07 março 2019

Portal de Periódicos da CAPES dá início à programação de treinamentos on-line de 2019


A comunidade acadêmica brasileira que utiliza o Portal de Periódicos da CAPES tem à disposição, desde 2016, o treinamento on-line para uso das ferramentas disponíveis. Ano após ano o serviço passa por melhorias, com o objetivo de ampliar o número de capacitados e atender a demanda dos usuários que buscam atualização para a rotina de estudos e pesquisas. A agenda de capacitação de 2019 terá início em 11 de março. As inscrições estão abertas.
A estrutura dos treinamentos passou por uma remodelagem, mas continuará acessível em ambiente virtual. A tecnologia utilizada pela CAPES é o Mconf – serviço de multiconferência desenvolvido pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). A capacitação permanece gratuita e disponível para todos os interessados. Os usuários têm direito ao certificado de participação autenticado, agora com novo layout e descrição do conteúdo ministrado no dia.

Alunos, professores, bibliotecários e pesquisadores já encontram no link de treinamentos as turmas disponíveis nos meses de março, abril, maio, junho e julho. Para quem pretende se programar para o segundo semestre do ano, o cronograma dos outros meses será aberto em maio. Segundo a bibliotecária do Portal de Periódicos Mariana Castro, “os treinamentos on-line seguirão até 20 de dezembro de 2019 sem interrupções”.
A capacitação on-line é voltada para acadêmicos e profissionais que desejam conhecer o Portal de Periódicos e as bases específicas do conhecimento, estimulando o interesse em pesquisas e promovendo a divulgação do acervo, o contato com a interface do Portal e o aumento da utilização do conteúdo. Para 2019, as bases foram distribuídas em semanas temáticas de acordo com a classificação de áreas da CAPES: ciências exatas e da terra; ciências biológicas; engenharias; ciências da saúde; ciências agrárias; ciências sociais aplicadas; ciências humanas; linguística, letras e artes e multidisciplinar.  Confira a programação
Fonte: Portal de Periódicos da CAPES

Tabela periódica resume todo conhecimento do mundo

Cada um dos elementos indica uma parte da natureza, interpretada ou ressignificada pelo homem; tabela completa 150 anos em 2019


Uma tabela com inúmeras letras. Toda pessoa que já estudou química deve ter se deparado com ela. Mais do que letras, a tabela periódica representa parte da natureza analisada e ressignificada pelo homem. O Carbono, por exemplo, é a base para a construção de nanotubos supercondutores nos computadores mais modernos e também está em tudo que há de orgânico. A invenção do russo Dmitri Mendeleev, lá em 1869, vai muito além da tabulação. Ela guarda histórias como a da cientista polonesa Marie Curie, responsável pela descoberta do Polônio e do Rádio, que adaptou veículos para realizar raio-X nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial, após descobrir o elemento Rádio. 
O Brasil também tem histórias relacionadas à tabela e envolvendo o elemento de número 42, o Molibdênio. Na década de 1960, quando poucos cientistas acreditavam que a fixação biológica de nitrogênio (FBN) poderia competir com fertilizantes minerais, à base de potássio, a cientista checo-brasileira Johanna Döbereiner iniciou um programa de pesquisas sobre os aspectos limitantes da fixação biológica de nitrogênio (FBN) em leguminosas tropicais. Esses estudos iam no sentido inverso ao da orientação dos Estados Unidos, maior produtor mundial de soja, que elaborava tecnologias de produção apoiadas no uso intensivo de adubos nitrogenadas.
Os estudos de Johanna permitiram que a fixação do nitrogênio pelas plantas fosse feita pela bactéria rhizobium – responsáveis por transformar o nitrogênio gasoso em amônia, através do molibdênio. Dessa forma, a soja gerava seu próprio adubo. O método, que começou na soja, mostrou-se muito eficiente em diversas outras culturas, e alavancou a produção alimentícia. A façanha rendeu a cientista checo-brasileira uma indicação ao prêmio Nobel.  Leia mais 
Fonte: Jornal da USP - 1/3/2019

