Mudanças inesperadas no comando da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação (MEC) deixaram lideranças acadêmicas e científicas apreensivas sobre o futuro da agência e do processo quadrienal de avaliação dos programas de pós-graduação (PPGs) das universidades, previsto para ser concluído neste ano, mas cujo calendário já está atrasado em função da pandemia.O presidente da Capes, Benedito Guimarães Aguiar Neto, foi exonerado sem aviso prévio (e sem justificativa oficial) na segunda-feira, 12 de abril, pelo ministro Milton Ribeiro. A demissão surpreendeu a comunidade acadêmica. Ex-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ele estava no cargo há 14 meses.
Independentemente de quem vier a substituí-lo, uma
troca do comando nesse contexto é preocupante, em função da falta de
justificativa, dos cortes orçamentários e das dificuldades já impostas pela
pandemia ao processo de avaliação dos PPGs, que é fundamental para a formação
de recursos humanos e para a produção de ciência e tecnologia no País. “Já
tínhamos problemas suficientes para trabalhar; e essa mudança, agora, pode
atrapalhar ainda mais a avaliação”, diz o pró-reitor de Pós-Graduação da USP,
Carlos Gilberto Carlotti Júnior. “Fico imaginando o que motivou o MEC a fazer
uma mudança dessas num momento tão inoportuno.” Saiba mais. Fonte: Jornal da USP - 13/04/21