27 julho 2018

USP integra rede mundial para mapear áreas com potencial agrícola

Metodologia Gyga será usada para quantificar o potencial de incremento da produção brasileira

Disponibilizar uma base de dados para identificar regiões do planeta com maior potencial de investimento agrícola, garantindo a segurança alimentar das futuras gerações. Esse é o objetivo do Global Yield Gap and Water Productivity Atlas (Gyga), iniciativa mundial que envolve pesquisadores de várias instituições. A partir de agora, centros de excelência como a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, integram essa rede que busca quantificar a eficiência agrícola, identificar suas causas e sugerir intervenções para elevá-la.
A metodologia Gyga fornece um atlas com estimativas de potencial de produção de culturas inexplorado em terras agrícolas existentes, com base no clima atual e nos recursos disponíveis de solo e água. “O Brasil tem uma vantagem comparativa para a segurança alimentar do planeta devido à disponibilidade de recursos hídricos e terra arável. Contudo, a taxa de incremento da produtividade agrícola brasileira é relativamente baixa, o que tem mantido os níveis de produtividade média bem abaixo dos níveis observados em campos experimentais”, comenta Fábio Marin, professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq, coordenador local do projeto.
No dia 23 de julho, parte da comunidade científica que atua no projeto esteve em Piracicaba para a primeira reunião no País. O encontro foi para dialogar sobre o uso da metodologia Gyga, além de avaliar e apresentar iniciativas em andamento.
“O objetivo geral do projeto é quantificar o potencial de incremento da produção brasileira e identificar os meios para realizar este potencial mediante a intensificação agrícola sustentável. O projeto terá cobertura nacional e tratará dos principais setores do agronegócio brasileiro, como soja, milho, arroz, gado e cana-de-açúcar”, segundo Marin.
O professor disse que o projeto terá o apoio de pesquisadores de diferentes instituições para assegurar a cobertura nacional com elevada qualidade técnica. “No Brasil, o projeto é liderado pela Esalq, mas conta com o envolvimento de outras três instituições, a Embrapa, a Universidade Federal de Santa Maria e a Universidade de Nebraska-Lincoln, que trabalharão juntas para realizar as atividades experimentais e propor as ações necessárias para elevar a eficiência agrícola brasileira.”
Caio Albuquerque / Assessoria de Comunicação da Esalq