Em encontro multidisciplinar sobre vacinas contra a covid-19, cientistas dão um panorama da situação, esclarecem dúvidas e discutem principais desafios; live transmitida no Canal USP teve uma das maiores audiências do ano
Nesta segunda (14), a USP reuniu alguns de seus
maiores especialistas nos vários aspectos envolvendo a imunização da população
brasileira contra o coronavírus. O evento Vacinas e covid- 19: Uma visãomultidisciplinar foi transmitido pelo Canal USP no YouTube para uma
audiência que atinge, só neste primeiro dia, mais de 10 mil usuários. A maioria
cheia de perguntas e atenta a um tema que neste momento interessa a qualquer
pessoa: uma vacina que, se não der fim a esta pandemia, ao menos poderá
inaugurar um capítulo menos trágico dela – são mais de 180 mil mortos pela
doença até agora no País.
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e
professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, fez um
resumo do atual status da CoronaVac, vacina que é objeto de acordo do Instituto
Butantan com a empresa Sinovac, lembrando que a produção já foi iniciada no
último dia 8. A vacina, até agora, está sendo bancada pelo Butantan, com a
possibilidade de ser incorporada pelo governo de São Paulo no programa de vacinação
a partir de 25 de janeiro. A maior parte do total de doses será produzida no
próprio Butantan, com a previsão de totalizar 101 milhões de doses até maio de
2021.
Do ponto de vista dos ensaios,
uma notícia boa é a finalização do estudo de fase 3 com mais de 12 mil
participantes incluídos, e ultrapassando o número mínimo de casos de infecção
para análise primária: seriam 154, e já há mais de 170. “Estamos aguardando a
análise final, que deve sair na próxima semana, para poder fechar este estudo,
e com isso solicitar o registro do produto. Ou seja, não vamos fazer o pedido
de uso emergencial porque já vai ser pedido o registro do produto.”
“Temos mais de 20 mil vacinações feitas no
Brasil e mais de 100 mil na China, demonstrando um excelente perfil de
segurança, com incidência de poucos efeitos adversos, a maioria sendo efeitos
leves, além de um perfil de imunogenicidade adequado, comparado, e às vezes
superior, ao de várias das vacinas que estão sendo testadas e até já
autorizadas.” Veja mais.
Fonte: Jornal da USP - 14/12/20