Com a quarentena e a suspensão das aulas e atividades presenciais na Universidade de São Paulo (USP), não só a graduação tem contornado essa situação. A pós-graduação também vem se adaptando com defesas de teses, cursos de especialização, mestrado e doutorado acontecendo on-line. Quem explica como está funcionando essa dinâmica é Carlos Gilberto Carlotti Júnior, pró-reitor de Pós-Graduação (PRPG) da USP e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), em entrevista no Jornal da USP no Ar. Desde que foram tomadas medidas durante a pandemia de coronavírus, como o isolamento social, algumas medidas foram adotadas pela Reitoria para minimizar a não realização das atividades presenciais. “Providenciamos que as atividades administrativas fossem mantidas com a Reitoria para criar um canal aberto com os alunos, professores e agências de fomento”, explica Carlotti, ressaltando que o trabalho da Reitoria tem sido feito em home office. “Outra preocupação que tivemos foi com as disciplinas, porque a pós-graduação é feita basicamente com uma formação teórica através de disciplinas e trabalho científico em conjunto com orientação de supervisores.”
Segundo o pró-reitor, após uma chamada com todos os orientadores para fazerem a transição de disciplinas presenciais para não-presenciais, o apoio para a continuidade das aulas nessa modalidade tem sido considerável. Já são contabilizadas mais de 800 disciplinas realizadas no formato on-line, com a plataforma que a USP já possuía: e-disciplinas ou e-aulas. Aquelas matérias que precisarem da prática terão essas atividades feitas no final do semestre, quando tudo voltar à normalidade.
“Havia uma outra preocupação com defesas de teses e dissertações já marcadas. Demos aos alunos e programas duas soluções: realizar as defesas de forma 100% a distância e digital ou adiar o prazo para alunos que não estavam confortáveis com a modalidade a distância”, declara Carlotti. Além da flexibilização dos prazos de entregas, o programa Print, de mobilidade de docentes e discentes no exterior, também se adaptou com as mudanças no calendário. “Seria muito difícil manter um programa internacional enquanto todas as fronteiras estão fechadas e as universidades do exterior também estão fechadas.”
Uma importante iniciativa que ocorreu nesta semana foi a autorização da Reitoria para que fosse oferecido aos alunos, com problemas de acesso à internet, modems ou chips de celulares. Muitos alunos relatam dificuldade em acompanhar as atividades on-line, principalmente os residentes no Crusp. “A primeira iniciativa vai ser feita no Crusp. Posteriormente, abriremos para todos os campi da universidade. A PRPG fará a distribuição de 333 modems para esses alunos poderem fazer as disciplinas e atividades de forma não presencial.” Os alunos devem preencher um formulário que consta no site da PRGR ou através do e-mail contato-prpg@usp.br e cada situação será avaliada conforme pré-requisitos. Fonte: Jornal da USP - 09/04/20