Para mover a pesquisa de quantidade para qualidade, vá além das boas intenções

O cientista-chefe australiano Alan Finkel pede ações formais para melhorar as práticas de pesquisa. Esta é uma tradução livre da matéria publicada na revista Nature de 19 de fevereiro de 2019 

As instituições devem atender aos crescentes pedidos para abandonar a contagem de papers e métricas similares para avaliar os pesquisadores. Uma abordagem alternativa, a Regra dos Cinco, demonstra um compromisso claro com a qualidade: os candidatos apresentam seus cinco melhores artigos nos últimos cinco anos, acompanhados de uma descrição da pesquisa, seu impacto e sua contribuição individual. Os números exatos são imateriais: o que importa é o foco na qualidade. Um punhado de instituições exigiu que os revisores considerassem contribuições individuais em vez de listas de publicações, e a mudança não foi fácil. Os revisores devem ser orientados em relação índices-H e listas de citações dos indivíduos pesquisados ​​no Google, por exemplo. 

As instituições devem fornecer instruções explícitas em integridade de pesquisa, gerenciamento de dados e expectativas profissionais

Os financiadores devem assumir a liderança para impulsionar essas mudanças. Apenas os candidatos que concluíram um programa de treinamento de integridade credenciado devem ser elegíveis para subsídios. Agências como o Conselho Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da Austrália já adotaram a Regra de Cinco para alguns programas. Eles devem ir além e garantir que as avaliações dêem importância à contribuição de um candidato para práticas profissionais – como orientação e revisão por pares.
As revistas precisam passar de distribuidores de conhecimento para guardiãs do conhecimento. Guardiões não publicam e esquecem. Eles garantem que os dados permaneçam acessíveis e priorizam as preocupações sobre a qualidade da pesquisa. Isso inclui investigações imediatas quando se suspeita que a pesquisa publicada é falha. Um artigo retratado não deve desaparecer. Deve ser claramente marcado como ‘RETRACTED’ nos sites dos periódicos e alguns esforços devem ser feitos para notificar os leitores e citadores sobre o assunto. Essas normas foram codificadas pelo Comitê de Ética da Publicação e pelo Center for Open Science. A adoção dessas normas ficam restritas aos editores e, como resultado, as retratações se propagam incessantemente. Análises descobriram que muitos artigos recebem mais citações após a retratação do que antes. Leia mais

As revistas precisam passar de distribuidores de conhecimento para guardiãs do conhecimento. Guardiões não publicam e esquecem.


01 março 2019


Você e as bibliotecas USP


A quem interessa atacar a ciência? E por quê

Mudanças climáticas – Foto: Tumisu via Pixabay / CC0
Artigo de Paulo Artaxo - professor do Instituto de Física (IF-USP)

recente movimento global “anticiência”, do qual o presidente Trump é um dos expoentes, tenta colocar a ciência em xeque, quando os resultados científicos não apoiam seus interesses. Com a questão das mudanças climáticas não poderia ser diferente. Portanto, pode-se afirmar, de antemão, que as manifestações “anticiência” não são questionamentos científicos propriamente ditos, mas uma clara investida no sentido de desconstruir discursivamente a credibilidade científica com o objetivo de defender posições econômicas, políticas ou até religiosas próprias. Assim, qualquer tentativa de trazer ao debate o método científico nesta discussão é inócua.
No caso específico das mudanças climáticas, a posição de negação à ciência é emblemática. O enfrentamento das questões climáticas vai exigir profundas mudanças no sistema socioeconômico em nível global e nacional, de acordo com o recente relatório SR1.5 do IPCC (https://www.ipcc.ch/). Os setores econômicos que hoje arrecadam trilhões de dólares, obviamente, não têm interesse em diminuir seus lucros, mesmo à custa de colocar em risco o futuro da humanidade e, em última análise, o futuro de seu próprio negócio. Não há uma visão de longo prazo acerca dos danos possíveis e prováveis ao nosso planeta.
Convém salientar que ciência, por definição, é um processo dinâmico de construção do conhecimento, em permanente evolução. Não é imutável, nem poderia. No caso das mudanças climáticas, não se pode ignorar o atual estágio de robustez a que chegou a ciência do clima, com resultados sólidos nas pesquisas e também com a intensificação de eventos climáticos extremos, tais como secas severas, queimadas, enchentes, etc.   Leia na íntegra em: bit.ly/2UjjYa8.
Fonte: Jornal da USP - 28/2/19

