20 julho 2018

Citação com intermédio (apud)

A expressão latina “apud” significa “citado por”. Então, quando você fizer citação de um texto que não leu, mas que outro(a) autor(a) leu e citou, diz-se que a citação que você faz é intermediada por esse(a) outro(a) autor(a), ou seja, por quem você efetivamente leu. Nesse caso, deve-se sempre indicar tal intermediação com a expressão “apud” ou, como veremos, com expressão similar. Em outras palavras, o “apud” ou expressão similar mostra ao seu leitor ou sua leitora que você não acessou diretamente aquela fonte, mas sim o texto de alguém que usou aquela citação.

Vejamos parte de um parágrafo na área de artes e imagens, escrito por Costa (2009)*, em que a autora cita outro texto:
. . . Um dos mais influentes foi o filósofo Guy Debord, autor de A sociedade do espetáculo, dedicada ao estudo da inversão existente entre a sociedade real e as imagens que a representam, fundamento da aparência fetichista do mundo e de suas relações espetaculares. Diz ele: “O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas mediatizada por imagens” (DEBORD, 1972, p. 12).
Observamos que Costa (2009, p. 95) leu e citou diretamente Debord (1972, p. 12). Agora, digamos que você está escrevendo sobre o assunto em pauta, não teve acesso ao texto de Debord, leu apenas o texto de Costa, e gostaria de citar a definição de espetáculo de Debord, mostrada acima.
As seguintes maneiras podem ser usadas para fazer isso (marcamos em amarelo as diferentes formas de informar os dados essenciais da fonte):
Primeira opção:
Segundo Debord (1972, p. 12, apud COSTA, 2009, p. 95)O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas mediatizada por imagens.
Segunda opção:
Segundo Debord (1972, p. 12), “O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas mediatizada por imagens” (apud COSTA, 2009, p. 95).
Terceira opção, sem a expressão apud, mas ainda (e necessariamente) indicando a intermediação:
Segundo Debord (1972, p. 12)conforme citado por Costa (2009, p. 95)O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas mediatizada por imagens.
Nas suas referências bibliográficasdeve constar a obra que você leu (no caso, o texto de Costa), e não deve aparecer a obra não lida (aqui, o livro de Debord). Se a obra de Debord aparecesse na bibliografia, isso iria sugerir que você a teria lido, o que iria contradizer o uso do apud no texto, e implicaria também na suposição do seu conhecimento daquela obra como um todo.
Em resumo, é preciso ser ético e agir honestamente, dando o crédito ao autor ou à autora que você realmente leu e sinalizando essa intermediação a seu leitor ou sua leitora. Além disso, sempre que possível, recomenda-se buscar todas as fontes e ler diretamente as obras que quer citar, usando a citação intermediada o mínimo possível.
*Fonte: COSTA, M.C.C. A leitura de imagens. In: ZILBERMAN, R.; ROSING, T.M. K. (Orgs.).Escola e leitura: velha crise, novas alternativas. São Paulo: Global Editora, 2009. p. 81-98.

