17 janeiro 2019

Sem culpa nem policiamento

Código holandês propõe discussão permanente e sem medo de represálias sobre integridade científica e destaca deveres das instituições de pesquisa

Em vez de destacar a punição de casos de má conduta ou a criação de órgãos de controle centralizados, o novo Código de Conduta para Integridade Científica da Holanda, que entrou em vigor em outubro, valoriza a capacidade de as instituições resolverem seus problemas de forma autônoma e o debate permanente no ambiente acadêmico sobre erros e comportamentos capazes de comprometer a integridade científica. “O enfoque não está em policiar os pesquisadores, mas em estimulá-los a discutir sem culpa os dilemas que vivem”, escreveu, em artigo publicado na revista Nature Index, o epidemiologista Lex Bouter, membro da equipe que elaborou o código – o documento de 30 páginas atualizou as diretrizes em vigor desde 2004. “Queremos que os nossos pesquisadores sejam capazes de trabalhar em um ambiente aberto no qual se sintam responsáveis e ao mesmo tempo acompanhados. A ciência só pode se desenvolver se as pessoas puderem compartilhar preocupações e discutir as falhas que cometem”, afirmou Bouter, professor de metodologia científica da Universidade Livre de Amsterdã.
É certo que o documento traz ideias já bastante difundidas, mas ele causa impacto ao compilar recomendações que ajudam as instituições a produzir estratégias abrangentes e sem lacunas. Um dos capítulos enumera um rol de 61 boas práticas de pesquisa, como dar crédito a todos os que participaram do trabalho, evitar exageros na divulgação de resultados, jamais publicar em revistas de baixa qualidade e nunca manipular citações de artigos. Uma novidade em relação ao código anterior é uma lista de 21 deveres que universidades e instituições científicas devem abraçar, referentes a treinamento e supervisão, cultura de pesquisa, gerenciamento de dados, publicação de resultados e normas éticas.  Leia mais.    Fonte: Pesquisa FAPESP - janeiro 2019

16 janeiro 2019

Adeus aos currículos: empresas usam robôs e games em seleção de vagas de emprego

Inteligência artificial poupa tempo de processos seletivos e promete resultados mais assertivos. Profissionais de RH, no entanto, não são substituídos.

Entregar currículos na porta das empresas? Enviá-los por e-mail e ficar esperando uma resposta? Participar de um processo seletivo que se resuma a uma entrevista? Essas práticas estão sendo substituídas pelo uso da inteligência artificial que incluem até jogos, desafios de lógica e robôs na seleção dos candidatos.
Aplicativos e sites tentam modernizar as técnicas de recrutamento para economizar tempo e atrair candidatos mais jovens ou adaptáveis. O contato pessoal com a empresa vem só nas fases finais.

Gestão de pessoas: veja perfil dos cursos, o que faz e remuneração
Essa tendência de usar a tecnologia como método de seleção representa também uma mudança de perspectiva das empresas: elas não querem só saber a universidade onde alguém se formou.
Segundo a docente, isso ajuda a empresa a trazer alguém que tenha a ver com a vaga e que não vá pedir demissão ou ser demitido dali a 2 meses. É importante ter alguém rápido? O game ajuda a selecionar a pessoa com o perfil certo.

Para atrair talentos, setor de RH precisa pensar na qualidade de vida dos funcionários
“Não é justo eliminar um candidato que tenha vindo do interior e cursado uma graduação mediana.  A perseverança dele pode acrescentar muito à equipe. Há 10 anos, era diferente; hoje, queremos diversidade”, completa Márcia.

Os robôs ou “bots” 
Além de games, há o uso dos chamados “bots”, espécies de robôs que conversam com os candidatos em chats online. O publicitário Kleber Piedade, em junho de 2017, fundou a Matchbox exatamente com esse foco – elaborar processos seletivos com base em bots.
“Existe uma procura crescente de empresas por processos de seleção automatizados. A gente elabora uma experiência de inscrição e recrutamento muito mais ágil e fluida, sem aqueles formulários longos que perguntam até os nomes dos pais do candidato”, conta Kleber. “É a tecnologia sendo usada para que as empresas ganhem tempo na seleção.”

