25 janeiro 2018

Engenheiros agrônomos lançam livro sobre a evolução do agro nos últimos 50 anos

Muitas transformações ocorreram na agricultura e na pecuária nacionais nos últimos 50 anos. Da figura do Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, ao profissional que alimenta as cidades e sustenta a balança comercial do país, tudo no agro mudou. Parte dessa história de mudança foi protagonizada pelos 200 engenheiros agrônomos formados pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz em 1967, para comemorar meio século de formatura lançam o livro “50 anos: da agricultura tradicional ao agronegócio – Legado dos engenheiros agrônomos Esalq-USP 1967”.
A obra, que tem prefácio do engenheiro agrônomo, Fernando Penteado Cardoso, traz aspectos históricos políticos, socioeconômicos, e da Esalq. Seu diferencial está em apontar a evolução da agricultura brasileira nas áreas de atuação desses esalqueanos formados em 1967. Com gráficos, textos e imagens, é possível acompanhar como os diversos setores rurais, nos quais atuaram, cresceram no período. A publicação mostra também a trajetória profissional desses engenheiros agrônomos, relatada através de minibiografias. 
A organização da obra é assinada pela jornalista Marlene Simarelli, especialista em conteúdo sobre agricultura e meio ambiente. Assinam os capítulos além da própria jornalista, os integrantes da turma Adilson Dias Paschoal, Amauri Dimarzio, Moacir José Costa P. de Almeida, João Domingos Vieira, Ondino Cleante Bataglia e o também jornalista Jeferson Batista. O livro começou a ser planejado em 2012 e elaborado a partir de fevereiro de 2013, com a realização de mais de duzentas entrevistas.

Relatório confirma liderança da USP na ciência brasileira

Clarivate Analytics mostra a Universidade como responsável por 20% da pesquisa produzida no País entre 2011 e 2016

Neste 25 de janeiro, a USP completa 84 anos de sua criação e comemora a data com uma notícia que reflete sua importância para o desenvolvimento científico brasileiro: é a maior produtora de documentos de pesquisa do País (mais de 20% da produção nacional).
O número consta no relatório Research in Brazil, disponibilizado pela Clarivate Analytics à Capes, e divulgado no site do órgão federal no dia 17 de janeiro.
O documento traz o desempenho da pesquisa brasileira em um contexto global entre os anos 2011 e 2016. Os dados foram obtidos do InCites, plataforma baseada nos documentos (artigos, trabalhos de eventos, livros, patentes, sites e estruturas químicas, compostos e reações) indexados na base de dados multidisciplinar Web of Science – editada pela Clarivate Analytics (anteriormente produzida pela Thomson Reuters).

As principais conclusões do relatório são:
  • O Brasil é o 13º maior produtor de publicações de pesquisa em nível mundial;
  • Historicamente, o impacto da citação dos documentos brasileiros é abaixo da média mundial, mas, nos últimos seis anos, aumentou mais de 15%;
  • O País produz artigos científicos altamente citados e alcançou boas taxas entre 1% dos papers mais citados do mundo;
  • Pesquisadores brasileiros têm trabalhado mais em parcerias internacionais, gerando um impacto maior que a pesquisa doméstica;
  • No geral, as pesquisas em parceria com a indústria representam cerca de 1% dos trabalhos brasileiros;
  • As grandes empresas farmacêuticas foram os colaboradores industriais mais frequentes e a Petrobras foi a única empresa nacional a colaborar significativamente com os acadêmicos brasileiros;
  • Os campos de meio ambiente, ecologia, psiquiatria/psicologia e matemática têm um impacto de citação aproximando-se da média mundial e são áreas em que o Brasil poderia emergir como líder;
  • A atividade de pesquisa no Brasil está focada em alguns Estados (particularmente São Paulo), mas outros apresentam um desempenho relativamente bom com base em métricas de citação.  
    Leia mais

Você sabe o significado dos desenhos na Torre do Relógio?