    Avaliando referências

    É comum encontrar estudantes (principalmente nos estágios iniciais de sua formação) que acham que precisam ter o máximo de referências possíveis em seus trabalhos. No entanto, nem toda referência bibliográfica é realmente valiosa para sua pesquisa e/ou para seu texto. A seguir, trazemos algumas dicas para avaliar as fontes e decidir melhor quais usar:
    1. Escolha referências de periódicos bem avaliados na sua área. Uma dica importante para verificar a qualidade do periódico é consultar a sua classificação no Qualis da CAPES. No entanto, não se baseie somente nisso, uma vez que a própria avaliação de um periódico pelo Qualis envolve certa subjetividade. Outras dicas, portanto, são considerar o corpo editorial do periódico (ou seja, se tem pesquisadores e pesquisadoras renomados da área), a sua proposta de foco ou escopo e o quão usado ele é na sua área de pesquisa (inclusive pelos seus professores e suas professoras). Há também outros critérios, tais como o fator de impacto do periódico, mas novamente enfatizamos que não basta olhar um índice ou número; é fundamental considerar a qualidade do próprio conteúdo publicado e das pessoas envolvidas na sua produção.
    2. No caso de livros, é importante ver quem são os(as) autores(as) ou editores(as) responsáveis e as editoras que os publicaram. Quanto mais conhecidos (autores, editoras, etc.), maior a probabilidade de rigor acadêmico.
    3. Procure utilizar referências atualizadas, para que o seu trabalho se insira no contexto atual do seu campo de pesquisa.
    4. É possível (e às vezes recomendável) usar referências mais antigas também, obviamente, contanto que elas sejam trabalhos clássicos da área e/ou que sejam contextualizadas para mostrar a evolução do pensamento/perspectiva/metodologia/etc. na disciplina.
    5. Algumas referências exigem cautela: por exemplo, textos de blog, sites e até de revistas e jornais conhecidos podem faltar com o rigor necessário para a pesquisa acadêmica. Isso pode ocorrer por motivos diversos, como interesses pessoais, linha editorial ou falta de fundamentação concreta.

    18 julho 2018

    Plataforma dá acesso à produção intelectual da USP desde 1985


    O público tem agora disponível uma plataforma que simplifica o acesso à produção intelectual dos pesquisadores da USP. No momento em que este texto era escrito, a Biblioteca Digital da Produção Intelectual (BDPI) da USP reunia quase 925 mil registros, incluindo a produção científica, acadêmica, artística e técnica de pesquisadores, mais as teses e dissertações defendidas desde 1985 na maior universidade da América Latina. E, diariamente, esses números são atualizados, à medida que os bibliotecários cadastram novos documentos.
    Idealizada para funcionar como um buscador sofisticado, mas ao mesmo tempo fácil de personalizar para o usuário de acordo com seus interesses, a ferramenta proporciona, a partir de uma única interface, a descoberta, recuperação e rastreabilidade da produção de pesquisadores, departamentos e unidades da Universidade.
    Além do acesso à íntegra de documentos que estão disponíveis para acesso aberto na internet, a BDPI indica o caminho para o material mais antigo, que ainda não foi digitalizado. Os registros remontam ao ano em que se tornou obrigatório aos pesquisadores da USP o depósito de sua produção nas bibliotecas da Universidade. Mas é possível resgatar até mesmo alguns itens mais antigos que 1985, de períodos anteriores à criação da própria USP – por exemplo, teses e dissertações defendidas na então Faculdade de Direito e na Escola Politécnica em 1912 e 1914, que estão nas respectivas bibliotecas (essas unidades já existiam antes da fundação da USP, sendo depois a ela incorporadas).
    Assim, mais que um mapa de todo esse conteúdo, “a BDPI é uma ação que valoriza a memória institucional da Universidade”, diz Tiago Murakami, chefe da Divisão de Gestão de Tratamento da Informação do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi) da USP.  Leia mais

    Ciência em tirinhas

    Histórias em quadrinhos ganham destaque na divulgação de pesquisas
    Por integrar imagem e texto de forma sintética e envolvente, a linguagem das HQs tem sido utilizada com frequência para traduzir resultados de pesquisas complexas para o público leigo e os jovens em particular. O Conselho Europeu de Pesquisa (ERC) – que apoia grupos de pesquisa de excelência e investe 17% dos € 77 bilhões do orçamento do Horizonte 2020, principal programa científico da União Europeia – também tem uma linha específica para apoiar a produção de HQs científicas. Trata-se do programa ERCcOMICS, que financia quadrinhos on-line (webcomics) inspirados em projetos realizados no âmbito do ERC.
    Revistas científicas consagradas também recorrem aos quadrinhos. Em 2015, a Science publicou em HQ um guia em comemoração ao centenário da teoria da relatividade geral de Albert Einstein (1879-1955). No mesmo ano, a Nature lançou Fragile Framework, quadrinho que relata os esforços, nas últimas décadas, para chegar a um tratado internacional do clima. “A ciência necessita de recursos visuais para ser mais bem compreendida pelo público”, afirma o matemático e cartunista Nick Sousanis, autor de Fragile Framework e pesquisador da Universidade Estadual de San Francisco, nos Estados Unidos. Em 2014, Sousanis apresentou uma tese de doutorado no formato de quadrinhos na Universidade Columbia, em Nova York. Posteriormente, o trabalho, intitulado Unflattening, foi publicado como uma novela gráfica – no Brasil, recebeu o nome Desaplanar. A obra analisa a separação entre a expressão verbal e a visual e questiona a primazia da palavra escrita na construção do pensamento. “A junção de texto com imagens deve ser encarada como uma maneira legítima e valiosa de aprender”, argumenta Sousanis.   Leia mais

