Em setembro, a fábrica em Lajinha, leste de Minas Gerais, da
subsidiária brasileira da NetZero, empresa sediada em Paris, pretende começar a
produção contínua de biocarvão com palha de café recolhida das fazendas de 400
cafeicultores da região. Os que forneceram a matéria-prima serão os primeiros a
usar o pó preto como adubo em suas terras, esperando colher resultados ao menos
semelhantes aos obtidos em experimentos feitos em pequena escala por centros de
pesquisa do Brasil e de outros países. O também chamado biochar é produzido por
meio do aquecimento sem oxigênio em fornos chamados pirolisadores de resíduos
agrícolas, entre eles espiga de milho, casca de babaçu, arroz e algodão,
serragem e restos de madeiras, açaizeiros e dendezeiros. A mesma planta pode gerar
materiais com composição química e propriedades próprias. Um artigo de março na Brazilian
Journal of Animal and Environmental Research mostrou que o
biocarvão feito com Phyllostachys aurea, espécie exótica de bambu, tem
teores de carbono mais altos que o de Guadua sp.,
espécie nativa de bambu, ambas comuns no sul do país. Saiba mais. Fonte: Pesquisa FAPESP – ago. 2023