Em 2018, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), responsável pela avaliação dos programas de pós-graduação no Brasil, recebeu 84 denúncias de cursos de mestrado e doutorado que funcionavam sem reconhecimento da coordenação no país. As denúncias foram encaminhadas ao Ministério Público e reacenderam o debate sobre a qualidade da formação oferecida aos estudantes de pós-graduação.
Se, de um lado, há instituições mal-intencionadas que oferecem formação não qualificada, de outro há programas que representam positivamente o que é esperado em termos de formação de pessoal. A Capes define uma série de critérios, os quais incluem qualidade da produção científica, qualificação dos professores e inserção social do programa. Com base nos critérios, os programas são classificados em uma escala de 1 a 7.
Os programas de pós-graduação buscam sempre se aperfeiçoar rumo à nota 7. Além de ter implicações práticas diretas no funcionamento da pós-graduação, o número é usado como base para estudantes escolherem seus cursos, e para agências de fomento orientarem suas políticas de financiamento. Adicionalmente, a própria Capes usa as notas para balizar a distribuição de recursos para os programas de pós-graduação, de modo que aqueles com notas mais altas recebem mais bolsas e verbas de custeio.
Na área de Biodiversidade, que abrange 141 programas de pós-graduação em Ecologia, Zoologia, Botânica e Oceanografia Biológica, aqueles considerados com conceitos 6 e 7 já somam 26, segundo a última avaliação quadrienal (2013-2016).
O que leva um programa de pós-graduação a ser tão bem avaliado? A resposta tem múltiplas facetas e reflete um amadurecimento da própria visão de ciência e educação em cada instituição.
Para Paulo Inácio Prado, vice-coordenador do programa de pós-graduação em ecologia da USP,
um dos fatores de sucesso é se preocupar menos com os indicadores de qualidade e mais com o que eles devem indicar. Ele dá o exemplo da produção científica dos estudantes, um dos critérios utilizados pela Capes na hora de avaliar os programas de pós. “Temos hoje um dos melhores indicadores de produção discente na área de ecologia, tanto em quantidade quanto em qualidade, como destacado na última avaliação da Capes. Porém, nunca definimos isso como uma meta institucional do programa ou criamos regras para forçar publicação pelos estudantes, como exigir o envio de artigos a revistas para conceder o diploma. Pensamos que, com uma formação adequada, naturalmente a produção iria aumentar e os alunos iriam publicar mais e melhor”, explica Paulo Inácio. Leia texto na íntegra. Fonte: ComCiência - 26/3/2019
um dos fatores de sucesso é se preocupar menos com os indicadores de qualidade e mais com o que eles devem indicar. Ele dá o exemplo da produção científica dos estudantes, um dos critérios utilizados pela Capes na hora de avaliar os programas de pós. “Temos hoje um dos melhores indicadores de produção discente na área de ecologia, tanto em quantidade quanto em qualidade, como destacado na última avaliação da Capes. Porém, nunca definimos isso como uma meta institucional do programa ou criamos regras para forçar publicação pelos estudantes, como exigir o envio de artigos a revistas para conceder o diploma. Pensamos que, com uma formação adequada, naturalmente a produção iria aumentar e os alunos iriam publicar mais e melhor”, explica Paulo Inácio. Leia texto na íntegra. Fonte: ComCiência - 26/3/2019