Agilidade e apelo jovem
Esses novos processos seletivos facilitam, inclusive, a participação de candidatos que moram longe dos grandes centros urbanos. Mesmo nas entrevistas, é possível usar programas de interação em vídeo, como o Skype.
As empresas também têm a ganhar: além de avaliarem mais habilidades dos candidatos, conseguem ganhar tempo – a inteligência artificial filtra os currículos que têm mais a ver com o perfil da vaga. Deixa de ser necessário avaliar páginas e mais páginas de inscrições.
Márcia, da ESPM, explica que, para atrair recém-formados e jovens em geral, não basta ser digital. “Precisa ter boa interface para o celular. Se quero atingir essa faixa etária específica, preciso saber onde ela está. E não é nos desktops”, diz.
Há um ano, Renato Dias fundou o Taqe, um aplicativo de celular que funciona como um jogo para capacitar jovens e recomendá-los ao mercado de trabalho. Eles se inscrevem, assistem a vídeos de conteúdo e fazem testes de personalidade, de conhecimento e de lógica.
Com os resultados, o sistema detecta um perfil do candidato e elabora uma ficha com suas características. Depois, faz um cruzamento de dados com as vagas disponíveis, cadastradas por uma das 15 empresas parceiras – até dar “match”. Há oportunidades no Santander, na Nestlé e na Danone, por exemplo. O empregador recebe uma lista com os jovens que mais se encaixam naquela proposta – e os candidatos são informados sobre quais vagas têm o perfil deles.
“Nosso foco é para jovens de 16 a 24 anos, das classes C, D e E. É um olhar de impacto social, porque percebemos que essas pessoas são muito afetadas pelo desemprego e não têm clareza sobre suas potencialidades, talentos e caminhos possíveis”, diz Renato. Elas estão acostumadas a nem receberem um retorno dos processos seletivos. Na Taqe, a gente ajuda que expressem quem são, sem precisar de um currículo.”  Fonte: G1 - 16/1/2019

Curadoria de dados de pesquisa: o que é isso e como começar?

A curadoria de dados de pesquisa é o processo de gerenciamento de dados de pesquisa durante todo o seu ciclo de vida para disponibilidade em longo prazo e reusabilidade. 
Agências de financiamento, universidades e governos têm valorizado a gestão de dados de pesquisa, uma vez que o acesso aos dados de aumenta a eficiência das atividades e o financiamento de pesquisa. Assim, muitas universidades estabeleceram ou planejam estabelecer serviços de curadoria de dados de pesquisa como parte de seus Repositórios Institucionais [1]. Entretanto, de nada adianta manter Repositórios Institucionais de Dados de Pesquisa se não houver envolvimento dos docentes, alunos e funcionários, bem como bons serviços de orientação e curadoria de dados de pesquisa.
Nesse cenário, qual é o papel do bibliotecário ou gestor de dados de pesquisa?
Quais são as práticas de curadoria de dados de pesquisa em repositórios institucionais que devem ser adotadas?
Antes mesmo de iniciar suas atividades de pesquisa, o pesquisador deve elaborar um Plano de Gestão de Dados e o bibliotecário pode apoiar o pesquisador nesse momento. Um bom Plano de Gestão de Dados já é meio caminho andado para um eficiente depósito e cadastro do conjunto de dados de uma pesquisa no Repositório Institucional. 
Reuniões e entrevistas com os pesquisadores para avaliar seus dados e necessidades de curadoria são recomendadas pois afetam positivamente as atividades posteriores que envolvem os dados. As reuniões determinam que tipo de ajuda os pesquisadores (fornecedores de dados) precisam: como os dados e a documentação de dados podem ser organizados, quais os melhores formatos e a nomeação de arquivos, além dos metadados mais apropriados.   Leia mais    
Por Elisabeth Dudziak - SIBiUSP 2019