    Science of Synthesis oferece recursos para aperfeiçoamento do setor químico

    A indústria química está entre as dez maiores atividades do mundo. Por se tratar de um setor de base, abastece todo o parque de transformação instalado no país, assumindo uma grande parte do PIB industrial, além de ser um vetor de desenvolvimento na tecnologia para várias cadeias produtivas.
    O Portal de Periódicos da CAPES oferece diversos recursos para que pesquisadores e especialistas tenham acesso a informações atualizadas e ao que está sendo feito na área de química em âmbito internacional. Uma das ferramentas é a base de dados Science of Synthesis, da editora Thieme.
    No Brasil, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), os produtos de uso industrial lideram o faturamento da indústria química, com 71,2%. Em seguida, outros segmentos também acumulam uma parcela de participação significativa: itens farmacêuticos (25,5%), fertilizantes (17,1%), higiene pessoal/perfume/cosméticos (14,3%), limpeza (7,8%), defensivos agrícolas (9,4%), tintas/esmaltes/vernizes (4,3%), fibras (1,3%) e outros (2,1%).
    Dedicada à química, a plataforma Science of Synthesis cobre todas as categorias relacionadas a áreas afins, permitindo pesquisa combinada de termos em texto completo e ainda a busca por estruturas sintéticas exatas, subestruturas e reações a partir de uma ferramenta para desenho de composições múltiplas.
    A coleção é composta pelo “Science of Synthesis Knowledge Updates”, que analisa todo o campo da química orgânica sintética e avalia desenvolvimentos significativos na metodologia sintética; pelo “Science of Synthesis Original Edition”, que fornece uma revisão crítica da metodologia sintética nos campos da química orgânica e organometálica; pelo “Science of Synthesis Reference Library”, que compreende volumes com temas especiais de química orgânica de forma modular, com seis classificações principais; e pelo “Houben-Weyl – Methoden der Organischen Chemie”, que é um trabalho de referência padrão para químicos envolvidos com síntese orgânica.
    Fonte: Portal de Periódicos da CAPES

    17 julho 2018

    Relatório Mundial ORCiD revela crescimento contínuo da comunidade

    ORCiD (Open Researcher and Contributor ID ou Identificador Aberto de Pesquisador e Colaborador) é um identificador digital único e persistente internacional, que distingue um acadêmico/pesquisador de outro e resolve o problema da ambiguidade e semelhança de nomes de autores e indivíduos, substituindo as variações de nome por um único código numérico. Dessa forma, facilita o registro de informações e automatiza a atualização das publicações e produções (artigos, trabalhos, etc). Gratuita, ferramenta permite que usuário autentique, colete, exiba e conecte seu registro ORCiD, gerenciando suas informações por meio de um número de identificação.
    identificador ORCiD é gerido pela organização internacional sem fins lucrativos de mesmo nome denominada ORCID Inc., criada em 2010 por um grupo de editores científicos, dentre os quais podemos destacar a Elsevier/Scopus, a Thomson Reuters/Clarivate Analytics e a Springer Nature. Seu objetivo é manter o registro inequívoco dos pesquisadores por meio do identificador único ORCiD, e propiciar um método transparente de conectar as atividades e resultados de pesquisas a estes identificadores. Em 2012, o registro ORCiD foi lançado mundialmente.
    Os membros da ORCID incluem pesquisadores; instituições acadêmicas, como Caltech, Cornell University, Universidade de São Paulo, Unicamp e UNESP; editores como Elsevier, Springer, Wiley e Nature Publishing Group; sociedades acadêmicas; e órgãos de financiamento. Na verdade, o Wellcome Trust (uma fundação de caridade) também começou a exigir que todos os candidatos forneçam um identificador da ORCID em sua apresentação.  Leia mais

