09 novembro 2017

Análise sobre as revistas científicas predatórias

Em 2008, Jeffrey Beall, bibliotecário na Auraria Library e professor associado na Universidade do Colorado em Denver, nos Estados Unidos, iniciou uma trilha em busca de respostas para a origem de intrigantes mensagens eletrônicas que recebia constantemente em sua caixa de spam. A maioria dessas mensagens eram convites para que publicasse artigos ou compusesse o corpo editorial de supostas novas revistas científicas. Motivado a descobrir que tipo de instituição enviava tais convites, Beall passou a acessar os sites indicados nas mensagens eletrônicas, identificando que a maioria dessas revistas possivelmente não era exatamente aquilo que dizia ser – e o interesse por trás dos convites realizados era o pagamento das taxas de publicação. De 2011 a 2017, Beall dedicou-se a prestar um importante serviço à comunidade científica mundial: a publicação de uma lista com os nomes de revistas e corporações consideradas predatórias, expressão que ele mesmo cunhou. Criada e atualizada por meio de suas pesquisas e de denúncias realizadas por cientistas de todo o mundo, a chamada “Lista de Beall” logo se tornou referência mundial sobre o tema, sendo disponibilizada em seu blog (https://scholarlyoa.com/). 

Um  crescimento  acentuado  no  número  desse tipo  de  publicação,  que segue  a  lógica de “pagou, publicou”, pode ser observado depois que a política open access ganhou força. As publicações de acesso livre têm na sua gênese o objetivo de democratizar as publicações de artigos de qualidade, avaliados criteriosamente com todo rigor científico. O custeio no sistema open access oficial se dá pelo pagamento de taxas de publicação pelos autores, instituições ou agências financiadoras.   Leia mais

Fonte: Ciência&Cultura, vol.69, no.4, São Paulo, out./dez. 2017.