O ano de 2019 certamente entrará para a história das universidades estaduais paulistas como aquele em que USP, Unicamp e Unesp foram protagonistas de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), para averiguar “possíveis irregularidades na gestão das três instituições”.
Os trabalhos da CPI das Universidades estenderam-se por seis meses em um contexto nacional de grande hostilidade contra o ensino superior público. Para além dos cortes de verbas promovidos pelo governo Bolsonaro, que afetaram sobretudo as instituições federais, o que se viu nas redes sociais foi uma verdadeira campanha difamatória fomentada por notícias falsas e comentários preconceituosos sobre o cotidiano nas universidades públicas brasileiras — disseminados, inclusive, pelo próprio ministro da Educação.
A despeito do cenário desfavorável e de toda a tensão inerente à situação, as estaduais paulistas souberam aproveitar sua condição de investigadas para explicar aos deputados da Alesp, e à sociedade de modo geral, como funcionam e o que representam para o País três das melhores universidades de pesquisa da América Latina. As explicações foram dadas pelos atuais reitores e por outras 14 pessoas que depuseram à CPI em sessões transmitidas ao vivo pela TV ou pela internet. A esses depoimentos se somou a exorbitante quantidade de dados e detalhamentos solicitada pelos parlamentares, o que exigiu uma força-tarefa dedicada nas universidades, e que em muitos casos sequer foi mencionada nas conclusões da CPI. Leia mais. Fonte: Jornal da USP - 11/02/20