USP oferece auxílio financeiro a projetos de empreendedorismo social

Com o objetivo de apoiar projetos de empreendedorismo social criados e conduzidos por docentes e estudantes da USP, a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) lançou o edital Empreendedorismo Social.
A ideia é apoiar financeiramente projetos que fortaleçam a interação da USP com a sociedade, favoreçam a inovação, contribuam para o desenvolvimento nacional e estimulem a concretização dos direitos humanos, a redução de desigualdades e a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Os projetos serão classificados em quatro categorias: discentes de Graduação; discentes de Pós-Graduação; jovens docentes (docentes que não tenham mais de seis anos de exercício na USP); e docentes com mais de seis anos de exercício. Serão selecionados oito projetos por categoria.
As propostas vencedoras receberão auxílio financeiro de até R$ 25 mil e concorrerão ao Prêmio Destaque USP de Empreendedorismo Social, que será entregue no evento de apresentação dos melhores projetos. Os recursos são provenientes da PRCEU, da Pró-Reitoria de Graduação, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e da Agência USP de Inovação.
As inscrições devem ser feitas de 1º de fevereiro a 4 de março de 2019, pelo sistema Apolo. Podem participar tanto projetos novos quanto projetos já iniciados.
Para tirar dúvidas e obter outras informações, os interessados podem entrar em contato pelo e-mail prceu@usp.br ou pelos telefones (11) 3091-3469/3091-3575. O edital e os formulários para a inscrição estão disponíveis na página da PRCEU. (Com informações da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária)

Aplicativo incentiva a vivência cultural na USP

Além de obter informações sobre as atividades culturais, o usuário também pode acumular pontos e trocar por recompensas

O aplicativo, desenvolvido pela Superintendência de Tecnologia da Informação (STI), é uma parceria das Pró-Reitorias de Graduação e de Cultura e Extensão Universitária, com a adesão dos Museus da Universidade, das Unidades de Ensino e Pesquisa e dos Órgãos Centrais.
A ideia é dar mais visibilidade e incentivar alunos, docentes e funcionários a participarem das atividades culturais promovidas no âmbito universitário. “A USP tem uma quantidade incrível de atividades culturais, quase todas gratuitas e em todas as áreas. São tantas que muitas vezes mesmo quem está na USP não consegue ficar sabendo de tudo o que acontece e acaba nem participando”, explica o pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária, Marcelo de Andrade Roméro.
Quando uma atividade cultural é inserida no sistema Apolo pelo Museu, pela Unidade ou pelo Órgão Central, o responsável pode optar pela participação no Programa Entreartes. Então, o sistema gera um QR Code que deverá ser afixado em um local visível para que os visitantes possam fazer a identificação no aplicativo.
Todas as vezes que o usuário participar de uma atividade cultural – visitar um Museu, assistir a uma peça, filme, palestra ou concerto, por exemplo – ele deve aproximar o celular do QR Code disponível no local para gerar pontos, que poderão ser acumulados e trocados por livros da Edusp, cartões postais dos Museus da USP, camisetas e moletons.
Os pontos terão validade de um ano e poderão ser resgatados quando o participante acumular o número estabelecido. Os alunos de Graduação ainda têm a opção de converter os pontos em horas de Atividades Acadêmicas Complementares (AAC).
Detentora de uma grande variedade de coleções, acervos, edifícios históricos, museus e bibliotecas, a USP também desenvolve uma intensa programação cultural regular, com as Orquestras Sinfônica (Osusp) e de Câmara (Ocam), os conjuntos corais do Coralusp, os núcleos de Teatro (Tusp) e Cinema (Cinusp), o Centro Universitário Maria Antonia e de diferentes atividades promovidas pelas Unidades em todos os seus campi.
Disponível para iOS e Android, o aplicativo é gratuito e pode ser encontrado nas lojas Apple e Google Play.  Fonte: Jornal da USP