Localizada na Cidade Universitária, em São Paulo, obra tem desenhos em alto e baixo relevo simbolizando arte e ciência interligadas

A Praça do Relógio é o principal cartão postal da USP. Ali, baterias universitárias ensaiam, pessoas se exercitam, estudantes e não estudantes marcam encontros. Em seu centro está a Torre do Relógio, projetada para ditar o ritmo da vida na Universidade. A intenção ao ser projetada era de que a Torre fosse um marco de orientação, não só física como também psíquica.
A Torre do Relógio foi inaugurada em 1973. É composta por duas placas em concreto armado que possuem 50 m de altura por 10 m de largura cada uma.
Na parte superior da obra está o relógio, seu mostrador tem mais de três metros de diâmetro; o ponteiro de minutos tem 1,50 m e o das horas, 1,30 m. 
Elisabeth Nobiling, professora de Plástica da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP foi a responsável pela parte escultórica da torre.
São doze os painéis dispostos entre as duas placas, seis em cada uma. Os desenhos dos painéis foram feitos em baixo e alto relevo. O lado voltado para o prédio da antiga reitoria representa “o mundo da fantasia”. Já o outro lado, que aponta para a nova reitoria, simboliza “o mundo da realidade”. Ciências humanas e ciências exatas, respectivamente, integradas.  Veja fotos

24 janeiro 2018

Integração dos sistemas da USP e da Fapesp facilita prestação de contas

A integração faz parte de uma estratégia da Pró-Reitoria de Pesquisa para auxiliar o pesquisador na gestão de projetos

Está em fase piloto na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) a integração do módulo de prestação de contas do sistema de Gestão da Informação de Projetos (GIP) com os sistemas Agilis, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Desenvolvido pela Pró-Reitoria de Pesquisa, em parceria com a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI), o GIP é um sistema da USP que contém ferramentas para o gerenciamento de projetos de pesquisa provenientes de financiamento externo. Seus processos abrangem as etapas de cadastro, execução e prestação de contas, entre outras funcionalidades, como controle de saldo e elaboração de relatórios gerenciais.
Uma das grandes vantagens do GIP é a integração com outros sistemas da USP, como o MercúrioWeb, e com os sistemas SAGe e Agilis da Fapesp. Desde maio de 2017, os auxílios aprovados pela Fapesp – que atualmente são gerenciados pelo sistema SAGe – já são automaticamente inseridos no GIP e, a partir de agora, a prestação de contas realizada no GIP também poderá ser exportada para o sistema Agilis da Fapesp.
“Cerca de R$ 500 milhões de recursos de pesquisa da Fapesp são anualmente destinados à USP e o gerenciamento desse dinheiro é, muitas vezes, feito pelo próprio pesquisador. Há seis meses, a Pró-Reitoria de Pesquisa e a Fapesp trabalhavam para a elaboração de um convênio que permitisse a integração dos sistemas no que se refere à prestação de contas. Como resultado, o pesquisador que já utiliza a GIP para o gerenciamento de seus projetos não precisa mais reinserir os dados na plataforma da Fapesp. Isso facilita a contabilidade dos projetos e aumenta a transparência na utilização dos recursos”, afirmou o pró-reitor de Pesquisa, José Eduardo Krieger.  Leia mais

23 janeiro 2018

Concurso FameLab de comunicação científica tem nova edição


Organizado pelo British Council, o FameLab 2018 acontece em 32 países simultaneamente. 
etapa da semifinal brasileira será em abril com a participação de pesquisadores de todas as regiões do País.

Produzir um vídeo de três minutos, sem edição e nenhum apoio de dispositivo eletrônico, para explicar um conceito científico ou tecnológico e mostrar sua importância ou impacto na vida cotidiana. Este é o desafio da 3a edição do FameLab Brasil – competição internacional voltada para pesquisadores que acontece simultaneamente em 32 países e é organizada pelo British Council.

Os autores dos 30 melhores vídeos (julgados pelo conteúdo, clareza e carisma) ganharão
passagem e estadia para ficar de 23 a 27 de abril no Rio de Janeiro, onde serão treinados por um especialista britânico da comunicação para se apresentarem ao vivo no Museu do Amanhã diante de um comitê avaliador e convidados. Serão selecionados dez finalistas, que passarão por outra etapa de treinamento e farão uma nova apresentação para concorrer ao grande prêmio: uma viagem para disputar as finais no Reino Unido, durante o Festival de Ciência de Cheltenham, que acontece de 4 a 10 de junho, na Inglaterra.

Inscrições – A submissão dos vídeos (em duas versões – português e inglês) deve ser feita pelo site www.famelab.com.br  até 28 de fevereiro. Nesse site também consta o edital com as regras do concurso. “De forma geral, podem participar pessoas que têm paixão pela ciência, com nível mínimo de mestrado nas áreas de ciências da vida ou ciências exatas, tecnológicas e engenharia [STEMM, na sigla em inglês]. Estas áreas essenciais para a inovação”, explica o diretor presidente do British Council, Martin Dowle. Os interessados podem se inspirar assistindo os vídeos do FameLab global (http://bit.ly/2AR6eZm) e da semifinal brasileira de 2017 (http://bit.ly/2DoeAuJ).