    Indicadores e análise de pesquisa – Ferramentas disponíveis na USP

    O uso de indicadores e métricas de produção científica tornou-se prática rotineira na avaliação da qualidade e desempenho de pesquisa. No esteio dessa demanda, a análise bibliométrica e cientométrica realizada por meio 
    de indicadores tem se tornado cada vez mais popular, juntamente com ferramentas analíticas de produção 
    científica como o InCites e o SciVal, além do VantagePoint
    e do Publish or Perish. 
    Principais indicadores:
    Indicadores e Métricas – São exemplos de indicadores de desempenho de pesquisa: fator de impacto, produtividade, índice h, meia-vida, etc. 
    Ferramentas analíticas:
    ::  InCites (Thomson Reuters/Clarivate Analytics) é uma plataforma online de avaliação de pesquisa personalizada e baseada em citações, que tem como fonte de dados a Base Web of Science. Permite realizar análises de produtividade e impacto científico, comparar resultados com outras instituições, aferir o desempenho de pesquisadores, pesquisas financiadas

    :: SciVal (Elsevier) possui um portfólio de ferramentas de análise de indicadores de produção científica, que tem como fonte de dados o Scopus e o Science Direct. Permite realizar análises bibliométricas da produção científica de uma determinada instituição, país, região, autor ou grupos de autores, ou ainda em revistas, desde que o material esteja indexado na base de dados Scopus

    :: VantagePoint (Search Technology) é uma importante ferramenta de mineração e análise de dados, que permite realizar análises bibliométricas e estudos relacionados à produção científica de uma determinada área de conhecimento, instituição ou pesquisador, análise de coleções, verificação de erros e inconsistências em registros bibliográficos, bem como análises de tendências de pesquisa, desde que se tenha o arquivo de dados
    . 
    :: Publish or Perish é um software de desktop gratuito que extrai dados do Google Scholar para ajudar os autores a analisar várias estatísticas sobre o impacto da pesquisa.

    :: Google Scholar Metrics fornece uma maneira fácil para os autores avaliarem rapidamente a visibilidade e a influência de artigos recentes em publicações científicas. 



