22 outubro 2019

O Brasil e a Globalização da Ciência

A cada dia, a pesquisa científica se torna cada vez mais global. Mas, até que ponto os resultados e a própria Ciência alcançam uma amplitude global? De que modo a Ciência produzida por autores de um determinado país, região ou disciplina alcança, de fato, um nível global? 
Publicar em periódicos globais e não 
em revistas locais pode afetar esse alcance?  
Pensando nisso, dois economistas – Vít Macháček e Martin Srholec – do Instituto de Democracia e Análise Econômica (IDEA) do Centro de Pesquisa Econômica e Instituto de Educação de Pós-Graduação e Economia de Praga, República Tcheca – realizaram um amplo estudo, concluído em maio de 2019 e intitulado Globalization of Science: Evidence from Authors in Academic Journals by Country of Origin.
Eles analisaram 22 milhões de artigos indexados pela base de dados Scopus entre 2005 e 2017, de autores de 174 países. O estudo é baseado em seis indicadores de globalização em nível de periódico. Os indicadores de referência são derivados dos dados dos autores pelo país de origem. Para comparação, também foram utilizados  dados de documentos por país de origem e documentos escritos em inglês.
Os resultados revelam que países ocidentais, como Estados Unidos (EUA) e nações da União Européia (UE), lideram a classificação de Globalização da Ciência, com os mais altos índices – acima de 0,7. O número permanece bastante estável desde 2005.
Os EUA e a UE são seguidos por países como Japão, Brasil e Índia, com notas de 0,66, 0,61 e 0,60, respectivamente. Em 2006, a China era o país menos globalizado, mas em 2015 alcançou o Brasil e a Índia. Em relação ao padrão global da ciência transfronteiriça, a Rússia está atrasada [2]. Embora utilizem o idioma inglês, os pesquisadores baseados na Rússia publicam uma porcentagem maior de artigos em revistas locais do que em publicações internacionais.  Leia mais.  
Fonte: AGUIA-USP – 10/10/19