Sobre o FameLab: Trata-se da maior competição de comunicação científica do mundo, que acontece em 32 países e é organizada pelo British Council (www.britishcouncil.org.br/famelab). Seu objetivo é promover a aproximação entre cientistas e público em geral, por meio da contextualização e abordagem de temas científicos no dia a dia da sociedade, além de incentivar o desenvolvimento de competências em comunicação, em especial a habilidade oral.

Projeto Memória USP

O projeto Memória USP está reunindo os acervos fotográficos e documentais referentes à história e à memória institucional de cada unidade da Universidade de São Paulo. Os dados estão disponíveis neste website que relaciona unidades, eventos históricos, pessoas e locais em uma interface de tempo-espaço.
Atualmente o Memória USP conta com informações de 37 unidades. Acompanhe nossas atualizações pelo Facebook do Museu de Ciências.
Todos os documentos disponíveis neste website são de propriedade intelectual da Universidade de São Paulo e/ou de seus respectivos autores, e estão sob licença Creative Commons.  Clique aqui para acessar o projeto. 

O plain english e 7 dicas para melhorar a versão em inglês de seu artigo


Em língua inglesa, tanto para textos corriqueiros como para textos formais, existe uma tendência que vem se tornando cada vez mais forte e afeta hoje em dia os escritores de artigos científicos. Essa tendência é chamada de “plain english” que significa “inglês simples”.
Produzir textos em “plain english” não significa empobrecer a informação a ser dada, muito menos deixar de fornecer dados que sejam importantes, mas sim, reduzir sentenças de modo que passem a informação necessária e não complique o entendimento do leitor.

Keep your sentences short! (Mantenha suas sentenças curtas!). O comprimento de um parágrafo neste tipo de escrita deve conter entre 15 e 20 palavras.

Pratique o “plain english”
Parágrafo em Português:
“A determinação de propriedades mecânicas de ligas metálicas contendo manganês foi realizada com o uso de testes de curva de tensão-deformação.”

Tradução direta para o Inglês:
“The determination of the mechanical properties of alloys containing manganese was carried out using the stress-strain tests.”

Retirando excessos:
“Mechanical properties of alloys containing manganese were evaluated using the stress-strain tests.”

Simplificando a linguagem:
“Mechanical properties of Mn-containing alloys were evaluated via stress-strain analyses.”

Simplificando mais ainda:
“Manganese alloys mechanical properties were evaluated by stress-strain analyses.”

Como melhorar a versão inglês de seu artigo

1° Dica
Use conectivos para as frases dentro de um parágrafo, como: Nevertheless (Não obstante), Nonetheless (Todavia), Thus (Assim), Therefore (Portanto), Hence (Por isso), However (Porém), In addition (Além), Moreover (Além disso), Yet (Ainda), Although (Embora). Mas não exagere, pois pode causar uma má impressão ao leitor. Use também conectivos como: not only

[…] but also; either […] or. Exemplos: “The boy missed his bus; however he arrived on time for school”.

2° Dica
Longas cadeias de “of the” são uma construção “aportuguesada”. Portanto, evite na mesma frase o uso de muitos “of the”(s), eles delatam a falta de habilidade com a Língua Inglesa. Ex: “The manager deals with the customers of the department of the store”. Trocar por: “The manager deals with the customers of the store department”.

3° Dica
Inversão na ordem de substantivos e modificadores do substantivo. É errado escrever “It involves the procedure requested”; o correto seria “It involves the requested procedure”. Já os advérbios de modo, como “efficiently”, vêm no final. Exemplo: “It modifies the requested procedure efficiently”.

4° Dica
Logo após advérbio, no início de uma frase, deve-se usar vírgula. Exemplo: “Thus, this might be damaged in few minutes”.

5° Dica
Uso de vírgulas em enumerações antes do “and”. Exemplo: “A scientific paper should have: a Title, Abstract, Introduction, Materials and Methods, Results, and Discussion”.

6° Dica
O título deve ser feito com o menor número de palavras possíveis que descrevem eficazmente o conteúdo do artigo. Evite o uso de expressões como: “A study of…”; “Investigations of…”; and “Observations on…”. Se o estudo for relacionado a uma determinada espécie, identifique-a no título. Se as interferências mencionadas no artigo são de uma determinada região, indique essa região no texto. Exemplo: “Insecticide resistance in houseflies from the Middle East and North Africa with notes on the use of various bioassay techniques”.

