Bastante utilizado nas ciências exatas, modelo de publicação de preprints ganha espaço na biologia e nas ciências sociais
A Wellcome Trust, fundação do Reino Unido que financia pesquisa biomédica, anunciou no dia 17 de janeiro que passará a aceitar preprints nas referências bibliográficas dos projetos que apoia. Preprints são artigos que ainda não passaram pelo crivo da revisão por pares, a forma de avaliação consagrada em revistas científicas – em vez disso, eles são disponibilizados em repositórios eletrônicos públicos e expõem seus resultados à crítica instantânea da comunidade científica. “Esperamos que, ao citar preprints, os pesquisadores sintam-se encorajados a utilizar esse modelo para divulgar resultados e descobertas mais rapidamente”, explicou, em um comunicado, Robert Kiley, diretor de serviços digitais da Wellcome Trust. No dia 24 de março, foi a vez de os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), principal organização de fomento à pesquisa médica dos Estados Unidos, autorizarem que seus candidatos citem preprints nos projetos submetidos à agência. Revistas científicas costumam levar meses ou até mais de um ano para cumprir as etapas do processo de avaliação de um artigo e publicá-lo efetivamente. Já no caso de um preprint, o manuscrito é imediatamente disponibilizado para leitura e comentários.
Os preprints não querem competir com a publicação convencional em revistas. Trata-se de um complemento. A iniciativa tem inspirado projetos em outros países. No Brasil, a biblioteca eletrônica SciELO (sigla para Scientific Eletronic Library On Line) anunciou em fevereiro que lançará o repositório SciELO Preprints. Segundo o comunicado da direção da biblioteca, o objetivo é dar celeridade à publicação de artigos no país. Leia mais