AI: desvendar a pesquisa, preencher o potencial

Milhões de horas foram gastas pesquisando AI. Mas como gerenciamos o conhecimento - e o usamos para explorar oportunidades?
A inteligência artificial (AI) é um tema que domina a pesquisa global. Mas a rápida taxa de desenvolvimento levou à fragmentação e desordem.
O conhecimento é isolado, a terminologia é inconsistente - e uma visão geral clara é difícil de encontrar. 
O relatório – “Inteligência Artificial: Como o conhecimento é criado, transferido e usado” - é o primeiro desse tipo. Com consulta de muitos dos principais especialistas em IA do mundo e baseado nos mais recentes dados e insights de conferências, pré-impressão de artigos, mídia social e Scopus, é um guia meticulosamente construído e abrangente que explica a terminologia e traz uma claridade refrescante para o quadro global da pesquisa. Ele ajuda qualquer pessoa envolvida em pesquisa de IA a aproveitar ao máximo o rápido crescimento do conhecimento disponível hoje. 

Aprenda a linguagem da AI
Nós estabelecemos um vocabulário comum e compreensão da IA. Ao remover a confusão de termos, facilitamos a transferência de conhecimento e incentivamos a colaboração. Os formuladores de políticas podem traduzir objetivos em prioridades de pesquisa e os pesquisadores podem comparar com precisão o conhecimento.

Delinear áreas de pesquisa
Ensino, pesquisa, indústria e mídia, todos têm diferentes perspectivas de IA. Ao delinear o campo de pesquisa de inteligência artificial em sete grupos, trazemos ordem e facilitamos o entendimento interfuncional essencial.


Veja a imagem global de pesquisa de IA
O relatório resume a produção de pesquisa de geografias importantes, como Europa, China e EUA, avaliando os pontos fortes, os pontos fracos e as características de cada um.
Fonte: Elsevier

15 janeiro 2019

Directory of Open Access Journals – DOAJ



Directory of Open Access Journals  DOAJ tem como principal objetivo aumentar a divulgação de revistas de acesso aberto.
É um diretório online com curadoria da comunidade que indexa e fornece acesso aberto a periódicos de alta qualidade, e revisão por pares. 
DOAJ é independente. Todo o financiamento é através de doações, 40% das quais provêm de patrocinadores e 60% de membros e membros da editora. Todos os serviços do DOAJ são gratuitos, inclusive sendo indexados no DOAJ. Todos os dados estão disponíveis gratuitamente.
O DOAJ opera um programa de educação e divulgação em todo o mundo, focando na melhoria da qualidade dos pedidos apresentados. Acesse o DOAJ aqui.

Directory of Open Access Books - DOAB

Directory of Open Access Books – DOAB tem como  principal objetivo aumentar a divulgação de livros de acesso aberto. O DOAB fornece um índice de pesquisa de livros com links para os textos completos das publicações no site da editora ou repositório.
Editoras acadêmicas estão convidadas a fornecer os metadados de seus livros para o DOAB. No início do serviço há pouco mais de 20 editores que participam com cerca de 750 livros. O Directory of Open Access Books foi lançado em uma versão beta para permitir o feedback dos usuários e aprimorar o serviço. Espera-se aumentar consideravelmente o número de editores e livros de acesso aberto nos próximos meses, e assim, criar um recurso valioso para a comunidade acadêmica e público interessado. Acesse o DOAB aqui.

Usuários ligados à Química têm acesso a coleções da Royal Society of Chemistry

Pelo Portal de Periódicos da CAPES, os usuários têm acesso à coleção completa de revistas científicas da RSC. São mais de 80 publicações, que incluem conteúdo de Bioquímica, Engenharia de Materiais e Metalúrgica, Engenharia Química, Engenharia Sanitária, Física, Química e Farmácia. A coletânea disponível tem registros a partir de 1876 até o presente. Além dos títulos correntes, os usuários têm à disposição para consultas backfiles datados de 1841.
Os títulos podem ser localizados de duas formas no Portal: pela opção buscar base ou individualmente, pelo link buscar periódico. Além das revistas científicas, é possível pesquisar em outras seis bases de dados referenciais da editora – acessíveis por meio da página de consulta buscar base:

Analytical Abstracts
Base que abarca desenvolvimentos recentes na ciência analítica. As atualizações pesquisáveis consistem em resumos de artigos e detalhes de análise, matriz e técnica. Contém registros de dezenas de títulos e abrange uma ampla gama de tópicos de ciência dos materiais para análise de alimentos e de farmacologia para monitoramento ambiental.