7° Dica
Pratique a sintetização do seu texto elaborando “highlights”, além de serem obrigatórios no ato da submissão em algumas revistas, exercita a habilidade de focar nas informações de maior interesse para o leitor. Os “highlights” consistem de uma pequena coleção de palavras que transmitem os resultados principais do artigo. Exemplo: “We model four hospitals which have regulated prices and compete on treatment”

3 motivos para fazer fichamento de livros e de artigos

O fichamento, resumo ou anotação de partes importantes de um texto ou artigo em fichas de leitura, facilita e muito a vida acadêmica. 
No entanto, subestimamos a sua importância e, infelizmente, só percebemos isso no momento em que mais precisamos: ao estudar para uma prova, ao escrever um artigo para publicação ou mesmo ao fazer um trabalho.


1. Eficiência
O fichamento de um livro serve para futuras consultas e, por apresentar as informações mais relevantes, você não precisará recorrer novamente ao livro ou texto, aumentando assim sua eficiência e produtividade. Além disso, o fichamento ajuda a fixar melhor o conteúdo lido, no caso de uma prova, e auxilia a compreensão dos principais temas abordados no livro, facilitando a escrita de um texto.

2. Tempo
Para quem tem pouco tempo para se dedicar aos estudos, a rapidez e a prontidão das informações são facilitadores na vida acadêmica. Se você tiver o fichamento com antecedência, não precisará perder tempo procurando em que página do livro está a citação a ser utilizada ou buscando o nome do texto e do autor na hora de apresentar as referências bibliográficas.

3. Organização
Para ser bem-sucedido ao escrever um trabalho, um artigo ou ainda para estudar, é fundamental organização com o material de estudos. Portanto, ao guardá-lo num lugar de fácil acesso, você encontrará o que precisa prontamente sem precisar revirar a casa do avesso e, o melhor, sem precisar se estressar desnecessariamente.

Como escrever o Material e Métodos de um trabalho acadêmico


O professor Gilson Volpato, um dos pensadores mais respeitados na área de redação científica, recomenda dividir a redação da seção Material e Métodos em quatro etapas:

1. Descrição do sujeito ou do objeto de estudo
Estudos com animais ou outros organismos devem começar com a caracterização e a procedência destes, e os critérios de inclusão/exclusão utilizados na composição da população ou da amostra. Estudos realizados a campo devem conter a localização exata e caracterização do local onde a pesquisa foi realizada.

2. Delineamento da pesquisa
Descrever o tipo de estudo realizado, o delineamento da pesquisa, os tratamentos utilizados, as estratégias utilizadas na composição dos tratamentos, o tamanho da amostra, e o número de repetições. Questões éticas ou de consentimento, quando necessárias, também devem ser informadas.

3. Procedimentos específicos
Em seguida, faça a descrição, preferencialmente em ordem cronológica, dos procedimentos que serão (projeto)/foram (trabalho) utilizados na pesquisa, o manejo utilizado, o controle das condições experimentais, as técnicas de coleta de dados, as avaliações realizadas, as variáveis analisadas.

4. Análise dos dados
Relacionar os testes estatísticos que serão (projeto)/foram (trabalho) utilizados na análise dos dados (testes de normalidade, homocedasticidade, variância, comparação de médias, etc), indicando sempre os valores de referência de significância de cada teste.

7 dicas para agilizar a escrita do artigo científico

1) Não comece a escrever diretamente
Não comece por uma versão 1.
Faça o seguinte exercício antes.
Suponha que você está em um encontro científico e um colega lhe pede para descrever o seu trabalho.
Como você descreveria seu trabalho em um minuto?
Escreva os dois ou três pontos mais importantes do seu trabalho.
Faça este exercício com um colega real e pergunte se ele entendeu e se faz sentido.
Um problema comum quando se tenta resumir o próprio trabalho é que, em geral, ele envolve muitas atividades, procedimentos e resultados e a gente acaba se perdendo.

2) Antes de começar a escrever é bom fazer um plano Ou seja, um esboço do artigo antes da escrita propriamente dita.
O propósito do esboço é dividir a escrita do artigo inteiro em um número de tarefas menores.
Um bom esboço organiza os vários tópicos e argumentos de forma lógica.
O esboço permite identificar lacunas no trabalho antes da escrita do artigo.
Mas como fazer um esboço do artigo?
Escreva as duas ou três mensagens centrais do artigo (aquelas do primeiro exercício).
A partir das ideias centrais tente fazer com que cada frase tenha de 20 a 25 palavras.
Tudo no artigo será escrito para apoiar essas mensagens centrais.

