Os dois anos de aulas preferencialmente remotas no ensino médio, por
causa da pandemia da covid-19, levaram a lacunas em conhecimentos básicos, que
precisam agora ser preenchidas por universidades com programas e tutorias -
para desenvolver sobretudo habilidades como leitura e síntese - além de
disciplinas extras de reforço. As iniciativas incluem também alunos que
entraram na universidade durante a crise sanitária. "Não podemos fingir
que nada aconteceu", diz o pró-reitor adjunto de Graduação da USP, Marcos
Neira. "Há habilidades e conhecimentos que não podem ser desenvolvidos em
uma sala virtual."
A USP investiu R$ 3
milhões em um programa de tutoria para recuperação de conhecimentos. Neira
destaca que o reforço é voltado tanto para os alunos que chegam agora - vindos
do ensino médio remoto - quanto para quem já está no curso. "Pela primeira
vez, temos, em tese, três turmas de 1º ano." Por isso, as tutorias tratam
de temas básicos, como leitura acadêmica, até os mais complexos, de disciplinas
já cursadas.A ação é emergencial, mas há possibilidade de renovação. São 376 projetos, com 498 tutores: estudantes do último ano, da pós e do pós-doutorado. Eles, reforça Neira, não substituem o professor. Dão atendimento mais individualizado e, pela idade próxima, têm vantagem em se conectar com o tutorado, na linguagem e no tipo de relação. Permite ainda a vivência do campus que os alunos não tiveram antes. Saiba mais. Fonte: Jornal da Ciência - 23/05/22