07 agosto 2020

Bibliometria: alcance amplificado

Relatório que calcula o fator de impacto de periódicos científicos evidencia evolução positiva de revistas do Brasil

O Journal Citation Reports (JCR), relatório da empresa Clarivate que avalia anualmente o impacto de milhares de revistas científicas do mundo, mostra em sua edição mais recente uma evolução positiva no desempenho dos periódicos do Brasil, apesar de dificuldades de financiamento que muitos vêm enfrentando. Entre cerca de 130 títulos do país avaliados, nove tiveram fator de impacto (FI) superior a 2. Isso significa que em 2019 os artigos publicados por eles no biênio anterior foram citados em periódicos mais do que duas vezes, em média. O número de citações é um indicador consagrado para mensurar a repercussão de um trabalho científico. A performance de 2019 repete a do ano anterior e é superior à de 2015, quando só três títulos do Brasil superaram a barreira das duas citações por artigo.
As revistas editadas por Meyers e Metzger são as únicas brasileiras que pertencem ao extrato mais influente de publicações do Journal Citation Reports, o chamado primeiro quartil, que reúne os 25% de títulos com maior fator de impacto em suas áreas. O contingente é pequeno quando comparado ao de outros países. Os Estados Unidos, com mais de 4 mil títulos no JCR, têm cerca de mil entre os de melhor desempenho. “Temos pelo menos uma dezena de publicações em condições de alcançar esse pelotão de elite em algumas áreas e deveríamos investir no crescimento da visibilidade delas para ampliar o impacto da pesquisa feita e comunicada no Brasil. A maioria tem contribuições decisivas para o avanço da pesquisa do Brasil em contextos altamente competitivos e sem condições que favoreçam o aumento rápido do fator de impacto”, afirma Abel Packer, coordenador da biblioteca SciELO Brasil, iniciativa criada pela FAPESP em 1997 que hoje reúne quase 300 revistas de acesso aberto. Entre aquelas com desempenho consolidado, destacam-se Scientia Agrícola, das ciências agrárias, e Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, da área de medicina tropical e parasitologia humana, ambas da coleção SciELO.   Saiba mais.  
Fonte: Pesquisa FAPESP - ago. 2020