A radiação gama pode ser usada para proteger filmes fotográficos e cinematográficos da degradação causada pelas condições ambientais. A dose necessária é de 6 a 10 quilos gray
A aplicação de radiação é uma técnica de
conservação de acervos históricos utilizada para proteção, desinfestação e
desinfecção de materiais contaminados com insetos e fungos. A historiadora
Maria Luiza Emi Nagai determinou o intervalo de doses de radiação gama e feixe
de elétrons necessário para proteger filmes fotográficos e cinematográficos,
sem alterar a composição do material. Os resultados mostraram que a dose ideal
de radiação a ser aplicada com segurança nos filmes é de 6 a 10 quilos gray
(kGy) – unidade de medida que representa a quantidade de energia de radiação
ionizante absorvida por unidade de massa.
O vasto acervo bibliográfico da USP conta com
filmes fotográficos e cinematográficos compostos de triacetato de celulose, que
é muito sensível às condições ambientais de temperatura e umidade. Umidade
acima de 50% já começa a degradar os filmes em um processo chamado
desacetilação. Esse processo é conhecido como “síndrome do vinagre”, porque
filmes com essa composição contêm ácido acético (vinagre) em sua fórmula.
Iniciada a degradação, o material começa a se desfazer, liberando o cheiro
forte do ácido. Veja mais.
Fonte: Jornal da USP – 10/02/21.