Nos últimos quatro anos, assistimos ao recrudescimento do autoritarismo
no país em sentido lato e, em particular na ciência, revivemos tempos
pré-iluministas. Poucas vezes na história deste país foi tão generalizado o
desapreço pela ciência, numa orquestração que envolvia jogar a opinião pública
contra teses científicas consolidadas (como o notório terraplanismo) e a
drenagem de recursos da ciência para outros fins (como as investidas do
Ministério da Economia para abocanhar o FNDCT). A questão é que sem políticas públicas
científicas, o desenvolvimento tecnológico e intelectual de um país torna-se
tarefa inglória. Passado este tormento, voltamos ao ponto em que nos
encontrávamos antes, uma sociedade científica cheia de problemas estruturais,
vivendo crises periódicas seja pela falta de financiamento seja pelo excesso de
um corporativismo estrutural nas universidades. Apesar de tudo, renova-se o
sentimento de que estamos construindo um ambiente capaz de não somente produzir
conhecimento científico, como também promover o desenvolvimento das
potencialidades do indivíduo. Mas aqui estamos, tratando de problemas que nos
acompanham há décadas.
Saiba mais. Fonte: Jornal da Ciência - 06/06/23
Saiba mais. Fonte: Jornal da Ciência - 06/06/23