Em 2006, após uma tentativa frustrada de reproduzir um estudo sobre células-tronco na Universidade Princeton, nos Estados Unidos, onde trabalhava, Pritsker criou o Journal of Visualized Experiments (JoVE), com o objetivo de mostrar visualmente o que pesquisadores fazem para obter seus resultados. “Os vídeos ajudam a perceber sutilezas, como o ângulo em que se deve segurar uma placa de Petri, o que, às vezes, é crucial para um experimento dar certo.” Pritsker passou a apostar nos videoartigos como uma estratégia para ampliar a oferta de informações detalhadas e ajudar outros cientistas a reproduzir os achados.
Seguindo a experiência do russo, outros periódicos do gênero foram lançados. E revistas convencionais também abriram espaço para abrigar esse tipo de publicação. Um exemplo é a Fungal Genetics and Biology (FGB), em circulação desde a década de 1970. Em 2015, o periódico passou a divulgar videoartigos em uma seção especial chamada The Dynamic Fungus. Na visão da bióloga norte-americana Nancy Keller, editora-chefe da FGB, a principal vantagem dos vídeos é dar dinamismo às imagens que geralmente são analisadas de forma estática. “À medida que as ferramentas para estudar biologia celular foram aperfeiçoadas, percebemos que as imagens em movimento de células vivas capturam melhor a ação de fungos do que fotografias”, diz Keller, que é professora da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos.
Por: Bruno de Pierro - Pesquisa FAPESP - abril 2019
Por: Bruno de Pierro - Pesquisa FAPESP - abril 2019