3) Defina os materiais e os métodos
Descreva de maneira sucinta.
A população com a qual se trabalhou
O tipo de amostragem adotada
Os materiais utilizados
Os métodos usados

4) Resuma a(s) questão(ões) e o(s) problema(s)
O que era conhecido antes de se começar o estudo?
Liste a(s) questão(ões) e o(s) problema(s).
Que resposta(s) era(m) necessária(s) para o(s) problema(s) colocado(s)?
O que foi feito para responder à(s) questão(ões)?

5) Defina as principais descobertas e resultados
As duas ou três mensagens centrais já contêm as descobertas mais importantes.
Podem existir outras que você sinta que devem ser incluídas.
Liste-as em forma de notas. Não se preocupe com a ordem ou com quantas você inclui na lista.

6) Descreva as conclusões e implicações
Faça breves notas sobre todas as implicações que lhe ocorram sobre a pesquisa feita.
Quais são as principais conclusões das descobertas?
O que é novo no trabalho e porque isso é importante?
Houve alguma mudança na prática, na abordagem ou nas técnicas usadas que seria interessante recomendar?
Quais são as limitações e implicações dos resultados?
Organize e agrupe as idéias relacionadas
Organize o esboço em uma lista de tópicos. O objetivo é estruturar logicamente o trabalho.
Os tópicos podem ser arranjados em ordem de importância ou cronológica.
Como estrutura organizacional, pode-se usar um mapa de agrupamentos (conjuntos), uma árvore de tópicos ou itens numerados.
Para cada tópico, identifique:
- Os detalhes importantes;
- As descobertas e resultados principais;
- As referências apropriadas;
- As conclusões decorrentes.

7) Faça esboços das tabelas e figuras
É importante esquematizar as tabelas e figuras, os seus títulos e as análises estatísticas apropriadas. Isso permite saber:
Se todos os dados e resultados necessários para o artigo foram obtidos;
Que resultados respondem às questões postas pela pesquisa;
Que dados podem ser deixados de fora.
Depois do esboço deve-se escrever a primeira versão do artigo.
Na primeira versão, deve-se converter as notas e o esboço para um formato narrativo.
E a partir daí aumentar o escopo do texto.
Você vai perceber que a parte mais difícil de começar um artigo já foi feito no esboço e agora você está refinando o artigo.

22 janeiro 2018

Brasil é o país com mais publicação científica em acesso aberto

Relatório internacional mostra que 75% dos artigos em periódicos nacionais estão disponíveis gratuitamente, em grande parte graças à biblioteca SciELO

Em 13º lugar entre os países que mais produzem artigos científicos no mundo, o Brasil tem a maior porcentagem disponível gratuitamente e sem entraves via internet – o chamado acesso aberto. Os dados estão em relatório publicado este mês pela Science-Metrix, uma empresa norte-americana dedicada a avaliar atividades ligadas a ciência e tecnologia.
Dos artigos publicados em periódicos brasileiros, 74% têm acesso aberto. O fenômeno se deve em grande parte à biblioteca virtual  SciELO (sigla de Scientific Electronic Library Online), que reúne 283 periódicos brasileiros e por volta de mil de outros países. O acesso aberto parece ser uma estratégia relevante para difusão da ciência produzida em cada país, dado que artigos facilmente disponíveis têm mostrado um índice de citação maior. O engajamento Brasileiro nessa tendência foi detalhado na edição de setembro de 2017 de Pesquisa FAPESP.
Nos Estados Unidos, o país com maior produção científica no mundo, dois terços dos artigos publicados têm acesso aberto gratuito. Esse tipo de publicação não é homogêneo em todas as áreas do conhecimento, tendo preponderância em ciências da saúde e ciências naturais, mas traz benefícios em todas as áreas. Um achado curioso é que a chamada via verde de acesso aberto, em que os artigos são postos à disposição pelos próprios autores, rende mais citações do que a via dourada, em que a ação é do periódico. Entender essas tendências requer estudo de longo prazo, já que são necessários alguns anos para se avaliar o quanto um artigo é citado.

