20 dezembro 2020

 

 

 

 

 

Nutrição: um dedo de informação

O engenheiro-agrônomo Luiz Antonio Martinelli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP, explica como a composição química das unhas pode ser usada para analisar a dieta da população.

A proporção de diferentes isótopos de carbono presente nas unhas pode indicar o tipo de dieta preferencial consumida nos últimos seis meses pelos brasileiros e servir de parâmetro para inferir o grau de desenvolvimento humano da cidade em que eles vivem. Isótopos são variantes de um elemento químico que têm o mesmo número de prótons, mas diferem na quantidade de nêutrons. Essa é a conclusão de um artigo publicado em julho na revista Science of Food. Os autores do trabalho analisaram a composição isotópica de amostras das unhas de 4,5 mil indivíduos de 37 cidades do país, onde vive 10% da população, e calcularam a média de um parâmetro denominado delta carbono 13 (δ
13C) para cada município. Valores elevados desse índice sinalizam alto consumo de alimentos ultraprocessados, como carnes industrializadas, refrigerantes e sobremesas prontas, e baixos sugerem ingestão majoritária de alimentos in natura, sobretudo arroz, feijão e mandioca.
Em seguida, os pesquisadores compararam o δ13C de cada cidade com seu respectivo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), indicador criado em 1990 pela Organização das Nações Unidas (ONU) que leva em conta a expectativa de vida ao nascer, o nível de educação e a renda per capita de uma população. Essa análise evidenciou uma correlação significativa: quanto maior o  δ13C do município, maior seu IDH. Por meio de técnicas estatísticas, o grupo de cientistas extrapolou a correlação para quase 99% dos 5.570 municípios do país e gerou um mapa com a distribuição geográfica das dietas (ver na página ao lado). Quase 70% das amostras de unhas foram coletadas entre 2008 e 2015. Outros 23% foram obtidos entre 2002 e 2006 e o restante depois de 2015.   Veja mais.    Ouça o Podcast  e  assista ao vídeo.
Fonte: Pesquisa FAPESP - edição 296

Parceria com a França retomará mobilidades em setembro de 2021

As mobilidades de estudantes brasileiros para a França pelo Programa Brasil/França Agricultura (Brafagri) foram remanejadas para setembro do próximo ano. O adiamento, reflexo do entendimento conjunto entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Conférence des Directeurs des Écoles Françaises d'Ingénieurs (CDFI), se deu em virtude da insegurança de aulas presenciais ainda no primeiro semestre na França.

A CAPES informou nesta sexta-feira, 18 de dezembro, a mudança de data aos coordenadores de projetos das universidades brasileiras. “Faremos o possível para garantir a mesma quantidade de bolsas prevista originalmente, mas depende de orçamento. Nossa principal preocupação no momento é ver as condições de mobilidade”, disse Heloísa Hollnagel, diretora de Relações Internacionais da Fundação.

A medida vale para os projetos com mobilidades até então previstas para 2020, de estudantes que tenham completado entre 40% e 80% da carga horária do curso no momento da indicação no sistema da CAPES. Dessa forma, destaca-se que são os coordenadores dos projetos beneficiados pelo edital que indicam os estudantes que atendem aos critérios previstos. A Fundação analisa se será possível enviar alunos com mais de 80% do curso concluído para a França, dadas as condições atípicas de 2020.

A CAPES divulgará a lista de participantes da mobilidade 2020 até março de 2021. A mesma decisão foi tomada para o Brasil/France Ingénieur Technologie (Brafitec), programa de intercâmbio para a França de pesquisadores da área de Engenharia (leia perguntas e respostas sobre o Brafitec). As bolsas estão asseguradas para os estudantes a partir de setembro de 2021, como acordado com os parceiros franceses.