Metabuscador Fapesp para dados científicos

A USP faz parte de um Grupo de Trabalho da FAPESP que visa a estabelecer diretrizes para a gestão de dados científicos de projetos financiados por aquela agência. 
Confira o protótipo: metabuscador.sc.usp.br


Fonte: Biblioteca do CENA-USP

28 fevereiro 2019

Má conduta em resumos sobre má conduta

Os organizadores da 6ª Conferência Mundial sobre Integridade Científica, programada para acontecer em junho em Hong Kong, foram surpreendidos pelo alerta de um dos 30 revisores encarregados de avaliar trabalhos submetidos pelos participantes do evento: um dos resumos continha indícios de plágio. Decidiu-se submeter todos os resumos à análise do software Turnitin, que detecta similaridades, e observou-se que o problema era bem maior. Foram encontrados 12 casos suspeitos de plágio e 18 de autoplágio, que é a reprodução em um trabalho científico de pedaços copiados de textos anteriores do mesmo autor. A proporção de trechos repetidos variou entre 37% e 94% nos resumos.
Nos casos de autoplágio, a organização optou por rejeitar todos os textos para apresentações orais, mas torná-los elegíveis para exposição em formato de pôster. Ocorre que isso não configurava uma irregularidade. Na chamada pública para submissão de trabalhos, não constava restrição a manuscritos cujos resultados já tivessem sido divulgados, integral ou parcialmente. Além disso, o formato de resumo não permitia a citação de artigos. “Em futuras conferências, vamos perguntar explicitamente se o conteúdo é inédito e dar espaço para referências”, escreveram os coorganizadores do evento, Lex Bouter, Daniel Barr e May Har Shan, em texto divulgado no site Retraction Watch.
Entre os 12 casos suspeitos de plágio, cinco haviam sido rejeitados pelos revisores por terem baixa qualidade ou fugirem do escopo da conferência. Curiosamente, o plágio era o tema abordado em dois deles. Os autores de todos os trabalhos foram interpelados. Seis se esquivaram de responder enquanto um solicitou a retirada do resumo sem justificativa. Entre os que enviaram explicações, dois eram marido e mulher e informaram que tinham autorização um do outro para reutilizar resultados apresentados na conferência anterior, realizada em Amsterdã em 2017. Em um dos casos, tentou-se colocar a culpa na equipe técnica da própria conferência. Outros dois comprovaram que os trechos copiados vinham de trabalhos anteriores deles mesmos. Eles foram reclassificados como autoplágio, enquanto todos os demais foram rejeitados. O balanço final contabilizou 2% de casos de plágio e 5% de autoplágio entre os resumos submetidos. “Está claro que o plágio não é permitido, mas a importância de evitar o autoplágio é menos óbvia”, observaram os três coorganizadores. Uma apresentação de conferência, eles explicam, frequentemente se refere a um trabalho preliminar, cujos resultados continuam a ser analisados e aperfeiçoados até gerar um artigo científico.“Não sabemos com qual frequência resumos idênticos são enviados por seus autores para diferentes conferências. Mas acreditamos que, se isso acontecer, precisa ser informado aos revisores e participantes do evento.”   Fonte: Pesquisa FAPESP - fev. 2019