China é o país que produz mais artigos científicos no mundo. Brasil é o 12º

Estudo da National Science Foundation (NSF) dos Estados Unidos divulgado ontem, 18, aponta que em termos de quantidade, os chineses ultrapassaram os Estados Unidos. Investimento maciço em C&T é apontado como fator determinante desse avanço
Um estudo apresentado  pela National Science Foundation (NSF) dos Estados Unidos apontou que a China é o país que mais produz artigos científicos no mundo, em termos de números absolutos, ultrapassando o gigante norte-americano. O relatório Science & Engineering Indicators 2018 foi publicado ontem, 18 de janeiro, destacando que os norte-americanos mantêm a liderança em muitos aspectos da produção científica, mas vêm perdendo espaço na competição mundial, especialmente para os países em desenvolvimento.
Brasil aparece em 12º lugar entre os países com maior número de trabalhos publicados, com 53 mil artigos em 2016 – os chineses, no mesmo ano, tiveram 426 mil publicações. Além da China, a Índia, Coreia do Sul e Rússia – países que integram os Brics – figuram entre as dez nações que mais publicam artigos científicos no mundo. A Índia está terceiro lugar, com 110 mil artigos, ultrapassando o Japão, em número de produção científica.
O relatório foi destaque também na revista Nature, que observou uma tendência entre os países em desenvolvimento, que estão intensificando seus investimentos em ciência e tecnologia, de seguir uma direção ascendente nesse cenário. No entanto, conforme ressaltam, os Estados Unidos continuam sendo uma potência científica mundial, com pesquisas de alto nível de qualidade e impacto, formando o maior de número de doutores em ciência e tecnologia, além de ser, ainda, o principal destino de pesquisadores internacionais.
O que mais chama a atenção, no entanto, é o crescimento da China nos últimos 10 anos. Em 2006, o país tinha aproximadamente 190 mil artigos publicados, e em 2016 conquistou a liderança mundial com mais de 426 mil, um aumento de quase 125%. Segundo o estudo, o  governo chinês vem ampliando gradualmente os investimentos em CT&I, e atualmente destina cerca de US$ 408 bilhões por ano em ciência e tecnologia (nos EUA, os investimentos giram em torno de US$ 500 bi, valor que não mudou muito nos últimos anos, segundo o relatório).
O Brasil, no mesmo período, também teve um aumento significante, de 89%, no número de artigos publicados, porém está muito aquém das economias emergentes que figuram entre os dez maiores, e os investimentos em ciência e tecnologia vêm caindo severamente nos últimos dois anos, deixando o sistema científico nacional à beira de um colapso.

Porque não citar a Wikipédia na sua pesquisa acadêmica

A Wikipédia pode ser usada como ponto de partida em sua pesquisa - uma maneira de abordar um conceito, ideia, evento, problema ... mas você precisa confirmar as informações com outras fontes mais acadêmicas confiáveis. A Wikipédia não deve ser citada em trabalhos acadêmicos porque ela não é uma fonte primária de pesquisa e nem é seletiva em termos do que está ou não está sendo incluído em uma entrada.



19 janeiro 2018

Relatório da Clarivate intitulado "Research in Brazil" revela panorama da produção científica do Brasil (2011-2016)

O Relatório intitulado Research in Brazil, produzido pela equipe de analistas de dados da Clarivate Analytics para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) apresenta elementos que corroboram significativa melhora de desempenho da pesquisa brasileira de 2011 a 2016. 
Os dados analisados foram obtidos do InCites, plataforma analítica baseada nos documentos (artigos, trabalhos de eventos, livros, patentes, sites e estruturas químicas, compostos e reações) indexados na base de dados multidisciplinar Web of Science editada pela Clarivate Analytics (anteriormente produzida pela Thomson Reuters). O Relatório procura responder perguntas sobre como a pesquisa brasileira está mudando e como o desempenho foi afetado por mudanças na política e no financiamento. Usando a bibliometria para analisar documentos de pesquisa brasileiros publicados entre 2011 e 2016, foram identificados pontos fortes e oportunidades para a política de pesquisa e ciência brasileira. Além dos dados de desempenho global, o Relatório contém apêndices que apresentam informações metodológicas e perfis dos estados brasileiros mais produtivos.
Esta matéria apresenta um resumo das análises, conclusões e gráficos contidos no Relatório original (tradução livre). 