Chemical Hazards in Industry
Com foco em segurança no manuseio de produtos químicos, a base abrange eliminação, armazenagem e transporte de produtos, gestão de resíduos, legislação, planejamento de emergência e saúde e segurança do trabalho. Cobre fontes primárias, incluindo os principais periódicos científicos e comerciais.

Issues in Environmental Science and Technology
Comporta uma série de publicações escrita por especialistas de vários países. Apresenta abordagem multidisciplinar sobre Ciências Ambientais, incluindo poluição ambiental e química ambiental, com tópicos voltados a questões econômicas, jurídicas e políticas.

Laboratory Hazards Bulletin
Concentra os perigos encontrados pelos funcionários de laboratórios. Cobre fontes primárias, registros de revistas, literatura de comércio e outras fontes. Contempla várias categorias, como riscos químicos e biológicos, vazamentos, derramamentos e liberações não planejadas, gestão de resíduos perigosos, incêndios e explosões, legislação de segurança, precauções e práticas seguras, monitoramento de saúde ocupacional, higiene e equipamentos de proteção.

Natural Product Updates
Mantém o pesquisador atualizado sobre desenvolvimentos recentes na química de produtos naturais. Abrange revisões publicadas em revistas de química geral, química orgânica e produtos naturais. Os tópicos disponíveis incluem isolamento de novos produtos, biossíntese, elucidação da estrutura, síntese e estudos de atividade biológica. A cada mês, cerca de 200 novos resumos são oferecidos.

Synthetic Reaction Updates
Voltada para os desenvolvimentos em química orgânica sintética, a base comporta fontes que oferecem as reações mais importantes publicadas na literatura recente. As atualizações são apresentadas como esquemas facilmente legíveis e também podem ser pesquisadas por tópico e tipo de reação. A Synthetic Reaction Updates substituiu as bases Methods in Or.  Fonte: Portlal de Periódicos da CAPES

Terreno fértil para a inteligência artificial

Com a crescente evolução da ferramenta tecnológica, consórcio de pesquisadores cria instituto dedicado a estabelecer parcerias entre universidades e empresas


Em constante crescimento, principalmente nesta década, a inteligência artificial (IA) começa 2019 com mais um incentivo no Brasil. A partir da inauguração oficial do Instituto Avançado de Inteligência Artificial (AI²), prevista para fevereiro, surge mais uma ponte entre universidade e empresa para o desenvolvimento de pesquisas em parceria. A expectativa é de que a organização promova projetos voltados às mais diversas aplicações, em consonância com a própria multidisciplinaridade desse ramo da ciência da computação. “A IA busca simular a inteligência humana utilizando não apenas conhecimentos da computação, mas também de biologia, engenharias, estatística, filosofia, física, linguística, matemática, medicina e psicologia, apenas para citar algumas áreas”, enumera o cientista da computação André Carlos Ponce de Leon Carvalho, vice-diretor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da (ICMC), coordenador do Núcleo de Pesquisa em Aprendizado de Máquina em Análise de Dados, ambos da Universidade de São Paulo (USP), e um dos integrantes do futuro instituto.
Organizado como um consórcio de pesquisadores de inteligência artificial, o AI² reúne especialistas de algumas das maiores universidades do país – todas localizadas no estado de São Paulo – que oferecerão sua expertise para o desenvolvimento de projetos de interesse acadêmico e comercial. O físico Sérgio Novaes, do Núcleo de Computação Científica da Universidade Estadual Paulista (NCC-Unesp) e organizador do grupo, explica que o instituto não pretende se limitar aos pesquisadores de São Paulo ou mesmo do Brasil: “Nossa meta é agregar parcerias no mundo inteiro para a realização de projetos de grande impacto socioeconômico”.