27 fevereiro 2019

Por dentro do Giro Cultural da USP

Passeios gratuitos visitam museus e acervos da USP
Quem mora ou está visitando São Paulo pode conhecer uma parte da USP e sua história, museus, acervos culturais e científicos em passeios gratuitos. É o que propõe o programa Giro Cultural da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU).
Ele oferece três opções de roteiros no campus Cidade Universitária, no bairro Butantã – Vista Panorâmica, Acervo Cultural e Acervo Científico – e uma fora do campus: A USP e a São Paulo Modernista. Além de um passeio exclusivo para funcionários, professores e alunos.
A proposta é divulgar para a população o patrimônio arquitetônico, artístico e cultural mantido pela Universidade na capital paulista.
As atividades são acompanhadas por monitores que oferecem informações sobre cada local visitado.
Os passeios, em 2019, se iniciam em fevereiro e recebem grupos com o mínimo de 15 e máximo de 40 pessoas. Considerando o volume de solicitações e para planejamento das escolas e grupos, o ideal é realizar o agendamento com, no mínimo, dois meses de antecedência . Leia mais
Fonte: Jornal da USP - 27/2/19

Aluno da USP pode planejar sua carreira com apoio de escritório

Escritório de Desenvolvimento de Carreiras expandirá, em 2019, suas atividades para outros quatro campi da Universidade

Planejar a carreira desde o início da vida universitária. Esta é a proposta do Escritório de Desenvolvimento de Carreiras (ECar) da USP, associado à Pró-Reitoria de Graduação. O escritório oferece aconselhamento, palestras e oficinas sobre carreiras, mercado de trabalho e serviços relacionados à elaboração de currículo e preparação para entrevistas. Apesar do atendimento priorizar quem está na graduação, os estudantes da pós-graduação também podem participar das atividades. A comunidade externa à USP pode participar de alguns dos eventos promovidos pelo escritório.
O ECar existe desde 2016 e está instalado no campus Cidade Universitária, em São Paulo. A novidade para este ano é a expansão das atividades para a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), campus da USP na zona leste da capital, além de Pirassununga, Ribeirão Preto e São Carlos. Chamados de ECar Avançados, os escritórios físicos possibilitarão que atividades coletivas e pessoais sejam realizadas nesses locais.
Estamos trabalhando com os recursos existentes e com a adesão, vontade e competência dos nossos docentes, funcionários e monitores (alunos USP). Em cada ECar Avançado, resolvemos a instalação e alocação de recursos de um modo diferente”, comenta Tania Casado, coordenadora do Escritório de Desenvolvimento de Carreiras e professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, em São Paulo.
As equipes estão participando do treinamento Desenvolvimento de Docentes para Escritórios de Carreiras Avançados. O intuito é replicar a experiência vivida na Cidade Universitária nos outros espaços. O último, realizado no dia 11 de fevereiro, contou com a presença do vice-reitor da USP, Antonio Carlos Hernandes, e do pró-reitor de Graduação, Edmund Chada Baracat.  Leia mais
Fonte: Jornal da USP - 26/2/19

Rede une comunicadores e cientistas pela qualidade da divulgação da ciência

Grupo cria Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Ciência (RedeComCiência), única associação do tipo no Brasil

