02 agosto 2021

Mobilidade acadêmica - Horizonte limitado

Cientistas que passam toda a carreira em uma mesma instituição tendem a ter agendas de pesquisa menos ambiciosas e produção de baixo impacto, diz estudo

Pesquisadores que constroem sua carreira na mesma instituição em que obtiveram o doutorado tendem a se dedicar a estudos de caráter incremental, de baixo impacto e focados na confirmação de ideias estabelecidas. Já os cientistas que diversificam sua experiência profissional e migram para instituições diferentes daquelas em que se doutoraram se engajam mais em trabalhos colaborativos, multidisciplinares e orientados à produção de conhecimento novo e disruptivo, mesmo em um cenário de escassez de financiamento. A distinção entre esses perfis marca as conclusões de um estudo publicado na revista Higher Education Quarterly que analisou a relação entre mobilidade acadêmica e agenda de pesquisa de cientistas em mais de 140 países.
O trabalho se baseou em dados de 7.158 pesquisadores de diferentes áreas do saber que publicaram pelo menos um artigo em periódicos internacionais entre 2010 e 2016. Eles preencheram um questionário sobre sua trajetória acadêmica, no qual informaram as instituições em que obtiveram o doutorado e trabalharam, suas linhas de pesquisa e principais publicações nos últimos anos. Os autores então cruzaram essas informações com dados sobre a produção científica dos participantes armazenados na base Scopus, da editora Elsevier. “Isso nos permitiu determinar o grau de mobilidade de cada um deles e categorizá-los de acordo com diferentes agendas científicas”, informa o sociólogo português Hugo Horta, da Faculdade de Educação da Universidade de Hong Kong, um dos autores do trabalho.   Saiba mais.
Fonte: Pesquisa FAPESP - ago. 2021