    Como escrever um artigo científico

    A publicação de artigos é a maneira mais eficiente de divulgar os resultados de uma pesquisa, por isso a produção desse tipo de texto exige o esforço e o cuidado do autor.
    Para facilitar a escrita, há uma estrutura básica que é adotada pela comunidade científica em geral. O objetivo é padronizar o formato e resumir os principais aspectos de um trabalho. A ilustração abaixo descreve o modelo de estruturação de um manuscrito.
    Título – Deve ser conciso, mas nteressante. É preciso que ele resuma o trabalho e desperte a atenção do leitor.
    Filiação – É o espaço onde se insere o nome do autor do trabalho e o nome da instituição onde a pesquisa foi desenvolvida. É interessante disponilizar ainda um e-mail para contato, permitindo que o leitor possa falar diretamente com o autor se tiver necessidade.
    Resumo – Deve conter as principais informações do trabalho de forma clara e precisa. Dá ao leitor uma visão geral de tudo o que foi realizado. É necessário incluir os objetivos, os métodos empregados e os principais resultados. Não é o momento para usar abreviações ou símbolos, nem para citar referências. Ao final, é preciso inserir algumas palavras-chave que representem os temas dos quais o trabalho trata.
    Introdução – Deve contextualizar o tema. O ideal é não se estender muito, é importante apenas que a questão pesquisada seja bem embasada. Ao final, os objetivos e as justitificativas do estudo devem ser expostos de forma clara e precisa.
    Fundamentação Teórica (Revisão Bibliográfica) – Nessa parte do texto, cabe ao autor avaliar criticamente a literatura sobre os temas envolvidos no trabalho.
    Metodologia – Os métodos utilizados devem ser explicitados nessa parte do texto. A qualidade dessa descrição será essencial para que outros pesquisadores possam reproduzir o estudo.
    Resultados – O autor deve apresentar os resultados ao leitor, mas ainda não é o momento para discutí-los. Dependendo da natureza da pesquisa, pode ser interessante expor os dados em forma de tabelas e gráficos.
    Discussão – Os resultados mais relevantes são discutidos nessa seção. Se a pesquisa for baseada na construção de hipóteses, o autor deverá usar esse espaço para discutí-las. Além disso, os resultados devem ser relacionados com as conclusões de outros estudos da literatura.
    Conclusão – É o momento para expor as conclusões do estudo. As vulnerabilidades da pesquisa podem ser expostas, além de o autor poder sugerir novas abordagens de investigação para aperfeiçoar a compreensão do objeto de estudo.
    Referências – Todas as fontes que foram citadas no texto devem aparecer nesse espaço. É importante formatá-las de acordo com a norma do periódico.
    Agradecimentos – Esse não é um item obrigatório. Se aplica aos casos em que houve alguma contribuição para o estudo, mas que não justificou a autoria do trabalho.
    Informações adicionais – Pode ser que a revista permita a inserção de informações adicionais. Se for o caso, você poderá colocar, por exemplo, uma lista de figuras, de tabelas, de siglas etc.
    Quando decidir para qual revista você submeterá o trabalho, observe a formatação exigida e padronize o texto. O mais importante é produzir uma pesquisa de qualidade, sendo que o nível de originalidade é o que desperta o interesse dos periódicos e dos próprios leitores. Se o seu trabalho possui esse requisito, publicá-lo será muito mais fácil.

    Como aumentar o impacto do seu artigo?

    Não é segredo que vivemos na era do “produtivismo científico”. Na prática, isso significa que cada vez mais os pesquisadores têm seu currículo avaliado por meio de dois aspectos: quantidade de publicações e relevância dos periódicos no quais os trabalhos são publicados. Internacionalmente, a cultura do “publicar ou perecer” é bastante associada a um índice que mede a relevância das revistas e, consequentemente, das pesquisas nelas publicadas. Esse índice é o fator de impacto e conhecê-lo é fundamental para autores acadêmicos.
    Fator de Impacto x Impacto da pesquisa
    O fator de impacto é um índice que determina a relevância dos periódicos com base no número de citações recebidas nos dois anos que sucedem o ano base. Logo, o fator de impacto de um periódico em 2016 refere-se a uma avaliação dos anos de 2014 e 2015. Quanto mais citada for uma revista, maior será o seu fator de impacto.
    Embora este seja o principal critério para avaliação em âmbito mundial, ele é constantemente criticado. As principais reprovações se referem à valorização dos aspectos quantitativos, podendo gerar distorções na percepção da qualidade dos trabalhos. Um exemplo disso é a publicação de artigos com temáticas populares, o que aumenta o número de citações sem garantir necessariamente que as pesquisas são relevantes. Essa estratégia pode ser utilizada por revistas para aumentar o fator de impacto, mas autores de trabalhos irrelevantes também podem se beneficiar dessa medida.
    Apesar da alegação de que o fator de impacto não reflete a qualidade real da pesquisa, o índice continua sendo o mais aceito no mundo todo.
    Sistema Qualis
    No Brasil, a classificação dos periódicos nacionais e internacionais exige uma avaliação específica por meio do Qualis, índice criado pela Capes. O Qualis avalia as revistas a partir de critérios específicos para cada área de conhecimento, considerando aspectos como: instituição a qual o periódico é vinculado, periodicidade, acessibilidade, número de artigos publicados, impacto na área, indexação em bancos de dados nacionais e internacionais, entre outros. Os periódicos são classificados com conceitos que vão de C a A1. Atualmente, o sistema está integrado à Plataforma Sucupira, que mantém atualizados os dados e conceitos referentes aos cursos de pós-graduação no Brasil. Embora seja um sistema de classificação nacional, o Qualis está alinhado com a classificação do fator de impacto.
    Aumentando o Impacto da sua Pesquisa
    Publicar em periódicos bem avaliados nunca é uma tarefa fácil. A concorrência é grande e o histórico acadêmico faz toda diferença. É importante que pesquisadores iniciantes se relacionem com cientistas mais experientes em busca de colaborações, também é importante estudar os artigos que costumam ser publicados em revistas bem conceituadas para identificar características que possam aprimorar os próprios trabalhos.
    Lembre-se de nunca submeter o mesmo artigo para mais de um periódico ao mesmo tempo, pois isso fere o código de conduta ética estabelecido. Além disso, a cada submissão, você deve adequar o artigo às normas da nova publicação: número de páginas, formatação de imagens e citações etc.
    Periódicos com fator de impacto ou Qualis intermediário podem atrair muito mais leitores e por isso devem ser considerados em sua estratégia de publicação. É importante salientar que o impacto da pesquisa está relacionado com a relevância do tema, com o delineamento da metodologia, com a apresentação de resultados coerentes e com uma análise bem executada, além de comunicação clara e precisa de tudo o que foi realizado. Esses aspectos farão com que o trabalho seja lido por mais pessoas e com que seja considerado por outros pesquisadores. Na hora de divulgar o trabalho, pode ser interessante ir além das tradicionais apresentações em congressos, pois o uso de redes sociais (acadêmicas ou não) e a contribuição para meios de comunicação oficiais (sites, jornais, TV) e alternativos (blogs, canais de divulgação científica, podcasts) podem aumentar a exposição das suas pesquisas.

