04 outubro 2021

Engrenagens do conhecimento

Relatório traz dados originais sobre características da produção científica brasileira 

Um estudo divulgado em junho pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, apresentou dados sobre a evolução recente da produção de conhecimento no país e os tópicos que mais mobilizam os pesquisadores. O trabalho, intitulado “Panorama da ciência brasileira: 2015-2020”, contabilizou 372 mil artigos indexados nesse período na base Web of Science (WoS) que têm pelo menos um autor vinculado a uma instituição do Brasil. Isso equivale a 3,2% do total mundial. Um dado eloquente é a velocidade com que a produção brasileira vem avançando: o número de papers cresceu 32,2% entre 2015 e 2020, acima da média mundial, que foi de 27,1%.
O levantamento utilizou uma metodologia peculiar para mapear os temas pelos quais os pesquisadores mais se interessaram nos últimos seis anos. Foi aplicada uma técnica de identificação de “similaridades semânticas” entre o conjunto de artigos: um algoritmo identifica, no resumo de cada paper, quais são as palavras mais relevantes, conectando-o com outros trabalhos que apresentam conteúdo semelhante. O resultado foi um mapa de 45 assuntos, ou agrupamentos temáticos. No topo aparece a educação, com mais de 16 mil artigos. “A escolha metodológica que fizemos permitiu quebrar a estrutura fixa das árvores de conhecimento utilizadas por grandes bases de indexação científica e vislumbrar aspectos que costumam ser pouco visíveis”, afirma Adriana Badaró, coordenadora do Observatório de Ciência, Tecnologia e Inovação do CGEE, responsável pelo estudo. “Esse tipo de análise, com maior foco na multidisciplinaridade, revela contribuições plurais de diferentes áreas de pesquisa.”   Saiba mais.   Fonte: Pesquisa FAPESP - out. 2021