06 novembro 2017

Formação diversificada

Mudar de instituição na pós-graduação é enriquecedor para a construção de um forte perfil acadêmico

Muitos estudantes prestes a concluir a graduação não conseguem se ver em uma instituição diferente da qual estão matriculados. A maioria está acostumada com a universidade, familiarizada com os professores e, às vezes, participa de projetos de pesquisadores seniores, o que facilita a solicitação de bolsa de mestrado, doutorado ou pós-doutorado. Essas são razões pelas quais emendar todas as etapas da carreira acadêmica na mesma instituição costuma ser tentador. Mas há motivos para se fazer o caminho contrário. Começar tudo do zero em outro lugar pode ser enriquecedor para a construção da carreira profissional, permitindo ao indivíduo entrar em contato com novos grupos de pesquisa, diversificar suas habilidades científicas e intelectuais e experimentar diferentes rotinas de trabalho.

No Brasil, os estudantes normalmente têm o primeiro contato com a pesquisa acadêmica durante a graduação por meio de programas de iniciação científica, cujos temas frequentemente estão alinhados aos objetivos e necessidades dos projetos coordenados pelos orientadores. Os grupos de pesquisa costumam reunir indivíduos em diferentes estágios de desenvolvimento profissional, de modo que os coordenadores identifiquem as características de cada integrante da equipe, avaliem suas capacidades e limitações e distribuam as atividades de acordo com o nível de formação de cada um. “Ao ser integrado a um grupo de pesquisa, o estudante tende a querer se aprofundar em determinado assunto, optando por fazer mestrado e doutorado no mesmo laboratório, sob orientação do mesmo professor”, diz a bióloga Maria de Lourdes Spazziani, professora do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu. “Ao mesmo tempo, os professores, ao investirem na formação dos graduandos, incentivam a permanência dos alunos nos seus grupos de pesquisa”, completa.  Leia mais