“Companhias de grande porte tendem a ser mais conservadoras na adoção de novas tecnologias, embora o cenário esteja mudando”, declara Esthevan Augusto Goes Gasparoto, CEO da Treevia, uma agritech de São José dos Campos (SP). Com recursos do Pipe, a empresa criou um sistema web para monitoramento a distância de florestas, que utiliza IA para processar dados coletados em tempo real por sensores de internet das coisas (IoT). “A cada dia, vemos mais companhias com times de inovação e estimulando iniciativas de inovação aberta [que buscam conhecimento fora de seus departamentos de pesquisa e desenvolvimento]. É aí que as startups podem contribuir, desenvolvendo soluções com velocidade a que as grandes corporações não estão acostumadas.”  Leia mais.   Fonte: Revisa FAPESP - janeiro 2019

14 janeiro 2019

Falha no Lattes atrapalha atualização de currículos de pesquisadores

Professores, pesquisadores e pós-graduandos temem não conseguir fazer alterações em tempo para prazos de bolsas, auxílios e concursos.


Direto da Ciência voltou a receber reclamações de usuários da Plataforma Lattes, que abrange registros curriculares de cerca de 6,5 milhões de pesquisadores, professores e pós-graduandos atuantes no Brasil. A nova onda de queixas começou no fim de dezembro e se intensificou nos últimos dias da semana passada. Questionado por e-mail na quinta-feira (10), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão federal responsável pelo banco de dados, ainda não deu esclarecimentos nem orientações.
Praticamente todas as cerca de cem reclamações são de pesquisadores que afirmam a necessidade de atualizar seus currículos para se inscreverem em processos de seleção para cursos e também em concursos públicos para empregos. Há queixas também de usuários que afirmam não terem recebido nenhuma resposta do CNPq às mensagens enviadas ao e-mail atendimento@cnpq.br.
Inaugurado em 1999 e consagrado como um padrão nacional para acadêmicos e pesquisadores atuantes no Brasil, o chamado Currículo Lattes se tornou elemento de análise de avaliação para concursos, promoções e concessões de bolsas e financiamento a pesquisas.
Aos usuários da Plataforma Lattes que enfrentam falhas para atualizar seus currículos, Direto da Ciência reitera a recomendação do próprio CNPq para entrarem em contato com o setor de atendimento (atendimento@cnpq.br ou +55 61 3211-4000, das 8h às 20h, horário de Brasília). Caso não consigam desse modo resolver o problema, este site recomenda que seja acionada a Ouvidoria do órgão.
“Batizada” em homenagem ao físico Cesare Mansueto Giulio Lattes (1924-2005), a Plataforma Lattes é a maior base de dados de currículos do mundo.  Fonte: Direto da Ciência


11 janeiro 2019

USP lança guia para orientar cientistas no relacionamento com a imprensa

Material traz orientações práticas sobre comunicação e jornalismo para pesquisadores que querem divulgar trabalhos

A Superintendência de Comunicação Social da USP disponibilizou o guia “De cientista para jornalista – noções de comunicação com a mídia”, de autoria das jornalistas Luiza Caires e Aline Naoe.
O material mostra a estrutura de comunicação da USP e os canais de contato com a mídia que estão à disposição. São oferecidas orientações práticas para acessar esses canais, explicações do funcionamento da mídia, a diferença de linguagem dos veículos, como fazer um tema virar pauta, redigir um press release, saber a rotina dos jornalistas e quando contatá-los.
“Cientistas que usam bem a mídia e estão presentes nos meios de comunicação conquistam bons resultados para eles próprios, para seus projetos e para suas organizações”, disse Caires ao Jornal da USP.As autoras destacam que faz parte da missão da USP tornar acessível a um público mais amplo o conhecimento e a inovação que a universidade produz. Ações de difusão da ciência também ajudam a população a tomar decisões na vida diária de maneira mais bem informada, melhorando a qualidade de vida. O guia tem 27 páginas e está disponível livremente em formato pdf na internet.  
Mais informações   -   Fonte: Agência FAPESP - 11/1/2019

USP cria plataforma para uso compartilhado de equipamentos para pesquisa

Objetivo do sistema é otimizar os recursos de infraestrutura de pesquisa da Universidade




