12 dezembro 2017

Universidades paulistas reavaliam seus indicadores de desempenho institucional

As três universidades públicas estaduais paulistas – USP, Unicamp e Unesp – começam a rever seus sistemas de avaliação de desempenho com o objetivo de aprimorar métricas, estabelecer metas e, adicionalmente, melhorar sua inserção nas comparações internacionais.

A iniciativa é financiada pela FAPESP, no âmbito do projeto Indicadores de desempenho nas universidades estaduais paulistas, vinculado ao Programa Pesquisa em Políticas Públicas. Liderado por Jacques Marcovitch e pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), o projeto tem como parceira a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo.

A reavaliação de métricas e de indicadores de desempenho não é tarefa fácil. “Não existe um modelo único e as universidades são diferentes entre si”, ponderou Goldemberg. Reitor da USP entre 1986 e 1990, Goldemberg criou o Anuário da USP, até hoje uma das principais fontes de informações sobre o desempenho da universidade. “Mas ainda há problemas na garimpagem de dados. Precisamos de mais informações qualitativamente diferenciadas.”

Assim como as universidades, os indicadores utilizados pelos rankings para classificá-las também diferem entre si. O THE, por exemplo, utiliza 13 indicadores que contemplam Ensino, Pesquisa, Citações, Visibilidade Internacional e Captação de Recursos da Indústria. O indicador de maior peso (18%) é o de Reputação em Pesquisa, alimentado por um questionário aplicado a cientistas de todo o mundo. O QS também tem foco na reputação acadêmica e entre empregadores, que equivale à metade da pontuação. Já para o ARWU, publicado pela Shangai Ranking Consultancy, o número de artigos publicados na Nature e na Science tem peso de 20% no seu conjunto de indicadores.

De fato, apesar de estar entre as 40 universidades no mundo que mais publicam artigos, de acordo com o Web of Science, a USP não aparece entre aquelas com maior índice de citação, o que leva a universidade a uma pontuação média reduzida. A USP, assim como a Unicamp e a Unesp, têm, respectivamente, pontuações nesse índice de citações de 31,5, 31,7 e 12,7, enquanto universidades chinesas como as de Pequim, Tsinghua e Zhejiang têm pontuações de 74,2, 71,4 e 45,9, respectivamente, no mesmo índice. Leia mais