18 janeiro 2018

A metrópole e a ciência

Estudo analisa papers de autores de 2 mil cidades do mundo e coloca São Paulo entre as 20 com maior produção

Um estudo publicado em agosto no Journal of Informetrics identificou um deslocamento do volume da produção científica de países desenvolvidos para nações emergentes, ao analisar artigos produzidos em 2.194 cidades do mundo nas últimas três décadas. De acordo com o trabalho, a mudança mostra que países como China, Índia, Irã e Brasil passaram a ocupar posições de destaque na ciência global em termos quantitativos.No período de 1986 a 1995 predominavam municípios dos Estados Unidos e da Europa entre as 15 metrópoles cujos pesquisadores mais publicaram papers no mundo. Já entre 2006 e 2015, o grupo das cidades com maior produção científica ficou mais diversificado: Beijing, Seul, Teerã e São Paulo também passaram a figurar no topo desse ranking. “Tudo leva a crer que não é um fenômeno temporário, mas uma tendência consistente”, afirma o autor da pesquisa, György Csomós, professor do Departamento de Engenharia da Universidade de Debrecen, na Hungria. “O impacto da pesquisa nesses novos centros ainda é inferior ao de cidades nos Estados Unidos e na Europa, mas o nosso estudo não avaliou citações”, pondera.
O estudo selecionou localidades onde foram produzidos pelo menos mil artigos indexados na base de dados Scopus, da Elsevier, entre 1986 e 2015. György Csomós observou que Tóquio, no Japão, foi a cidade mais produtiva de 1986 a 2005, com 366.405 artigos publicados. A partir de 2006, a capital chinesa assumiu a liderança – em quase uma década, pesquisadores de Beijing publicaram 664.414 artigos (ver quadro). “A crescente importância de Beijing tem sido objeto de estudos nos últimos anos. O caso chinês é acompanhado por outras metrópoles emergentes”, explica o pesquisador húngaro. Para ele, isso é um sinal de que a produção de ciência está se espalhando para novos polos. Leia mais

Declaração conjunta recomenda uso não-comercial da produção acadêmica e científica

A licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-Compartilha Igual (CC BY-NC-SA) não permite o uso da obra para fins comerciais e obriga que esta se mantenha nas condições definidas pelo proprietário dos direitos autorais. Ela permite compartilhar, distribuir, baixar e usar o material – por exemplo, uma antologia – para fins acadêmicos, mas não vendê-lo. Se alguém faz um trabalho derivado usando um artigo, não há problema, mas o trabalho deverá ser compartilhado igualmente sob uma licença CC BY-NC-SA , para que qualquer pessoa possa reutilizar, compilar e assim por diante.
Declaração do México em favor do ecossistema Latino-Americano de acesso aberto não comercial

Ressaltando que muitas instituições abriram acesso ao conhecimento, tornando-o disponível, sem barreiras e sem custo em benefício da humanidade, com o entendimento de que o conhecimento, especialmente o que é resultado do financiamento público, é um bem comum e o acesso a ele, um direito humano.

Reconhecendo que o obstáculo ao acesso ao conhecimento internacional não é tecnológico, mas sim poder pagar o acesso às bases de dados comerciais, razão pela qual criaram-se consórcios nos países para enfrentar o aumento contínuo dos preços, mas o custo e as restrições ao uso de documentos aumentaram e agora se somam ao custo de pagar pela publicação em acesso aberto (APC – Article Processing Charges, em português – taxas de processamento de artigos, e BPC – Book Processing Charges – taxas de processamento de livros) e o fato de que essas bases comerciais se tornaram matéria-prima da avaliação da pesquisa.  Leia mais

Relatório da Springer-Nature analisa como o acesso aberto influencia o uso e impacto dos livros científicos

Intitulado “The OA effect: How does open access affect the usage of scholarly books?”, o relatório foi publicado em novembro de 2017 e é a primeira grande análise comparativa de dados de uso para livros em acesso aberto (OA) e livros em formato convencional. As descobertas mostram que há benefícios em publicar um livro em acesso aberto. Para o levantamento, foram incluídos na análise de downloads 216 livros em Open Access (OA) e 17.124 livros não-OA.
O livro disponível em acesso aberto é baixado sete vezes mais: Em média, são quase 30.000 downloads de capítulo por livro em acesso aberto no primeiro ano de publicação. Sete vezes mais do que no caso de um livro convencional. 
O livro é citado 50% mais: As citações são, em média, 50% maiores para livros de acesso aberto, ao longo de um período de quatro anos.
Os livros disponíveis em acesso aberto são mencionados 10 vezes mais que os livros não disponíveis em acesso aberto durante um período de três anos.
Entrevistas realizadas com autores e com agências financiadoras também revelaram alguns temas comuns:
– Livros em acesso aberto proporcionam maior visibilidade às obras. Tanto para financiadores quanto para autores, a principal motivação em publicar em acesso aberto é a garantia da maior distribuição possível dos resultados da pesquisa científica.
– Vários entrevistados argumentaram que o acesso aberto não é apenas um modelo de publicação, mas também um meio de abordar a questão da igualdade de acesso ao conhecimento e de garantir que a pesquisa financiada com verba pública esteja disponível a todos.
– Informações sobre o impacto do acesso aberto: Tanto autores quanto agências financiadoras mencionaram a falta de dados sobre o impacto e implicações de se publicar livros em acesso aberto.
– Informações sobre o impacto do acesso aberto: Tanto autores quanto agências financiadoras mencionaram a falta de dados sobre o impacto e implicações de se publicar livros em acesso aberto.  Leia mais

