Na correria do dia a dia, a
rotina se torna uma sucessão de eventos: acordar, trabalhar, almoçar,
trabalhar, jantar e dormir, o que deixa pouco espaço para pausas ou outras
atividades. É comum ouvir pessoas que se queixam de que o tempo está passando
muito rápido. Por outro lado, há quem reclame que o tempo está muito lento, se
arrastando. O que de fato acontece? De acordo com Rafael Samhan Martins,
professor de física do Colégio Liceu Albert Sabin, de Ribeirão Preto, a
sensação de rapidez ou lentidão do tempo está associada à concentração e à
satisfação experimentadas ao realizar atividades cotidianas. “Quando estamos
envolvidos em atividades que exigem nossa total atenção, como assistir a um
filme ou realizar tarefas complexas, há uma dilatação do tempo. Desviamos nossa
concentração e não percebemos o tempo passando, resultando em uma experiência
que parece ter durado apenas alguns minutos”. O contraponto ocorre em
situações de tédio ou isopostas, nas quais o olhar constante para o relógio
cria a sensação de que o tempo se estende indefinidamente. “Você fica pensando
no tempo, então ele começa a ‘passar mais devagar’, porque você está percebendo
ele”, explica o físico.