Revistas científicas predatórias são aquelas que se dispõem a publicar artigos científicos sem submetê-los a uma acurada revisão por pares (quando há), contanto que ocorra o pagamento da taxa de cobrança.
A ideia começou através do movimento Open Access (Acesso Aberto, em português), que busca uma ciência disponível à sociedade científica e geral através da democratização do conhecimento. O problema é que a grande maioria dessas revistas predatórias não se preocupa com o caráter científico, bibliográfico ou ético da publicação, se importando mais precisamente com o dinheiro a ser recebido – que varia de 200 a 3 mil dólares – e se aproveitando da pressão por publicações que muitos pesquisadores sofrem.
Hoje, cerca de um quarto do número de periódicos em acesso aberto são predatórios. Normalmente, esses periódicos também não são indexados, por não corresponderem aos critérios obrigatórios dos indexadores. Outra diferença de periódicos predatórios é o pouco tempo que se leva para analisar e aceitar artigos, devido ao processo menos seletivo e rigoroso.
As revistas científicas predatórias, que publicam desde artigos falsos e mal produzidos até plágios em busca de valor capital, geram uma série de problemas para o universo científico. Instituições de pesquisa podem manter pesquisadores baseado em publicações falsas, por exemplo. Essas informações falsas podem guiar erroneamente cientistas em seus trabalhos e serem usadas para manipular informações na indústria. Ter o nome ligado a uma revista que seja conhecida como predatória também desqualifica o pesquisador.
Por tudo isso, é muito importante prestar atenção na escolha da revista científica certa para publicar um trabalho!
A lista negra das predatóriasJeffrey Beall é um bibliotecário da Universidade de Colorado (Denver, Estados Unidos), que pesquisa há vários anos nessa área. Sim, esta se tornou uma linha de pesquisa na biblioteconomia, assim como métricas, metadata e outras. Beall montou uma página na internet na qual lista centenas de revistas de várias áreas que foram consideradas como predatórias. Essas publicações foram classificadas como predatórias de acordo com uma lista de critérios que abrange desde a composição do corpo editorial e sua qualificação acadêmica até a transparência (falta de) no processo de avaliação por pares, o comprometimento (falta de) com a preservação digital dos documentos, envio de cobranças de taxas surpresa, republicação, por cópia, de artigos publicados em outras revistas (sim, plágio) e muitas outras pistas. A principal missão dessas revistas é ganhar dinheiro — e não contribuir com a ciência mundial. A “lista negra” criada por Beall está publicada e constantemente atualizada em https://beallslist.weebly.com/
A lista negra das predatórias