    13 julho 2018

    Base de dados ASP indexa conteúdo de todas as áreas do conhecimento

    Disponibilizado para usuários do Portal de Periódicos da CAPES via plataforma Ebsco Host, o conteúdo da Academic Search Premier (ASP) indexa informações em todas as áreas do conhecimento. A base conta com mais de 2500 revistas científicas em texto completo, além de oferecer referências e resumos de documentos diversos, livros, relatórios, registros de discursos, trabalhos apresentados em eventos, jornais, projetos de pesquisa, panfletos, enciclopédias e outros tipos de materiais. 

    Os usuários encontram na coleção dados publicados a partir de 1911, assumindo uma função importante nas atividades de pesquisadores que consultam registros históricos com frequência. Entre as categorias contempladas pela ASP, estão Genética, Botânica, Oceanografia, Bioquímica, Farmacologia, Imunologia, Ciência da Computação, Linguística, Filosofia, Geografia, Administração, Economia, Desenho Industrial, Turismo, Engenharias, Astronomia, Zootecnia, Medicina, entre diversas outras.

    Os documentos pesquisados podem ser descarregados em formatos PDF ou HTML, de acordo com a necessidade do usuário. O acesso ao conteúdo da ASP pode ser feito a partir do menu buscar base ou de forma individual aos títulos em texto completo, pela opção buscar periódico. Ao entrar na plataforma Ebsco Host, é possível visualizar um tutorial em formato de vídeo, que indica as principais funcionalidades oferecidas pela ferramenta a fim de facilitar a consulta e proporcionar resultados ajustados às necessidades do pesquisador.  Fonte: Portal de Periódicos da CAPES


    Capes terá R$ 160 milhões do MEC para a educação superior

    Os recursos destinam-se ao pagamento de bolsas, auxílios e fomento às ações de graduação, pós-graduação, ensino, pesquisa e extensão

