Lançado neste mês por três professores, Preda Qualis detecta revistas acadêmicas acusadas de não seguirem padrões científicos
Pelo menos 485 periódicos acusados de recorrer a más práticas editoriais são usados no Brasil por professores, pesquisadores e pós-graduandos, registra o site Preda Qualis, lançado neste mês por três docentes da USP, Unesp e UFABC. Essas publicações estão na plataforma de dados online Qualis Periódicos, do governo federal, que reúne e classifica cerca de 26,5 mil títulos e serve para orientar pesquisadores, professores e pós-graduandos a escolher de revistas acadêmicas para publicar seus trabalhos.
O objetivo do Preda Qualis, afirmam os autores da iniciativa, é “contribuir para o aperfeiçoamento dos critérios de avaliação dos programas de pós-gradução e do sistema Qualis”, que integra as atividades de avaliação da pós-graduação brasileira pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação.
Dos 485 periódicos “potencialmente predatórios”, 67% foram classificados nos estratos A e B do Qualis, em vez de serem listados no nível C, destinado a publicações consideradas inadequadas, afirmam os autores da iniciativa, Paulo Inácio Prado, do Instituto de Biociências da USP, Roberto André Kraenkel, do Instituto de Física Teórica da Unesp, e Renato Mendes Coutinho, do Centro de Matemática, Computação e Cognição da UFABC.
Embora considerem “baixa” a proporção de periódicos predatórios do Qualis – os 485 títulos detectados correspondem a 1,8% dos 26.477 registrados na plataforma – os criadores do novo site entendem que “há uma grande vulnerabilidade do sistema de avaliação da CAPES à invasão por este tipo de publicação”. Leia mais