A ciência brasileira começa 2021 com um
prognóstico angustiante. Não por causa da pandemia, mas de um novo corte
orçamentário que promete enviá-la de vez para a UTI do financiamento público. O
já diminuto orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI),
retalhado por uma série de cortes aplicados à pasta nos últimos sete anos,
deverá encolher mais 34% neste ano, se a proposta orçamentária do governo
federal ano for aprovada sem modificações no Congresso.
O orçamento total previsto para a pasta é de R$ 10,4 bilhões, sendo que apenas R$ 2,8 bilhões desse valor estarão disponíveis para investimentos em pesquisa (os chamados recursos discricionários, que não incluem gastos com salários, reserva de contingência e outras despesas obrigatórias), comparado a R$ 4,2 bilhões em 2020, segundo uma comparação feita pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com base em dados da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020 e do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021.