    O Ministério da Educação liberou, na última terça-feira, 10 de julho, R$ 160 milhões para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os recursos destinam-se ao pagamento de bolsas, auxílios e fomento às ações de graduação, pós-graduação, ensino, pesquisa e extensão. Até o momento, já foram liberados R$ 390,9 milhões para a autarquia, no mês de julho.
    A maior parte desse valor, R$ 120 milhões, se destina a 3,7 mil bolsas de estudos no exterior, nas modalidades doutorado e pós-doutorado. Outros R$ 50 milhões serão empregados em compromissos relacionados ao Portal de Periódicos, uma biblioteca virtual utilizada por instituições de ensino e pesquisa no Brasil, que guarda farto material da produção científica internacional. O portal conta com um acervo de mais de 53 mil títulos, com texto completo, 129 bases referenciais e 11 bases dedicadas exclusivamente a patentes, além de livros, enciclopédias, obras de referência, normas técnicas, estatísticas e conteúdo audiovisual.
    O restante da verba liberada, R$ 4,4 milhões, será destinado ao fomento de ações de graduação, pós-graduação, ensino, pesquisa e extensão e custearão as demais despesas administrativas da autarquia. O presidente da Capes, Abílio Baeta Neves, comenta que “estes recursos contribuem para a manutenção dos 6.456 cursos de mestrado e doutorado que integram o Sistema Nacional de Pós-Graduação, bem como para a formação de recursos humanos altamente qualificados no país e no exterior”.

    12 julho 2018

    Revista ocupa 1º lugar entre publicações da área de Ciências Agrárias

    “Scientia Agricola” é uma publicação científica da USP e sua colocação é a melhor entre revistas brasileiras

    A Scientia Agricola, periódico da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, manteve-se como a principal revista científica na área de Ciências Agrárias do Brasil. Entre as 130 revistas brasileiras indexadas na base de dados Web of Science, ela atingiu o Fator de Impacto (FI) 1,383.
    Os dados foram divulgados, no dia 26 de junho, pelo Journal Citation Report (JCR), pertencente à Clarivate Analytics, em ranking de medição do fator de impacto das revistas científicas internacionais.
    Considerando todas as áreas de conhecimento entre as publicações brasileiras, a Scientia Agricola é a 24ª colocada, com FI (2 anos) = 1,383 (maior valor atingido), e a 14ª colocada, com FI (5 anos) = 1,728. Ela manteve-se em primeiro lugar no ranking de fatores de impacto em 2017, na área de Ciências Agrárias, e continua sendo nível máximo (A1) em Ciências Agrárias I do Qualis/Capes.
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    Espalhando a ideia e a palavra ORCID Initiative pelo mundo


                                  :: 30 milhões de obras conectadas ao registro ORCID
                                  :: 20 milhões de obras adicionadas aos registros por membros
                                  :: 2 milhões de registros com pelo menos um ID externo
                                  :: 1,5 milhão de registros com pelo menos um item de educação                                                            :: 1 milhão de registros com pelo menos um trabalho
                                  :: 1 milhão de registros com pelo menos um item de emprego
                                  :: 1 milhão de identificadores de pessoa em registros ORCID
                                  :: 1 milhão de palavras-chave em registros ORCID
                                  :: 500k registros com pelo menos um item de financiamento
                                  :: 350k grava com pelo menos um outro nome
                                  :: 125k pesquisadores usando signos sociais ou institucionais em
                                  :: 500 sistemas onde os pesquisadores podem usar seu ID
                                  :: 250 países onde pesquisadores usam o ORCID
                                :: É da USP? Acesse:http://www.usp.br/orcid
                                  :: É de outro lugar? Acesse: http://orcid.org


    Science.gov - sua porta de entrada para U.S. Federal Science

    O Science.gov pesquisa em mais de 60 bancos de dados e mais de 2.200 sites científicos para fornecer aos usuários acesso a mais de 200 milhões de páginas de informações científicas federais autorizadas, incluindo resultados de pesquisa e desenvolvimento.
    É uma porta de entrada para as informações científicas do governo dos EUA. O site foi criado para servir a cientistas, pesquisadores, comunidades de bibliotecas e empresas, estudantes, professores, empreendedores e qualquer pessoa interessada em ciências. A informação é grátis. Nenhum registro é necessário.  Acesse: https://www.science.gov/


    “Fake news”: termo é um novo jeito de chamar velhos problemas

    Artigo do jornalista e professor Caio Túlio Costa ressalta que boatos e mentiras sempre existiram nas mídias tradicionais