Os professores que dão nome às avenidas da Cidade Universitária

Todos os professores homenageados foram também reitores da USP

Nomear um logradouro com o nome de uma pessoa é sempre uma homenagem. Todos os homenageados da Cidade Universitária foram professores e reitores da USP antes do atual campus ser construído. Mas qual a história do professor Luciano Gualberto, cuja avenida homônima dá acesso à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH)? Na Cidade Universitária, pontos de referência acabam sendo utilizados pelos alunos para facilitar a localização. É o que conta a professora de Toponímia na FFLCH e doutora em Linguística pela USP, Patrícia Carvalhinhos, em entrevista ao Jornal da USP: “As pessoas conhecem por nomes espontâneos, que a gente costuma dar naturalmente por pontos de referência que são importantes nos cursos, por exemplo, a Luciano Gualberto, que é a avenida onde fica tanto a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) quanto a Escola Politécnica, se você perguntar para qualquer pessoa do campus ou fora do campus, é a ‘Avenida dos bancos’. Um nome que é espontâneo e que apaga aquele nome dos reitores”.
A professora explica que no estudo da Toponímia, palavra que significa nomes dos lugares, existe também o estudo da história, da geografia, entre outras disciplinas. Segundo Patrícia, “existe esse viés de você recuperar a história dependendo do teor do nome”, que é o caso da Cidade Universitária. Ao buscar quem foram esses reitores, acha-se uma parte da história da Universidade. Leia mais

USP institui Política Ambiental para todos os campi

O documento prevê a criação de políticas específicas para temas como água, reservas ecológicas, resíduos e mobilidade
Uma resolução publicada no dia 12 de janeiro instituiu a Política Ambiental da USP, um conjunto de princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos de gestão ambiental da Universidade. Resultado do trabalho desenvolvido pela Superintendência de Gestão Ambiental (SGA) desde 2014, a Política Ambiental surge para orientar as ações ambientais da USP, promovendo uma gestão ambiental integrada, com a adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo, protegendo o meio ambiente e a educação ambiental.
O documento serve de base para a elaboração das Políticas Ambientais Temáticas, que definem orientações e instrumentos voltados para 11 temas específicos: sustentabilidade na administração; água e efluentes; áreas verdes e reservas ecológicas; edificações sustentáveis; educação ambiental; emissão de gases do efeito estufa e gases poluentes; energia; gestão de fauna; mobilidade; resíduos; e uso e ocupação territorial.
Segundo a superintendente de Gestão Ambiental da USP, Patricia Faga Iglecias Lemos, “o papel da SGA é dar um norte, definindo o que a Universidade espera em termos de gestão ambiental, levando em consideração a diversidade que temos entre os campi. Agora, a partir dessa política geral, nós temos condições de finalizar a revisão jurídica de cada uma das políticas temáticas. Paralelamente, alguns campi já estão trabalhando na elaboração de seus Planos de Gestão Ambiental”.
Uma inovação do documento é o princípio que reforça a cooperação técnica entre a Universidade e as diferentes esferas do poder público, das instituições de pesquisa e do setor privado. “Esse é um papel importante quando falamos em política ambiental. Como os nossos campi estão ligados a cidades, mesmo trabalhando dentro da Universidade, tudo o que fazemos aqui também pode auxiliar em políticas públicas, convertendo-se em benefícios para a sociedade”, ressaltou Patricia.
Seis anos da SGA
A Superintendência de Gestão Ambiental foi criada em fevereiro de 2012, com o propósito de definir uma política de sustentabilidade e supervisionar as atividades nesse sentido desenvolvidas na USP.
Nesses quase seis anos de existência, além de implementar a Política Ambiental da USP, a SGA reuniu diversas iniciativas voltadas para a sustentabilidade na Universidade – como o USP Recicla e o PAP – transformando-as em programas permanentes, e financiou projetos pilotos que podem, a partir de uma experiência em um campus, ser replicados em locais com características semelhantes.
A superintendência também integra diversas redes de universidades que fomentam discussões sobre questões ambientais, como a rede World CitiesWorld Class (WC2) e o Global Universities Partnership on Environment for Sustainability (Gupes).