Para quem trabalha na área – e mesmo para quem olha de fora, há a percepção de que a qualidade com que se comunica ciência no País nem sempre corresponde ao alto nível da ciência produzida aqui, a despeito de todas as dificuldades. Preocupados em elevar os padrões desta atividade, um grupo de comunicadores fundou, no início deste mês, a Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Ciência (RedeComCiência).
A iniciativa tem inspiração em associações internacionais de jornalistas científicos já bem consolidadas, como as da Argentina e do México. “Grupos nacionais como o da Associação de Jornalistas de Educação e a Associação Brasileira de Jornalistas Ambientais também foram importantes exemplos para nós”, afirma o jornalista André Biernath, fundador e presidente da rede.
“Em março do ano passado realizamos nossa primeira reunião presencial mensal e, desde então, crescemos bastante. Atualmente temos mais de 600 participantes no grupo e acabamos de formalizar a RedeComCiência como uma associação”, conta Biernath, avisando que logo estarão abertas as inscrições para os membros se filiarem oficialmente. “Em médio e longo prazo, pretendemos criar um congresso brasileiro de jornalismo de ciência e um ambiente físico e digital para a troca de informações e debates entre os profissionais: jornalistas, assessores, cientistas e todos os interessados no tema”, anuncia.  Fonte: Jornal da USP - 25/2/19

23 fevereiro 2019

O que é divulgação científica?


Nos últimos anos, a atividade de divulgação científica tem ganhado destaque nas redes sociais com cientistas preocupados com qualidade dos conteúdos científicos consumidos na internet, pois muitos materiais difundidos em rede trazem erros conceituais ou até mesmo discursos tendenciosos que nem sempre são identificados pelo leitor.

Mas afinal, o que é divulgação científica?
Em primeiro lugar, devemos diferenciar os termos difusão, disseminação e divulgação científica. A princípio esses termos parecem sinônimos, mas tem sentidos distintos. A difusão científica tem o conceito mais amplo de todos, se refere a todo processo de veiculação da informação científica, seja através de publicações técnicas ou não e direcionadas para um público especializado ou não. Abrange todos os outros termos. 
Já a disseminação científica é a transmissão de conhecimento para um público especializado, através de linguagem técnica e aprimorada de entendimento dos indivíduos seletos. Um exemplo dessa comunicação são os próprios artigos científicos, que necessitam seguir normas da ABNT e, muitas vezes, abordam tipologias técnicas que somente pessoas da área conseguem compreender plenamente.
O termo divulgação científica, desde há muito tempo, tem sido o termo mais empregado na literatura brasileira para falar sobre a transmissão da ciência para o grande público. A divulgação é a transposição do discurso científico para o público geral, ou seja, passar o conhecimento científico através de uma linguagem acessível, de fácil compreensão, inclusive com a utilização de recursos e técnicas que facilitem esse diálogo, adaptando o discurso. Em resumo, é realizar a transposição da linguagem técnica e formal utilizada na academia para uma linguagem não-formal que consiga ser compreendida por pessoas não-especialistas em determinado assunto.

Podemos apontar que os grandes objetivos dessa atividade são instruir a população nos mais diversos aspectos, contribuir para a educação científica e, quem sabe, inspirar pessoas a seguir a carreira científica. Ciência e sociedade estão há muito tempo entrelaçadas que, às vezes, nem percebemos como estamos cercados de tanta ciência e tecnologia.
O celular que está em suas mãos é uma máquina, um microcomputador super potente com diversos recursos de diferentes origens agrupados. A internet, o rádio, a câmera fotográfica são outros exemplos. Na sua casa, a geladeira, a televisão, o aspirador de pó, o micro-ondas são super máquinas desenvolvidas graças à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico. Poucas décadas atrás muitos desses recursos eram apenas sonhos distantes vindos de filmes de ficção científica, mas que através de muita pesquisa, muito estudo e muita ciência, tornaram-se reais e acessíveis à grande parte da população.
Através dos impostos, a sociedade financia as escolas e universidades públicas e as bolsas de pesquisas que são concedidas. Assim, é fundamental a sociedade entender como funciona a ciência, a pesquisa, seus métodos para compreender seu papel na sociedade e poder defendê-la. Da mesma forma que é importante que os pesquisadores dialoguem com a sociedade, que mostre suas pesquisas que visam melhorar a vida das pessoas, como técnicas novas de plantio, de reciclagem, de monitoramento de encostas, de análises que viram vacinas, entre várias outras aplicações.
O objetivo maior é que cada vez mais, mais pessoas possam ter acesso à informação, ao conhecimento científico, para que possam usá-lo em seu dia a dia ou até inspirar-se a seguir carreira acadêmica. A ciência está em toda parte e todos nós podemos constantemente ajudar na sua construção.  Fonte: Ciência Explica

