Estudos avaliam como o isolamento social está mudando a rotina de trabalho de pesquisadores em todo o mundo. Mudanças na rotina de trabalho dos pesquisadores têm sido relatadas em depoimentos colhidos por Pesquisa FAPESP e publicados na seção Pesquisa na Quarentena desde o fim de março. O desafio de se adaptar à nova realidade é enfrentado por toda a comunidade científica. O isolamento social, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter a disseminação do vírus Sars-CoV-2, limitou a área de atuação de cientistas que dependem de estudos de campo ou equipamentos de pesquisa para dar continuidade a seus projetos. Ao mesmo tempo, afastados de tarefas administrativas, muitos pesquisadores relatam ter agora mais tempo para planejar novos projetos. “Não há como negar que a situação atual está provocando transformações no modo como os cientistas trabalham e na percepção da importância da pesquisa científica pela sociedade. Resta saber se as mudanças serão permanentes”, observa Kinjo. Com o objetivo de sistematizar uma análise quantitativa do impacto da pandemia na comunidade acadêmica, o portal
ResearchGate – mídia social voltada para pesquisadores – aplicou um questionário a aproximadamente 3 mil cientistas de várias áreas do conhecimento de todos os continentes. Observou-se que, para 82% dos participantes, as medidas de isolamento impactam diretamente seus trabalhos. Desse total, 67% declararam conseguir trabalhar remotamente.
ResearchGate – mídia social voltada para pesquisadores – aplicou um questionário a aproximadamente 3 mil cientistas de várias áreas do conhecimento de todos os continentes. Observou-se que, para 82% dos participantes, as medidas de isolamento impactam diretamente seus trabalhos. Desse total, 67% declararam conseguir trabalhar remotamente.
O estudo também avaliou como o trabalho em home office é aproveitado pelos cientistas. Cerca de 43% disseram estar conseguindo dedicar mais tempo para fortalecer parcerias ou firmar novas colaborações do que antes do isolamento social. Outros 43% informaram ter tido mais tempo para escrever e submeter manuscritos para revistas científicas, enquanto 45% declararam estar colocando em dia a leitura de trabalhos acadêmicos e fazendo pesquisas bibliográficas. Para 46%, a quarentena tem propiciado a busca por novas ofertas de trabalho.
Impactos na pós-graduação
No Brasil, um grupo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) investiga os efeitos da pandemia em pós-graduandos de todas as regiões do país. Dados preliminares indicam que 80% dos alunos de mestrado e doutorado estão sendo, de alguma forma, prejudicados pelas restrições do isolamento social. Até o término desta reportagem, mais de 4.800 estudantes de todos os campos do conhecimento haviam respondido ao questionário eletrônico. Saiba mais.
Fonte: Pesquisa FAPESP - maio 2020
Fonte: Pesquisa FAPESP - maio 2020