As informações dos artigos científicos publicados em inglês não
são tão aproveitadas quanto seus autores gostariam. Uma equipe internacional
coordenada por Tatsuya Amano, da Universidade de Queensland, Austrália, com
participação de pesquisadores brasileiros (de Santa Catarina e de São Paulo),
chegou a essa conclusão após examinar 333 documentos relevantes sobre a
situação da biodiversidade em 37 países ou territórios da África, Américas
(incluindo o Brasil), Ásia e Europa nos quais o inglês não é o idioma oficial.
Um artigo na edição de 16 de março na Nature
Sustainability detalha os resultados. Nesse estudo, publicações acadêmicas ou a chamada
literatura cinzenta (documentos do governo ou empresas não controlados por
editoras comerciais) escritas em língua não inglesa constituíram em média 65%
das referências citadas e foram consideradas relevantes por seus autores. “Os
dados sugerem que informações locais e regionais podem estar sendo ignoradas em
importantes relatórios internacionais, como os do IPBES [A Plataforma
Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços
Ecossistêmicos]”, comenta o engenheiro ambiental Milton Aurelio Uba de Andrade
Junior, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável de
Santa Catarina, um dos autores do estudo. Saiba mais. Fonte: Pesquisa FAPESP - maio 2023