21 fevereiro 2019

Cientistas e cartunistas se unem para divulgar ciência em quadrinhos

Biólogo da USP e quadrinista lançam tirinha feita a partir de artigo científico, enquanto físico dos EUA publica graphic novel para estimular conversas sobre ciência

Se já é quase consenso que devemos colocar mais ciência na pauta pública, a divulgação científica – que é a comunicação da ciência para o público não especializado – tem feito a festa com os novos meios de comunicação. Todos os dias, novos conteúdos de ciências de criadores de todo o mundo são compartilhados em plataformas como YouTube, mídias sociais e podcasts. Mas também se destacam novos usos que os divulgadores têm dado para velhos meios. Nesta categoria, a adoção da linguagem dos quadrinhos tem bons exemplos aqui na Universidade. Nesta quarta-feira (20), o biólogo e pesquisador da USP Luciano Queiroz e o cartunista Marco Merlin lançaram a tirinha Ciclos, que transformou em HQ os resultados de um artigo científico.
O objetivo do estudo que deu origem à tirinha, feito quando Luciano Queiroz ainda estava na iniciação científica na Universidade Federal de Goiás (UFG), foi estudar como acontece a colonização de riachos por insetos aquáticos. Os insetos aquáticos não são tão conhecidos e muitos deles sequer foram “batizados” com nomes populares. Libélulas, percevejos, besouros e mosquitos são mais famosos, mas nem por isso têm menos importância ecológica do que os efemerópteros, trichopteros e plecopteros – alguns dos personagens do HQ.
“Nós decidimos fazer nosso experimento em riachos intermitentes, que secam em determinada época do ano e voltam a encher no período chuvoso. Isso nos permite observar como um ambiente vazio, sem praticamente nenhum organismo, evolui com o tempo em relação às espécies que o habitam”, conta Bruno Spacek, o primeiro autor do artigo.
Dessa forma, autores esperam fazer chegar em mais gente os resultados alcançados no estudo, mostrando a importância dos insetos para a conservação dos ambientes aquáticos. “A combinação da linguagem visual e textual ao conteúdo científico facilita muito a compreensão dos conceitos mais abstratos ou técnicos”, diz o quadrinista Marco Merlin.  Leia mais 
Fonte: Jornal da USP - 20/2/19

Mapa on-line permite desbravar a geologia do Estado de São Paulo

Imagine você conhecer as estruturas geológicas do Estado de São Paulo e ao mesmo tempo trilhas turísticas do litoral Norte durante um passeio virtual. Essa é a possibilidade que oferece o Webmap, uma ferramenta desenvolvida pelo grupo Geohereditas, um Núcleo de Apoio à Pesquisa em Patrimônio Geológico e Geoturismo da USP.
“Mostrar a capacidade de uso de diferentes formações rochosas é fundamental para a preservação dos locais e a sua compreensão, por isso criamos uma ferramenta de geoconservação com o intuito de reforçar a preservação dos patrimônios da Terra”, explica Maria da Glória Motta Garcia, coordenadora do Geohereditas e professora do Instituto de Geociências (IGc) da USP, em São Paulo.
O mapa interativo traz trilhas e painéis ambientais das cidades de Caraguatatuba, Ilha Bela, São Sebastião e Ubatuba. Ao escolher a cidade, é possível verificar as trilhas existentes com demonstração dos percursos e descrição da geologia do local.
O Webmap tem as funções de apontar geologia, relevo, vegetação, solos e as cavernas. Mais que a localização, cada uma das áreas demarcadas é clicável e disponibiliza informação a respeito de sua singularidade. Muito daquilo estudado por um aluno pré-vestibulando, por exemplo, pode estar mais tangível na ferramenta do que em um livro didático. Mesmo um turista desavisado é capaz de descobrir detalhes imprevisíveis sobre a futura viagem acessando o Webmap.  Leia mais
Fonte: Jornal da USP - 20/2/19    

