12 abril 2019

Brasil depende de inovação para chegar à rede 5G

A Coreia do Sul lançou a primeira rede nacional de telefonia móvel de quinta geração (5G) dois dias antes da data prevista, para assegurar a posição do país como o primeiro do mundo a oferecer essa tecnologia, que deve revolucionar as telecomunicações. O Jornal da USP no Ar conversou com o professor Marcelo Zuffo, do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica (Poli) da USP, para obter um panorama geral da nova tecnologia e seu impacto na relação do ser humano com os aparelhos eletrônicos.
Apesar de ser apenas tecnicamente uma evolução natural das redes 4G existentes, essa nova tecnologia marcará um ponto de inflexão no futuro das comunicações, trazendo conectividade instantânea de alta potência para bilhões de dispositivos. A nova tecnologia proporciona uma velocidade de conexão com a internet 20 vezes superior ao 4G. O professor Zuffo explica que, nas últimas três décadas, houve um aumento contínuo de inovações tecnológicas no campo da comunicação. “A cada dia que se passa há uma necessidade maior de comunicação”, diz.
Enquanto o 3G proporcionou a saída do meio analógico para o digital, o 4G trouxe a possibilidade da transmissão de dado em formato de vídeo, alterando drasticamente a maneira como o indivíduo utiliza seu telefone móvel, vide a ascensão das redes sociais, Youtube e Netflix. O 5G trará consigo a possibilidade da conexão absoluta, a chamada Internet das Coisas.
Zuffo esclarece que a barreira ‘um para um’ foi superada. Isto é, nos primórdios do processo de desenvolvimento dos computadores, acreditava-se que teríamos um computador por pessoa. Hoje, a proporção é de aproximadamente 100 computadores para cada indivíduo no planeta, ou melhor dizendo, são 70 bilhões de computadores para 7 bilhões de pessoas, claro que distribuídos de forma desigual. Esses computadores estão pulverizados no formato de relógios, celulares, automóveis, geladeiras e fogões. A expectativa é que o 5G conecte todos esses dispositivos.  
Por José Carlos Ferreira - Jornal da USP - 11/4/2019