21 fevereiro 2019

Cientistas e cartunistas se unem para divulgar ciência em quadrinhos

Biólogo da USP e quadrinista lançam tirinha feita a partir de artigo científico, enquanto físico dos EUA publica graphic novel para estimular conversas sobre ciência

Se já é quase consenso que devemos colocar mais ciência na pauta pública, a divulgação científica – que é a comunicação da ciência para o público não especializado – tem feito a festa com os novos meios de comunicação. Todos os dias, novos conteúdos de ciências de criadores de todo o mundo são compartilhados em plataformas como YouTube, mídias sociais e podcasts. Mas também se destacam novos usos que os divulgadores têm dado para velhos meios. Nesta categoria, a adoção da linguagem dos quadrinhos tem bons exemplos aqui na Universidade. Nesta quarta-feira (20), o biólogo e pesquisador da USP Luciano Queiroz e o cartunista Marco Merlin lançaram a tirinha Ciclos, que transformou em HQ os resultados de um artigo científico.
O objetivo do estudo que deu origem à tirinha, feito quando Luciano Queiroz ainda estava na iniciação científica na Universidade Federal de Goiás (UFG), foi estudar como acontece a colonização de riachos por insetos aquáticos. Os insetos aquáticos não são tão conhecidos e muitos deles sequer foram “batizados” com nomes populares. Libélulas, percevejos, besouros e mosquitos são mais famosos, mas nem por isso têm menos importância ecológica do que os efemerópteros, trichopteros e plecopteros – alguns dos personagens do HQ.
“Nós decidimos fazer nosso experimento em riachos intermitentes, que secam em determinada época do ano e voltam a encher no período chuvoso. Isso nos permite observar como um ambiente vazio, sem praticamente nenhum organismo, evolui com o tempo em relação às espécies que o habitam”, conta Bruno Spacek, o primeiro autor do artigo.
Dessa forma, autores esperam fazer chegar em mais gente os resultados alcançados no estudo, mostrando a importância dos insetos para a conservação dos ambientes aquáticos. “A combinação da linguagem visual e textual ao conteúdo científico facilita muito a compreensão dos conceitos mais abstratos ou técnicos”, diz o quadrinista Marco Merlin.  Leia mais 
Fonte: Jornal da USP - 20/2/19