas. A transformação de conhecimento em riqueza, segundo Borges, ainda deixa a desejar. “Somos bem desenvolvidos em ciência, pouco em tecnologia e quase nada em inovação”, ponderou.
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