O mecanismo de ação do fungo Moniliophthora
perniciosa, que provoca nos cacaueiros a doença conhecida como
vassoura-de-bruxa e traz grandes prejuízos aos produtores brasileiros, está
sendo cada vez mais elucidado. Em artigo publicado
no Journal of Experimental Botany,
pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da USP
relataram que o patógeno faz com que a planta cresça desproporcionalmente,
drenando sua energia. E quando esta morre, ele coloniza as células necrosadas e
se nutre com a lignina acumulada.
Em trabalho anterior, o grupo já havia mostrado que o
fungo sintetiza o hormônio citocinina, que altera o equilíbrio hormonal da
planta e leva ao crescimento excessivo dos tecidos infectados, competindo com a
produção dos frutos e o crescimento das raízes, exaurindo a planta por meio de
um mecanismo semelhante ao do câncer.
Agora, o grupo descobriu que o processo de infecção ocorre em duas etapas. Na primeira o fungo libera citocinina, que faz o cacaueiro produzir seu alimento favorito, a lignina, que ele consome na segunda.
Agora, o grupo descobriu que o processo de infecção ocorre em duas etapas. Na primeira o fungo libera citocinina, que faz o cacaueiro produzir seu alimento favorito, a lignina, que ele consome na segunda.
O engenheiro agrônomo Antônio Figueira, professor do CENA e coordenador da pesquisa, explica: “Há dois tipos de patógenos de plantas: os biotróficos, que requerem tecidos vivos para se nutrir; e os necrotróficos, que se alimentam de tecidos mortos. Existe também uma classe híbrida, constituída pelos chamados hemibiotróficos, que infecta inicialmente células vivas e, em uma fase subsequente, passa a parasitar células mortas. O Moniliophthora perniciosa pertence a essa terceira classe”. Saiba mais. Fonte: Jornal da USP - 14/04/22