Sobre o programa

Brafagri é um programa de intercâmbio de alunos de graduação e missões de trabalho para equipes de professores. A iniciativa é voltada às Ciências Agronômicas, Agroalimentares e Veterinária e seu funcionamento se dá por meio de parcerias entre universidades brasileiras e instituições francesas.    Fonte: CCS/CAPES - 18/12/20

19 dezembro 2020

Congresso aprova projeto que pode liberar R$ 9 bilhões para a ciência em 2021

ciência brasileira ajudou a salvar muitas vidas em 2020, e foi recompensada nesta quinta-feira (17/12) com uma vitória essencial para a sua própria sobrevivência. Deputados federais aprovaram por ampla maioria um projeto de lei que proíbe o contingenciamento de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A decisão, se sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, tem potencial para desbloquear R$ 9 bilhões em investimentos em ciência e tecnologia no País — incluindo R$ 4,2 bilhões que foram represados no fundo neste ano, mais R$ 4,8 bilhões previstos como reserva de contingência no orçamento de 2020.
A liberação chega em boa hora para reverter o colapso orçamentário e afastar o risco de um apagão científico no Brasil, em função dos numerosos cortes aplicados ao setor nos últimos anos. O orçamento disponível para investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) este ano é de apenas R$ 3,7 bilhões, e a proposta do governo para 2021 é reduzir ainda mais esse valor, para R$ 2,7 bilhões.
Criado em 1969, o FNDCT é um fundo de natureza contábil que recebe contribuições de diversas fontes para apoiar o desenvolvimento científico e tecnológico do País — equivalente ao Fundeb, na área da Educação. Deveria ser a principal fonte de recursos para a ciência no Brasil, mas a maior parte do dinheiro arrecadado nos últimos anos — cerca de R$ 25 bilhões entre 2006 e 2020, segundo dados da Finep, a empresa pública que gerencia e operacionaliza os recursos do fundo  — foi retida pelo governo federal e redirecionada para outras finalidades, como o pagamento de juros da dívida pública.
O projeto de lei aprovado nesta quinta (PLP 135/2020), de autoria do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), põe fim a essa artimanha fiscal. Ele veda qualquer tipo de contingenciamento ou imposição de limites à execução do fundo e transforma o FNDCT em um fundo de natureza financeira (em vez de contábil), o que significa que os recursos que não forem utilizados em um determinado ano permanecem disponíveis para empenho no ano seguinte (em vez de serem recolhidos ao Tesouro, como acontece atualmente). Trata-se de uma demanda antiga da comunidade científica, mas que nunca havia prosperado no Congresso, até agora. 
Veja mais.    Fonte: Jornal da USP - 18/12/20

18 dezembro 2020

Assista ao vídeo

Os benefícios da internet no Brasil


Em 2020, a internet comercial completou 25 anos. Você se lembra da primeira vez que se conectou à internet? Há 31 anos, quando a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) nasceu como um projeto do CNPq, um dos grandes propósitos era atender aos anseios da comunidade acadêmica, que queria estar conectada com seus pares estrangeiros. 
Em 1992, entrou em operação o primeiro backbone de internet do Brasil, com a conexão de rede acadêmica entre Rio de Janeiro e São Paulo, em apoio à realização da Eco-92. Antes da abertura para a internet comercial no Brasil, foi a primeira vez em que pessoas físicas não vinculadas à universidade puderam ter uma experiência semelhante à transferência de arquivos e uso de correio eletrônico. 
Como a Internet saiu da academia e passou a ser comercial?
Foi apenas em 1995 que a rede mundial de computadores deixou os laboratórios das universidades e se tornou um bem comercial, com o lançamento do serviço de internet discada.
Desta forma, por três anos, de 1995 a 1998, novamente a RNP se dedicou à criação de provedores comerciais, para que assim, fosse distribuída à sociedade. Nesse contexto, também foi criado o Comitê Gestor da Internet (CGI.Br), um comitê multissetorial responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil.  Veja mais.   Fonte: Perspectiva RNP - 18/12/20