18 maio 2017

“Manual de Editoração e Estilo” quer lapidar produção acadêmica

Obra de Plinio Martins Filho, que será lançada no dia 17 de maio, busca facilitar o trabalho de editoras universitárias

Assim como os jornais, cada editora tem o seu manual de normalização e estilo. Entre as editoras universitárias, não é diferente. Com décadas de experiência na Editora da USP (Edusp), o professor Plinio Martins Filho, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, criou o Manual de Editoração e Estilo, uma proposta que busca facilitar e orientar a edição de livros universitários.
A obra é resultado da tese de doutorado do docente, defendida em 2006. Após uma década de revisões e acréscimos, o Manual será lançado no dia 17 de maio, às 18h, na Livraria João Alexandre Barbosa, localizada na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, na Cidade Universitária.
“Espero que este manual seja usado tanto por orientadores quanto por orientandos”, diz Martins Filho. “Se as pessoas entregarem os originais mais próximos daquilo que vai ser a edição final, melhor. É essa a grande contribuição que eu gostaria que o livro deixasse, que os trabalhos fossem apresentados de forma menos normativa”, critica o professor, que desaprova o uso das normas ABNT, já que elas não são usadas por nenhuma editora. “O Manual vai abreviar o trabalho de edição. Espero que esse seja um grande benefício que o livro traga para as pessoas.”Outra vantagem da obra de Martins Filho é o conceito de normalizar a edição e o estilo dos textos, não normatizá-la. “Normalizar é dar uma coerência, uma harmonia ao texto, enquanto normatizar tem força de lei”, explica o professor.
A ideia do Manual é apresentar ao leitor diferentes caminhos para criar uma uniformidade e identidade ao texto. “O meu Manual não é um compêndio de regras, mas sim um apanhado de normas em que cada editor pode consultar e criar o seu próprio padrão editorial”, ressalta Martins Filho. “Ele serve para que o leitor não fique incomodado com a grafia de uma palavra escrita de diferentes formas ao longo de um mesmo texto, por exemplo. Senão, o leitor pode achar que o livro não foi bem preparado”, exemplifica.
Em suas 728 páginas, o Manual traz noções básicas de como preparar e editar um original até sua transformação em produto final. Estruturas pré-textuais, textuais e pós-textuais, tipologia, tipografia, novo acordo ortográfico, siglas, abreviaturas e símbolos são apenas alguns dos 60 tópicos trabalhados no livro.
Um tópico que se destaca no conjunto é o das línguas estrangeiras. Nele, o autor apresenta regras básicas que vão da separação silábica até a transliteração de 17 línguas latinas e não-latinas. “Todo revisor precisa ter um conhecimento amplo, porque, hoje em dia, qualquer livro acadêmico tem uma citação em língua estrangeira. Então você tem que ter um suporte mínimo para trabalhar esse texto”, afirma o professor.