Ao estudar
práticas de manejo sustentáveis para a agricultura, particularmente canaviais,
pesquisadores brasileiros demonstraram que corpos d’água, como pequenas lagoas
e mesmo poças, podem manter serviços ecossistêmicos, desde que existam nos
arredores espécies animais tolerantes que substituam as mais sensíveis às
práticas agrícolas. Em um trabalho inovador, no qual áreas de cultivo em
larga escala foram manipuladas, o grupo testou as consequências da
intensificação do uso da terra comparando pastagens extensivas e intensivas e
plantações de cana-de-açúcar, com simulações de lagoas e poças de 4 mil litros.
Apesar de as áreas canavieiras terem recebido aplicação de inseticidas e de
vinhaça, a biomassa no hábitat [quantidade de matéria orgânica animal] ficou
estável nos três cenários. O trabalho foi conduzido no âmbito de um Projeto
Temático vinculado ao Programa FAPESP de Pesquisa
sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) e liderado pelo engenheiro agrônomo Luiz
Antonio Martinelli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura
(CENA) da USP. Também recebeu financiamento por meio de um projeto coordenado pelo biólogo Victor
Satoru Saito, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Ambos são coautores do artigo. Saiba mais.
Fonte: Agência FAPESP - 03/08/23