    Dossiê Pós-Verdade e Jornalismo é composto por artigos de jornalistas renomados, especialistas no tema proposto pela atual publicação do número 116 da Revista USP. O editor da revista, Francisco Costa, apresenta um questão polêmica dos dias de hoje: a pós-verdade, “eleita em 2016, pela Universidade de Oxford, como a ‘palavra do ano’”. Mas o que é a pós-verdade?”, indaga Costa. Os que são as fake news? Ao investigar o conceito das palavras, Costa nos conta que o professor e jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva afirma que fake news são “’notícias fraudulentas, ou seja, aquelas notícias publicadas com intenção de dolo, de modo baixo e trapaceiro”. É como um mal que se alastra apoiado pelas redes sociais de maior alcance atualmente: o Facebook e o Google.
    No artigo aqui enfocado, “Verdades e mentiras no ecossistema digital”, Caio Túlio Costa, a partir de exemplos retirados do Facebook e do Google, questiona e analisa formas de garantir o acesso de todos à informação e à diversidade de opiniões e de como manter e incentivar o pluralismo das fontes, sem incorrer no risco das fake news. O artigo aborda a qualidade do atual uso irrestrito de acesso à informação. Informações improcedentes, boatos e mentiras sempre existiram, não é fato novo, mas preocupa “os profissionais da imprensa tradicional, como se o jornalismo nunca tivesse deparado com notícias falsas, plantadas por terceiros nos meios tradicionais de comunicação […] como se nunca houvesse existido a imprensa marrom”.  Leia mais

    11 julho 2018

    26º Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP - SIICUSP

    A Comissão de Pesquisa do CENA - CPqCENA comunica que em 07/06/2018, foi publicada a Portaria PRP nº 644 que divulga o Edital do 26º Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP (SIICUSP), primeira fase (Apresentações dos trabalhos), e segunda fase (Etapa Internacional).
    As inscrições para o 26º SIICUSP são gratuitas e devem ser realizadas no período de 24/7/2018 a 24/8/2018no site https://uspdigital.usp.br/siicusp/.

    Todos os bolsistas dos programas de Iniciação Científica (PIBIC) e de Iniciação Tecnológica (PIBITI) do Edital da USP vigência 2017/2018, têm o compromisso de apresentar os resultados de suas pesquisas no SIICUSP.

    Podem participar do 26º SIICUSP estudantes de graduação, da USP ou de outras instituições de ensino nacionais ou estrangeiras, bolsistas ou não, que tenham desenvolvido trabalhos de Iniciação Científica ou Tecnológica na USP ou em outras instituições.

    Ao inscrever-se o estudante será responsável por selecionar o local onde fará a  apresentação do seu trabalho, portanto, devem selecionar  Campus “Luiz de Queiroz”, e a unidade Centro de Energia Nuclear na Agricultura - CENA/USP.

    O 26º SIICUSP no CENA será realizado no dia 27/9/2018com sessões de apresentação e arguição oral (com apresentação de slides),  conforme aprovado em reunião da CPqCENA  em 15/06/2018. Caso seja necessário em razão do número de inscritos, alguns trabalhos poderão, a critério da Comissão de Pesquisa, ser apresentados na forma de pôster. Em tempo hábil os autores serão comunicados caso isso ocorra.

    Os trabalhos melhor avaliados serão indicados para participarem da Etapa Internacional,  organizada pela Pró-Reitoria de Pesquisa, que ocorrerá nos dias 22 e 23 de novembro, no Centro de Difusão Internacional, campus São Paulo, com programação de interesse a todas as áreas e com participação de estudantes e docentes de Universidades estrangeiras.

    Os estudantes que desenvolveram projetos de Pré-Iniciação Científica ou Tecnológica serão convidados a expor seus trabalhos no 26º SIICUSP, em forma de pôsteres, em seção dedicada a eles, sem necessidade de inscrição no site do evento ou avaliação dos trabalhos. A Seção de Apoio Acadêmico entrará em contato para passar informações sobre a confecção dos pôsteres, e organização do espaço.