04 março 2021

A língua das universidades: laboratório da USP prepara alunos para a escrita acadêmica

Na escalada do conhecimento, muitas vezes, apenas no final da graduação, alunas e alunos se dão conta: escrever para a academia é uma habilidade que não dominam. As variedades de publicação são inúmeras. Mas, junto das oportunidades de divulgação das pesquisas, habitam também os desafios que cada área e tipo de público exigem. 

Embora a escrita acadêmica seja permeada por certos códigos linguísticos, o ingresso ao ensino superior amplificou uma deficiência que estudantes já trazem desde o ensino médio. Na língua materna, a experiência de escrita ficava restrita aos gêneros textuais mais comuns aos sistemas de avaliação e vestibulares. Já na língua estrangeira, o ensino de um segundo idioma no Brasil nunca esteve focado em uma escrita adequada.

A constatação é do Laboratório de Letramento Acadêmico da USP. Ligado ao Departamento de Letras Modernas, o LLAC foi fundado em 2011 pelas professoras Marília Mendes Ferreira e Eliane G. Lousada, das áreas de inglês e francês da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, em São Paulo. O objetivo do laboratório é contribuir para o letramento acadêmico de graduandos e pós-graduandos por meio de um sistema de tutoria baseado em feedback

“O aluno da graduação vai escrever gêneros textuais ou discursivos da academia, de acordo com a habilitação de seu curso. Tradicionalmente as humanidades escrevem mais, mas, na pós-graduação, o cenário muda. Todos têm que escrever um produto: uma dissertação, uma tese; algumas áreas atrelam a obtenção do título à publicação de artigos em inglês. Não há produção de conhecimento sem registro escrito”, destaca Marília.   Saiba mais.   
Fonte: Jornal da USP - 03/03/21