A Pró-Reitoria de Pesquisa lançou uma plataforma para cadastro de equipamentos de laboratórios que podem ser utilizados de forma compartilhada pela comunidade científica da USP e de outras instituições acadêmicas.
O Sistema USP de Centrais Multiusuários (USPMulti), lançado em dezembro, permitirá ao pesquisador localizar e utilizar os equipamentos existentes nas Unidades de Ensino e Pesquisa para o desenvolvimento de seus projetos.
“A lógica do novo sistema é a do compartilhamento e da otimização de recursos de infraestrutura. Nosso objetivo é facilitar e dar agilidade aos processos de forma a dinamizar a pesquisa e, assim, avançarmos no conhecimento”, destaca o pró-reitor de Pesquisa da USP, Sylvio R. A. Canuto.
Segundo o pró-reitor, o objetivo do novo sistema é o de tornar o parque de equipamentos dos laboratórios da Universidade visível e de fácil acesso ao compartilhamento, permitindo aos pesquisadores o planejamento experimental de seus projetos de pesquisa antes da submissão às agências de fomento.
Além disso, o sistema permite a gestão da central por parte do coordenador, no que se refere ao agendamento de horário de uso e gestão financeira junto à Fundação da Universidade de São Paulo (Fusp), atendendo à demanda dos pesquisadores coordenadores de centrais multiusuários.
O pró-reitor explica que, nesta etapa, “é muito importante incentivar as unidades e os pesquisadores da Universidade a criarem as Centrais Multiusuários e disponibilizá-las no sistema”. Uma portaria publicada no Diário Oficial, no dia 20 de dezembro, institui as normas para a criação e a gestão das centrais.
De acordo com a portaria, os docentes que tenham interesse em criar uma central devem apresentar uma proposta para aprovação da congregação ou órgão equivalente da unidade. As centrais, que podem ser constituídas por professores de diferentes áreas, devem contar com um Comitê Gestor e com uma Comissão de Usuários. Caberá à PRP a aprovação final para que se efetive o cadastramento de informações na nova plataforma.
A Central Multiusuário não deve ter fins lucrativos, porém, deve cobrar valores que garantam os custos básicos para o funcionamento dos equipamentos.  Fonte: Jornal da USP - 10/1/2019

Aluguel de laboratórios pode ser fonte de renda para universidades

Ideia de estudantes foi a vencedora do Hackathon USP que buscava soluções tecnológicas para sustentabilidade financeira de instituições de ensino

Estudantes de diferentes cursos da USP estão reunidos em equipes com uma missão: propor soluções fintech (aplicação de tecnologia para oferecer produtos e serviços) para promover a sustentabilidade financeira das universidades. Depois de 24 horas de planejamento, execução e apresentação, o projeto vencedor do HackathonUSP surge. A proposta do Rent a Lab é ser um sistema que conecta empresas e universidades para locação de laboratórios, quando estes não estão sem utilizados para pesquisas.
“Nossa ideia é criar uma fundação que visa o aluguel de laboratórios ociosos. Assim, haveria uma autossustentabilidade desses espaços, com a formação de parcerias público-privadas. Os laboratórios seriam sempre atualizados com a infraestrutura necessária e os gastos da USP com eles seriam menores”, explica Fábio Yukio Ono, estudante de Engenharia de Produção e integrante da equipe vencedora do hackathon.
A empresa interessada acessa o sistema do Rent a Lab, verifica os laboratórios disponíveis e escolhe o que melhor atende sua demanda. Ela tem acesso a imagens do local, o docente que o coordena, os materiais e máquinas disponíveis e realiza a locação.
De acordo com a equipe, empresas menores que não possuem espaços físicos seriam um dos públicos do projeto. O incentivo para utilizar os laboratórios viriam da chamada Lei do Bem (11.196/05), que concede incentivos fiscais às pessoas jurídicas que realizam Pesquisa e Desenvolvimento de Inovação Tecnológica.  Leia mais.   Fonte: Jornal da USP - 9/1/2019