As Diretrizes Gerais sobre a Aprendizagem Híbrida, apresentadas para
consulta pública pelo Conselho Nacional de Educação no mês de novembro de 2021,
demandam análise crítica, diante de seus potenciais impactos sobre a educação
básica e a educação superior, notadamente a formação de professores.
Como já é
possível reconhecer na BNCC, nessas Diretrizes Gerais sobre a Aprendizagem
Híbrida optou-se por falar em aprendizagem e não em ensino. Centraliza-se,
assim, o processo pedagógico na(o) estudante e, principalmente, naquilo que
ela(e) deverá ser capaz de fazer na sua trajetória escolar. Nessa perspectiva,
o professor, se devidamente “treinado” para atuar como um técnico na
implementação da BNCC, é entendido como elemento de menor importância, embora o
texto do documento esforce-se em alguma medida por dizer o contrário. Ademais,
ao enfatizar a centralidade na(o) estudante, as Diretrizes identificam no ensino
remoto as soluções para problemas reconhecidos no ensino presencial, embora
esses problemas não possam ser explicados pela modalidade do encontro
pedagógico, implicando o enfrentamento da ausência ou precária presença do
Estado no financiamento e fomento da educação pública de qualidade; sem contar
que ignoram as condições objetivas para o emprego de tecnologias de
comunicação, quer pelas restrições tecnológicas, de conectividade e de
disponibilidade de dispositivos, quer, mais preocupante ainda, por aquelas de
incorporação de conteúdos que, quase intrinsecamente, demandam interações
presenciais, face a face. Saiba mais. Fonte: Jornal da Ciência - 15/12/21