Caminho livre para o conhecimento


           Fonte: Pesquisa FAPESP - fev. 2019                          Leia reportagem completa

20 fevereiro 2019

Taxas de publicação ameaçam plano de acesso aberto a revistas científicas

Em carta na Science, pesquisadores brasileiros alertam que Plano S não tem diretrizes realistas para controlar taxas cobradas por periódicos.

Publicar em revistas de acesso aberto de alta visibilidade pode se tornar inviável para a maioria dos cientistas caso o Plano S – uma iniciativa internacional concebida para acabar como o “paywall” das revistas científicas – seja implementado sem uma estratégia mais realista para limitar os preços das taxas de publicação.
O alerta foi feito no início do mês na seção de cartas da revista Science pelos pesquisadores brasileiros Alicia Kowaltowski, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), e Marcus Oliveira, do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (Plan S: Unrealistic capped fee structure).
Lançado em setembro de 2018 por agências de financiamento de pesquisa de 11 países da Europa, o Plano S (ou Coalizão S) determina que, a partir do início de 2020, só terão recursos públicos os cientistas que publicarem seus trabalhos exclusivamente em revistas de acesso aberto, que não cobram pelo acesso dos leitores. Nessas revistas, porém, os pesquisadores devem pagar uma taxa às editoras. 
Taxas muito altas
Em sua carta na Science, os cientistas brasileiros dizem não ser realista a estratégia do Plano S para controlar as taxas de publicação em periódicos de acesso aberto. Segundo eles, se essa discussão não for feita antes da implementação do plano, a publicação em revistas de acesso aberto de grande visibilidade – que têm taxas mais altas – acabará se tornando inviável para a maioria dos pesquisadores.
“Embora nós apoiemos o modelo de acesso aberto, preocupa-nos que a estrutura de taxas do Plano S não seja realista”, escreveram os cientistas brasileiros.
Segundo eles, no Brasil, embora as agências de financiamento paguem taxas de publicação, não há recursos suplementares para os custos de publicação em acesso aberto, que pode passar dos US$ 5 mil por um só artigo. “Em vez disso, esses custos são subtraídos do valor total das bolsas, o que significa que os autores precisam escolher entre o acesso aberto e os materiais de laboratório”, diz a carta.
“Somos totalmente favoráveis ao acesso aberto, mas é preciso garantir que essa transição seja feita de uma maneira que os interesses comerciais não prevaleçam. Nossa principal preocupação é que o Plano S entrará em vigor em menos de um ano e ainda não sabemos o que será feito para limitar as taxas”, disse Alicia a Direto da Ciência.
Sociedades científicas
Para amenizar o problema, Alicia e Oliveira propõem em sua carta à Science que os cientistas sejam estimulados a publicar em plataformas e revistas que são mantidas por sociedades científicas e editadas por cientistas ativos, em vez de editores profissionais.
“A saída que propomos envolve pensar com mais cuidado para quem nós cientistas estamos entregando nossas publicações. Gostaria de entregá-las para cientistas e que o pagamento pela publicação gerasse retorno para a sociedade”, disse a pesquisadora.
Alicia menciona como exemplo a revista de acesso aberto Redox Biology, da qual é editora associada. O periódico, que cobra de US$ 1,9 mil a US$ 2,4 mil por publicação, é publicado pela gigante Elsevier, mas é o veículo oficial da Sociedade de Biologia e Medicina Redox e da Sociedade de Pesquisa sobre Radicais Livres da Europa.  Fonte: Direto da Ciência